CAPÍTULO 14: OS MALKOVICHS

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O dia de trabalho na Behind foi até engraçado, no final do dia tínhamos varias coisas engraçadas para rir um do outro, incluindo até mesmo Kenneth que estava de bom humor e não parava com as piadinhas sem graças que quase ninguém entendia. Mesmo Betty não deixando transparecer, a dor de cabeça ainda a incomodava muito, o que consequentemente a fez ir até a cafeteira tentar, desastrosamente, colocar café em uma xicara, que, andando no modo zumbi, acabou colocando café em um copo de refrigerante de um funcionário que olhou de cara feia pra ela.

Caique tropeçou varias vezes na própria cadeira e quase caia no processo, e, claro eles não podiam deixar de me levar junto com eles; quando o mesmo tropeçou por causa de uma parada brusca de Betty que estava bem à nossa frente, eu parei de repente e Caique parou atrás de mim esbarrando com força o que fez eu ir pra frente e derrubar a xicara de café que estava segurando pra ela, em um funcionário. O mesmo me olhou de soslaio e saiu reclamando alguma coisa de que "essa equipe deveria ter ficado em casa".

— Essa equipe deveria ter ficado em casa. — Betty começou a falar imitando uma voz fina que na verdade nem era a do moço mesmo. Ela riu — A gente cai, mas levanta querido.

— Vocês se transformam em outra pessoa quando estão de ressaca — eu ri — Nunca vi você de tanto bom humor.

— É porque nunca me viu realmente bêbada. Eu dou um trabalho danado. Mas hoje é porque minha cabeça está me matando, então preciso usar o humor para não explodir com as pessoas.

No final do dia, saímos os três da Behind rindo um do outro, o que acabou fazendo todo o dia valer a pena, porque era bom estar acompanhada de pessoas normais que viam nas pequenas coisas, motivos para dar risadas. Caique e Betty eram um time e tanto, eles tinham conexão; uma conexão de amigos, eu quase me sentia uma intrometida no meio deles, mas os dois agiam tão naturalmente comigo, que conseguiam fazer eu não me sentir assim. Até mesmo Caique com seu temperamento difícil.

Fui para casa decidida a sentar e conversar com a minha mãe sobre o casamento que ela já estava planejando, mas não aconteceria. Ela precisava entender que estávamos só noivando e por enquanto não estava em meus planos realmente casar, havia muita coisa que eu ainda queria fazer antes disso; não que eu não pudesse fazer depois, mas é que preferia dessa forma.

— Mãe, eu preciso conversar com você! — Falei, quando cheguei em casa e estava indo direto para a cozinha. Sabia que ela estava por lá por causa do carro estacionado na frente de casa.

Parei enquanto deixava minha bolsa sobre a bancada da cozinha e a encarava. Ela estava parada frente a bancada me encarando com um sorriso no rosto. Eu decidi dizer logo, sem rodeios para que não desistisse da ideia.

— Eu tenho uma coisa pra falar...

— Eu quero conversar sobre o casamento. Eu sei que está muito ansiosa para isso assim como a mãe do Neythan, mas é que eu acho que é um pouco cedo demais pra isso. Ainda somos jovens e não estamos pensando em casar, só noivamos.

— Quer dizer que vai casar e nem fomos convidados? — ecoou uma voz estranha, porém familiar, atrás de mim.

— Eu concordo plenamente — disse a voz masculina

Eu virei bruscamente para ver a pessoa, no caso pessoas, e levei mais que alguns segundos para deduzir quem era. Eles tinham o mesmo tamanho e feições completamente iguais, porem um era homem e a outra mulher. A menina tinha cabelos longos e loiros com varias mechas pretas com uma maquiagem mais forte em torno dos olhos, usava uma calça jeans destroyed; daquelas que tinham vários rasgos, com uma regata branca, ela tinha olhos azuis claro, assim como o garoto.

TOQUE DE SEDUÇÃO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora