capítulo 3

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Acordei um pouco melhor,na escola hoje teríamos apenas uma palestra. Tomei um banho, vesti um jeans qualquer e uma camisa pollo verde, hoje não precisaria de mochila ou cadernos, sai antes que todos acordassem, eu queria evitar as perguntas.

Peguei o ônibus, ao chegar na escola, Paola e algumas garotas vieram falar comigo, entre elas, Sabrina Nagoya, ela puxou assunto mais eu ignorei sua existencia,já fiquei com ela algumas vezes, ela é uma vadia.

A campa bateu e fomos em direção ao salão de teatro, onde a palestra ocorreria, sentei ao lado de meus amigos para assistirmos.

Tudo passou rápido e logo eu estava em casa, terminando o jantar . Logo subi, entrei em meu quarto, tranquei a porta e coloquei a fita número 2 ,me deitei com uma panela de chocolate,super gay né? É eu sei.

Dei play

Agora Alanna tinha um coque mal feito no cabelo, vestia um vestido florido, o cenário era o mesmo.

-Oi Peter, eu espero que realmente esteja vendo isso ..... como segundo motivo pelo meu ato, eu dedico a morte do meu pai. Sei que ele morreu a muito tempo,mais isso não importa, eu sinto falta.
Falta de quando ele me levava e me buscava na escola, falta de quando me ajudavava no dever, ele era ótimo em matemática, ele era a pessoa mais incrível do mundo, ele era meu Herói!

Seus olhos são tristes e repletos de emoções, ela parece se segurar pra não chorar e dá a câmera um sorriso forçado.

- Eu era apenas um criança, e ele era meu porto seguro sabe . Eu estava com ele no dia de sua morte, ele havia me levado a um recital de poesia, eu lembro de pouca coisa, mais lembro da hora que ele me abraçou, tentando me acalmar e foi atingido.... ele morreu por minha culpa.
Se eu não tivesse insistido tanto pra ir, talvez ele ainda estivesse aqui.
Minha mãe me culpa por isso.. ela se casou a um ano e meio, ela me despreza e não liga pra minha irmã, ela só tem 9 anos, eu tenho muito, muito medo de deixá-la, mais todo ser humano tem limites, esses limites te tornam incapaz, eles me tornam incapaz. Minha irmã, Bella, é meu bote salva vidas. Ela tem leucemia, o tratamento não tem funcionado, mais ela ainda é meu elo com essa vida. Eu a amo mais não tenho forças pra suportar isso!

Ela diz e olha para frente, é como se pudesse me ver através dela . E então a câmera é desligada.

É difícil acreditar que uma garota cheia de vida possa passar por tudo isso, isso éra .... eu não tinha palavras pra descrever.

Um bolo se formou em minha garganta, sai dali o mais rapido que consegui, eu precisava de algo forte.

Corri pelas ruas angustiado, sem me dar conta eu ja estava no cemitério, com uma garrafa de vodka a qual comprei no caminho.

As lápides era reluzentes naquele final de tarde, caminhei entre os túmulos, eu não estava completamente bêbado quando parei no túmulo da minha mãe, sentei a sua frente chorando, a muito tempo eu não a visitava, eu não via sentido nisso, ela estava morta, nada mudaria . No entanto, eu daria tudo por um Conselho seu .

Quando Alanna falou sobre culpa, eu a entendi melhor que ninguém, eu amo tanto a minha mãe, mesmo sem nunca ter ouvido ao menos o som da sua voz .

Contei sobre Alanna para minha mãe, na esperança de que a onde ela estiver, ela possa ouvir. Contei como me sentia, falei que agora era popular, que bebia, que fumava e que minhas fugas de casa eram mais frequêntes, falei que parei de frequentar o psicólogo. Falei já imaginando em como séria a bronca que ela me daria se estivesse ali .

De alguma maneira adormeci ali mesmo e acordei no dia seguinte com uma baita dor de cabeça, levantei e fui pra casa.

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