CAPÍTULO 37: SACRIFÍCIO

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— Espera! — O Neythan falou, olhando pra mim — Sua família... Você não vai conversar com eles?

— Eu prefiro não. Vai parecer uma despedida, eles vão perceber. Antes eles pensarem que foi um acidente ou qualquer coisa assim se algo acontecer. — Falei, parada na porta do carro, o Neythan estava do outro lado me olhando.

Alexander parou ao meu lado colocando a mão em meu ombro

— Nada vai acontecer. Vamos todos ficar bem.

Eu assenti enquanto entrava no carro.

Ninguém teve tempo de se despedir, uma porque o nosso tempo estava curto e teríamos que correr a toda pra chegar lá e outra que ninguém realmente queria fazê-lo; nenhum de nós queríamos nos despedir das pessoas que amávamos sem a esperança de que voltaríamos bem ou não. Não queria olhar nos olhos dos meus pais e mentir mais uma vez, nos olhos do Alam ou dos outros, não queríamos isso. Ainda existia um fio de esperança dentro de mim, sentia que poderia voltar para eles com vida, depois contar-lhes toda a verdade e vivermos felizes.

Sabia que era boba por acreditar nisso, mas era o que eu pensava.

Antes de entrar no carro o Alexander tirou o encantamento, assim se não conseguíssemos voltar todos eles poderiam sair do Castelo e encontrar outro lugar, na mente deles tínhamos saído para tentar resolver a situação da cidade, como eles não sabiam já que a maioria ali pensava que éramos meros mortais, mas isso eles descobririam mais tarde ao ver a cidade destruída e saber as noticias sobre nós.

Pensei na minha chegada à cidade, o quanto pensava que odiaria o lugar vê lamentava por minha vida antiga que nem era tão boa, ao qual eu sofria com transtornos alimentares por causa das brigas de meus pais numa casa infeliz e a distancia do meu melhor amigo, o quanto a nova cidade tinha de alguma forma me completado; tive todas as minhas primeiras experiências aqui em Nuvia, um primeiro amor, primeiro beijo, primeira vez, primeiro sacrifício que fiz por amor ou amizade, mais amigos, um companheiro que por mais que fosse apaixonado por mim antes, agora sabia e sentia também a mesma coisa: uma forte conexão de amizade, o Alexander sabia e compreendia isso agora. Eu o amo muito, mas como amigo.

Aqui nessa cidade conhecia pessoas maravilhosas e outras nem tanto que tentaram varias vezes nos matar ou separar a mim e ao Neythan: encontrei minha fortaleza nele, ele me ajudou quando mais precisei assim como eu o ajudei, tirando-o de sua redoma que era sua casa, ele conheceu mais gente, aprendeu a superar seu medo de tocar em outras pessoas, amadureceu de um rapaz com medo de machucar os outros para um homem confiante de si.

Aqui nessa cidade quebramos maldições, superamos medos e obstáculos, minha amizade com o Alam se fortaleceu, o amor entre meus pais aumentou, aqui nessa cidade eu fui realmente feliz. Tive as melhores e piores experiências da minha vida. Agora que me sentia completa, com amigos; amor, lar e trabalho, tudo estava prestes a ser tirado de mim por um poder maldito.

Poder esse que eu não queria. Não queria nada disso se não tivesse o Neythan ao meu lado, se não tivesse o Alexander, Sabrina ou os outros que agora também corriam perigo.

Até mesmo o Alexander evoluiu, ele passou de um Lord rancoroso que lançava maldiçoes e era egoísta para um homem confiante, sorridente e agora, vendo-o como ele olhava para Sabrina, para um homem apaixonado.

Ele conseguiu seguir em frente apesar de tudo, ele superou a mim e principalmente a Melissa que o prendia. Ele superou os piores demônios dele e se tornou um homem que eu seria grata de amar se meu coração já não pertencesse a outro homem.

Observei Lionel olhar para o castelo com certa tristeza; ele também estava deixando alguém para trás, Mary o amava e os dois estavam começando uma relação duradoura, os dois estavam crescendo juntos. Connor e Markus estavam em silêncio provavelmente refletindo sobre os últimos minutos, eles estavam em outro carro, foram junto com Lionel.

TOQUE DE SEDUÇÃO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora