18 capitulo: abstinência

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Daryl nos desprendeu e armamos um plano completo, fizemos prevenções, e enfim tentamos.
Saimos do casarão velho e abandonado nos escondendo na sombra da noite por trás das casas, ao lado, porém nunca na rua. Nosso plano era chegar na lateral do muro, lá teríamos mais chances de pular já que estava um pouco quebrado, o motivo? Nenhum dos pobres e inocentes cidadãos sabem.
Mal percebemos outra sombra indo de casa em casa atrás de nós, até que... Um homem pula de seu vulto prendendo Daryl na parede de uma casa.
Daryl se debate. O homem havia visto apenas eu e Maggie, mandou nos agacharmos com as mãos na cabeça. Glenn chega no local de fininho com a besta de Daryl, ao invés de atirar, ele apenas bate com a arma na cabeça do homem.
O brutamontes fica zonzo e recua. Todos nos levantamos e saímos correndo em direção ao grande muro, ele estava lá, eu podia ve lo. Ouvimos passos apressados na nossa direção, porém não apenas do homem no qual batemos, haviam três pares de pés a mais, um em cada direção. Chegamos ao muro.
Primeiramente Daryl sobe sozinho, os passos se aproximam, Glenn ajuda Maggie, cada vez mais perto, o asiático sobe no muro e fica para ajudar a me puxar, os homens chegam até nós, e formam uma meia lua nos cercando. Ponho um dos pés no muro de concreto enquanto seguro nas mãos de Glenn, uma marcha acelerada se forma, eles se aproximavam, eu escalava. Até que... Sinto uma mão agarrar meu pé, e mais uma, depois outra, até que todos os homens estivessem me puxando para baixo com o pé e todos do meu pequeno grupo de fugitivos me puxando para cima. Estavam literalmente fazendo cabo de guerra comigo. E parece que os homens estavam ganhando, começo a sentir meu corpo ir para baixo.
-Eu não vou conseguir, Glenn! Diga para... - sou interrompida, não por alguém, mas sim pelo meu tênis que sai do meu pé, me arremessando - agradeço às leis de Newton - para cima.
Ponho meus pés sobre o muro e todos pulamos, quase que juntos para o outro lado.
Ouvimos o som de outros escalando o muro, e vemos as grandes mãos se apoiando na parte de cima para subir.
Todos saimos correndo o mais rápido possível, em uma direção qualquer.
E os galhos se quebram atrás de nós, folhas sao pisoteadas com os cidadãos que nos perseguiam, alguns nem sabiam o porque.
Fugimos com agilidade até que os passos apenas ecoassem na floresta. Subimos todos até o topo das árvores esperando os homens passarem, já haviamos desviado muito da cidade, então eles decidem voltar, porém não sabíamos onde estávamos. Descemos e caminhamos mais um pouco nos afastando da cidade por segurança.
-vamos acampar aqui - diz Glenn chegando à uma clareira.
-eu posso vigiar - diz Daryl.
Maggie e o marido se sentam abraçados com as costas apoiadas em uma árvore, ela deita a cabeça sobre seu peitoral e fecha os olhos.
Sinto a saudade latejar em meu peito.
-eu tenho que... - engulo minhas lágrimas - tenho que... ja volto.
Saio do local e me afasto para algum canto isolado. Então despenco no chão, me afundando em minhas próprias lágrimas. Lágrimas de saudade, e de desejo de ter ele aqui comigo.
Ouço passos por trás de mim, porém os ignoro continuando a chorar.
-você está bem? - a voz de Daryl surge.
-eu disse... disse que já voltava - digo caindo em um choro ainda maior, sem conseguir me conter, não conseguia mais controlar aquilo, estava se tornando algo excessivo.
Era como uma abstinência, como uma droga que meu corpo precisa para se manter vivo, porém perdeu. Eu queria parar de chorar, parar de sentir aquela dor da perda, mas o único jeito de parar era tendo Carl ao meu lado novamente.
A probabilidade de encontrarmos nosso grupo novamente era minúscula, nos afastamos absurdamente e acabamos por nos perder da estrada.
Sinto Daryl se agachar ao meu lado e com um braço, me envolveu em seu consolo. Me jogo no desconhecido, eu não sabia quem era ele, e o mesmo não sabia quem eu era, muito menos quem era Carl, mas ali estávamos, abraçados em um choro incessante eu ja não tinha fôlego algum, porém continuava soltando lágrimas e soluços sem parar.
Tudo negreja, sinto meu corpo pesar, e ser estendido e carregado, a visão embaçada, e ouvia apenas o eco dos sons noturnos da floresta.
Continua.....

Negreja - escurece (amo essa palavra :3)

Até mais Lindoss&Lindass
Bia

O Recomeço // Carl Grimes #2 TWD Onde histórias criam vida. Descubra agora