CAPÍTULO 24: EU NÃO ESTOU COM CIUMES DE VOCÊ

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Tentei abrir os olhos, mas parecia que a minha cabeça estava sendo martelada, eu ouvia vozes abafadas, mas não conseguia identificar o que estavam dizendo, eram varias juntas, algumas — ou uma, não conseguia identificar — vozes femininas misturavam-se a outras vozes masculinas.

— Ela está em agonia, está gritando. Façam alguma coisa. — Era a voz do Neythan, soava desesperado, o aperto que estava sentindo em minha mão era a dele. Na verdade eu estava apertando a mão dele, mas só me dei conta disso depois. — Precisamos de um medico.

— Não! — Outra voz, dessa vez mais calma que transmitia tranquilidade falou, era Sabrina —Ela não pode ir ao medico e sabe disso, se tirarem o sangue dela vocês — ela pigarreou —nós, estaremos encrencados. Posso cuidar disso. Ela ficará bem, eu prometo.

Eu só queria gritar para parar, a agonia, a dor, a tristeza que eu estava sentindo, era como se alguém tivesse tirado de mim a coisa mais importante da minha vida e um buraco estivesse no lugar sugando todas as minhas emoções, doía demais.

— Parem! Dói. Dói muito —Falei, tive a impressão de ter falado, porque pareceu que tudo saiu como um grito e aos ouvidos deles devia ter saído mesmo, porque apertei mais a mão do Neythan e o ouvi dizer que tudo ficaria bem e, então, ele acariciou minha mão.

— Ela está alucinando, está em agonia. É o que os Nobres chamaram de agonia eterna. Ela vai alucinar, sua alma entrará em colapso sugando toda a energia dela e ela pode... — Alexander não conseguiu terminar a frase, mas Loren sim.

— Morrer!

Comecei a chamar o nome do Neythan para ele saber que eu estava ali, estava sentindo muita agonia, mas estava ali de alguma forma.

— Ela parece estar consciente, ela não para de chamar o nome do Neythan! — Comentou Lionel

— Ela vai ficar bem! Agora saiam todos da sala, preciso ficar a sós com ela.

Houve um burburinho de vozes protestantes, outras nem tanto no caso da Loren e então o barulho da sala começou a esvair-se.

— Não vou sair do lado dela. Não vou sair daqui. — Ouvi o Neythan dizer com firmeza, Sabrina respirou fundo.

— A escolha é sua. Só não atrapalhe, tenho que tirá-la do devaneio antes que a alucinação consuma a alma dela.

— Ela deve estar alucinando com alguma coisa muito ruim. Ela não para de apertar a minha mão, consigo sentir a tristeza dela, consigo sentir o ar negativo em volta dela.

Senti mãos geladas sobre meu braço, não eram as mãos do Neythan, eram mais delicadas, menores, era a Sabrina. Ela tocou meus braços dizendo alguma coisa, em seguida desceu a mão até meu tórax, pressionando. Ela fez pressão onde ficava meu coração, e, de repente a mão dela começou a esquentar e eu sentia um calor, um fogo que me consumia, mas não queimava e novamente senti a pressão, dessa vez mais forte.

De repente a minha cabeça começou a latejar muito parecendo mais ainda que estava sendo esmagada e eu gritei, gritei tanto com uma vontade enorme de que a dor passasse.

— Porque ela está gritando, Sabrina? —Ouvi ele dize desesperado, por sobre meus gritos — Faça alguma coisa, eu não... eu não consigo... Não consigo ver ela nesse estado. Tem que...

— Ela vai ficar bem, o encantamento está sendo quebrado.

Com isso a pressão no meu peito parou e a dor latejante, a tristeza também, consegui abrir os olhos agora, com dois pares de olhos — um assustado e bastante preocupado — e outro mais calmo me encarando.

TOQUE DE SEDUÇÃO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora