CAPÍTULO 1: ENTREVISTA

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Levantei correndo pegando meus sapatos casaco e o resto da roupa. Joguei tudo em cima da cama e corri para o banheiro tirando a roupa ao longo do caminho. Passava das 08h30m e eu estava atrasada para a entrevista; devia culpar o Neythan por ter me enrolado a noite passada e impedido que eu fosse dormir cedo, mas a verdade era que eu também era culpada por isso, quem é que conseguia resistir a um colchão incrivelmente macio e um namorado irresistível? Se bem que eu poderia ter pensando nas conseqüências, perder a entrevista seria bastante ruim. Eu tinha que estar lá as 09h00 em ponto.

Tomei um banho correndo e voltei para o quarto, tomei um susto quando vi o Neythan sentado na beirada da minha cama.

— Suponho que você não tenha entrado pela porta da frente — disse enquanto parava perto dele na cama e pegava o meu vestido.

— Seus pais ainda estão lá em baixo, preferi não arriscar.

— Você sabe que pode usar a porta da frente, né? — perguntei

— Seria meio constrangedor ficar aqui no seu quaro sabendo que os seus pais estão lá em baixo prestando atenção em qualquer coisa que eu possa fazer.

— Eu vou me atrasar se não andar logo. Se perder a entrevista não sei se terei outra chance. É uma ótima oportunidade, vou poder fazer o estágio na área de reportagem, sem contar que se eu for bem, talvez possa ser uma colunista e começar a escrever alguma coisa. Isso vai me ajudar bastante.

— Eu acho uma ótima ideia. Mas você sabe como os repórteres são...

— Não tem que se preocupar com isso. Eu não pretendo escrever sobre a maldição de Nuvia ou alguma coisa assim — disse tirando a toalha, jogando na cama e pegando o vestido. Já estava com a roupa intima, mas isso não me fez ficar menos constrangida, sem contar que eu não podia ficar assim agora, precisava me trocar logo e ficar envergonhada não ajudaria, já tínhamos ficado varias vezes, mas eu ainda me sentia constrangida na frente dele.

— Uma ajudinha? — disse, ficando de costas para ele para que ele pudesse fechar o zíper do vestido. — Acha essa roupa muito... Vulgar? Não sei se combina para esse tipo de entrevista.

— Você está linda assim.

— Tá! Esquece. Opinião de namorado é igual opinião de amiga, não conta.

— E por que não? — perguntou ele sorrindo

— Porque geralmente vocês querem o melhor pra gente, então vocês têm que nos dar a esperança que tudo vai ficar bem.

— Eu não mentiria para você. — disse ele e eu o beijei

— Eu sei.

Coloquei o sapato e joguei todos os documentos e coisas importantes dentro da bolsa, fiquei somente com o celular.

— Te encontro lá em baixo. — Disse ele pulando pela janela

Terminei de me arrumar correndo e desci para a cozinha, meus pais e o Alam estavam conversando animados.

— Bom dia! — disseram em uníssono

— Bom dia! — disse, pegando a chave do carro em cima do balcão.

— Já está indo? E o café da manhã? — perguntou mamãe

— Eu estou atrasada para a entrevista, como alguma coisa na volta.

— Boa sorte — disse o Alam enquanto mordia um pedaço de torrada.

Por incrível que pareça minha mãe tinha me convencido a trocar a moto pelo carro. Como ela tinha dito, era mais seguro, poderia dizer que fiz isso mais por ela do que por mim, não gostava muito de carro, para ser sincera não gostava da ideia de ter que dirigir, mas nessa fase da minha vida iria precisar.

TOQUE DE SEDUÇÃO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora