CAPÍTULO 4: COLEGAS DE TRABALHO

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Eu não iria negar que era uma proposta tanto quanto louca, mas eu realmente queria entrar na Behind, e parando para pensar poderia ser uma troca justa; eu o ajudaria e ele me ajudaria, e com tudo, eu estaria em um bom cargo, algo que poderia me ajuda mais ainda. Eu praticamente não conhecia nada sobre o trabalho de revisor, mas sabia muito coisa sobre o que poderia ser usado nele, no meu pensamento tudo daria certo.

Mas, claro, nada era tão certo quanto parecia ser; no momento pareceu tudo muito fácil, eu sabia que poderia ter influencia do Alexander, mas o resto dependeria de mim, eu tinha que conseguir aquela reportagem e a confissão e tudo daria certo.

Como combinado, na segunda-feira eu já estava preparada para começar na Behind, eu nunca estivesse tão animada, ansiosa e receosa ao mesmo tempo para algo; eu queria ter essa experiência, mas também sabia que não seria tão fácil quanto parecia, mas não estava com medo disso.

Cheguei na Behind adiantada, pois não iria querer correr o risco de atrasar de novo e acabar com o resto da confiança que o senhor Kenneth tinha depositado em mim; estava ansiosa e confiante para começar. Queria conhecer mais da rotina deles.

Entrei no elevador e apertei o botão que me levaria para o 5º andar onde Kenneth disse que seria meu local de trabalho e esperei. Havia algumas pessoas por ali esperando também, eram todas muito sérias e trajavam roupas muito formais, até lembravam advogados ou coisa do tipo, fiquei até com medo de tentar cumprimentar; eles eram muito intimidadores. Assim que o elevador parou, sai pedindo licença e esbarrei em alguém que estava do lado de fora esperando. Só tive tempo de ver os papeis todos voando e alguém muito nervoso dizendo coisas incompreensíveis.

— Desculpe, eu sinto muito. Não vi você ai.

— Será que dá para olhar por onde anda? Eu já estou atrasado e você ainda faz isso. Até separar tudo isso... — ele deixou a frase no ar e abaixou-se para recolher os papeis.

Fiz a mesma coisa para ajudá-lo.

— Eu não preciso da sua ajuda.

— Não precisa ser mal educado. Eu já pedi desculpas. — Falei ao mesmo tempo em que percebi que ele era o rapaz do elevador no outro dia. Caique Burckle K.

Ele balançou a cabeça em negativa e entreguei-lhe os papeis que tinha pegado, ele me encarou com cara de reprovação.

— Calminha pessoal. Vamos começar o dia, calmos. — Disse uma voz calma e serena.

Uma moça da mesma altura que eu, pele morena e cabelos escuros até o ombro, vestia um casaco branco e saia da mesma cor na altura dos joelhos e saltos, esgueirou-se entre algumas mesas e parou perto de nós. Ela carregava uma caneta entre os dedos e brincava com a mesma de maneira distraída.

— Meu nome é Bethany White, mas pode me chamar de Betty. E presumo que você seja a Mhylla, a nova estagiaria. — Ela sorriu de forma acolhedora, mostrando os dentes perfeitos. — Não ligue muito para o Caique. Ele é sempre esquentadinho assim, e — acrescentou rapidamente — Apressado. Você sempre o verá andando apressado por ai.

— Eu realmente sinto muito. Não tive intenção de bagunçar todos os papeis.

— Todos os papeis? Isso daqui é trabalho. — Ele falou quase me fuzilando com os olhos, em seguida as rugas se suavizaram na testa dele e ele pareceu se acalmar. — Certo... Talvez eu esteja agitado mesmo. Mas isso aqui é importante. Eu te desculpo pelo que fez, mas fique longe do meu caminho quando eu passar.

Com isso ele entrou no elevador e sumiu.

— Uma hora você acostuma com ele. Ele é assim, mas é gente boa. É que ele é perfeccionista, sabe? Não pode faltar um detalhe ou bum... Ele explode, ou não consegue dormir a noite toda.

TOQUE DE SEDUÇÃO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora