13- A Chegada ao Paraíso.

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Acho que existe milhões de paraísos diferentes. Você meu caro leitor, já ouviu aquela frase: "O Paraíso de uns é o inferno de outros"? Eu particularmente acho que isso é a verdade mais pura. Por exemplo: acredito muito que existem pessoas que seus paraísos sejam a praia, o mar e as ondas. Porém pra mim isso seria um inferno a julgar que fui assassinada em uma. Acho que existem varias formas para se chegar no paraíso. A minha foi particularmente curiosa.

Eu estava andando pela cidade, tomando coragem para ir aonde eu sabia que deveria ir. Não queria encara-lo, ver aqueles olhos vazios e ocos por quais eu já me provocaram tanta felicidade.
Uma felicidade falsa.
Eu dizia a mim mesma.
As pessoas passavam por mim como se eu não existisse, nem olhavam pro lado simplesmente me atravessavam.
Talvez eu tenha deixado de existir .
Será? Aquilo era realmente possível? Eu estava desolada e fria. Eu tinha me tornado minha própria ilha.
Uma terra destruída e devastada aonde nada cresce e os horizontes são sombrios.

Os sons eram abafados, eu não ouvia nada além de meus próprios pensamentos. As pessoas eram embassadas. Elas passavam com seus ternos e roupas de trabalho tão apressadas, mais isso realmente não importava muito. O que importava era:
Como as pessoas podiam ser tão egoístas?
Viviem em seu mundinho tão hipócrita. Sempre querendo ser mais, ter  mais.
Dinheiro?
O que era dinheiro se você não tem vida para usa-lo?

A verdade é que quando você morre você não leva nada mais nada menos que a roupa que se tem no corpo e suas memórias. Apenas isso. Ah! você também ficaria surpreso em saber como memorias podem ser uma máquina de tortura.

Quando dei por mim estava em uma parte afastada da cidade, as árvores mostravam o limite da civilização. Eu sempre quis ir até lá porém minha mãe sempre alegava que era perigoso demais. Mas hoje se eu encontrar um louco na floresta não acho que ele possa me fazer algum mal.
Entrei olhando para o céu, e quando vi como a luz refletia nas arvores, como as plantas ali nasciam tão vivas e saudáveis, bem mais saudáveis do que as da cidade, senti minhas mãos formigarem por uma câmera para poder tirar uma foto.

Eu sempre amei fotos.

Adorava a forma que ela podia capturar um momento antes que ele se acabasse .

Como podia tornar o momento eterno em si .

De qualquer maneira continuei andando e cada vez mais desejava uma câmera até que vi uma coisa muito curiosa. Eram duas árvores entrelaçadas em si deixando então um vaco no meio entre elas. Porém parecia ter algo nele, como uma fina camada de pó. Andei vagarosamente até ele e coloquei primeiramente minha mão, depois o resto do corpo e quando sai arregalei os olhos com tamanha beleza.

Era um jardim enorme, com pouquíssimas arvores, porém a grama era verdinha e tinha varias flores de cores diferentes e espécies. Comecei a andar por lá olhando cada vez mais maravilhada com a beleza de tudo. Depois do que se pareceram horas me sentei com uma flor na mão e fiquei ali, a encarando e tentando compreender sua beleza até que senti alguem se sentar do meu lado e por instinto olhei.

Eu congelei na hora.
Meus músculos travaram e eu não consegui formular nem um grito.
Eu não sabia como ou porque...

Como ele esta aqui? Ele morreu ?
Eu pensava.
Isso não pode esta acontecendo ...
Porém ali estava.
Um sorriso caloroso dançava no lábios de meu assassino...

A Última Estrela  { Em Revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora