CAPÍTULO 12: CICATRIZES

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Passei o resto do dia com a cara enfiada no cobertor, pior que descobrir que tinha dado em cima do meu namorado/noivo era descobrir que tudo o que achava estar pensando, dizia em voz alta o que me deixou bem constrangida. Nunca tinha bebido, mesmo que não fosse de propósito e não sabia até aquele momento que tipo de reação o álcool teria em mim, o pior de tudo é que estava com uma dor de cabeça latejante, então só sai da cama a noite.

Ele preparou o jantar enquanto tomei um banho e desci, ainda constrangida, sorriu ao me ver entrar na cozinha e sentar na banqueta.

- Se sente melhor? - perguntou enquanto colocava algumas coisas em cima da mesa.

Assenti enquanto me servia com um copo de água.

- Eu sinto muito sobre a noite passada. Não foi minha intenção, pensei que era vitamina então virei tudo de uma vez quando percebi o gosto, mas confesso que não parei de beber depois disso.

- Foi interessante conhecer um lado diferente de você. - Ele riu - Acho que a melhor parte depois do "arrasou" foi quando me chamou de noivo.

Quase engasguei com a água.

- Eu fiz o que? - perguntei, incrédula.

Ele sentou-se a minha frente enquanto colocava um prato com comida perto de mim; por mais que eu gostasse de comer o que ele cozinhava porque ele se dava muito bem na cozinha, naquele momento não estava com fome.

- Eu estou morrendo de vergonha - confessei - Eu nem sei o que dizer. Não vou conseguir aparecer na frente de Betty e Caique.

- Não tem que se preocupar com isso. Ambos estavam da mesma forma que você ontem. Ninguém vai lembrar de nada. Agora coma alguma coisa.

Olhei para o prato de comida a minha frente sem sentir nenhum apetite, ele cozinhava muito bem e a comida estava com uma ótima aparência, mas tinha certeza que se comece alguma coisa naquele momento, provavelmente tudo voltaria.

- Mhylla - ele chamou meu nome respirando fundo - Você tem que parar de fazer isso.

Eu o encarei

- Isso o quê?

- Você sempre faz isso. Você começa a se preocupar com assuntos alheios e se esquece de você, e foi exatamente isso o que desencadeou naquela época o começo da anorexia. Você não sente fome e não come nada, não se hidrata e isso vai acabar matando você. Mesmo que agora você não tenha toda essa facilidade de morrer. Mhylla, Falou, como se o simples fato de chamar meu nome o machucasse - Não faça isso. Quando você se machuca, eu me machuco também.

Fiquei parada observando-o enquanto refletia sobre o que ele falava, era verdade, eu fazia isso mesmo, mas era uma atitude inconsciente, Não fazia de propósito.

Peguei os talheres e comecei a comer. Se quisesse voltar disposta para o trabalho precisaria estar bem hidratada e ter um acesso de fome por lá não ajudaria muito.

Fui para minha casa colocar uma roupa confortável e quente, já que começava a esfriar e fui com o Neythan até a casa da Sabrina, onde ela me disse que o Alexander estava.

Eu iria conversar com ele e esclarecer definitivamente as coisas.

Entrei na casa da Sabrina acompanhada do Neythan, a casa estava bem silenciosa e só era possível escutar o barulho do salto dela que ecoava pelo assoalho da casa.

- Que bom ver vocês aqui. O Alexander está em um dos quartos de hospedes, parece ser uma atitude que ele vem cogitando fazer com freqüência já que passa a maior parte do tempo aqui na cidade. Eu admiraria se não fosse o motivo por detrás disso.

TOQUE DE SEDUÇÃO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora