25 capitulo: pulsos esvaindo em lagrimas de sangue

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Acordo em cima de algo macio me perguntando coisas como: "o que aconteceu?' ou "onde estou?".

O ar era escasso. Abro meus olhos, era mal iluminado o lugar onde estava, via sobre meu rosto a luz entrar por uma espécie de renda. Tento me mover, porém sem sucesso, algo me limitava á curtos movimentos. Sinto meu corpo pender para o lado.

-ela está se transformando.

Kyle?

-tem certeza de que quer fazer isso, cara?

-se eu não fizer, não deixarei ninguém fazer.

Carl? Fazer o que? Deus! Estou viva!

Tento me mexer novamente e acabo por rolar para fora da superfície onde me localizava, caio no chão gelado.

-Ah... - solto um leve gemido de dor.

-Melanie? - ele pergunta.

-não é ela, Carl - uma voz semelhante á de George diz.

Algo se aproxima. Espere, eles pensam que eu... Vão me matar.

-Carl - murmuro com as ultimas forças restantes em mim.

Algo rasga o lençol que me cobria.

-Deus! - exclama - Melanie! - ele grita me abraçando forte - Está viva! Ela... Ela está viva!

Sinto vários corpos se jogando sobre mim, quando percebo estou envolvida no maior e mais aconchegante abraço já vivido.

-você sobreviveu! É uma dos 10%, Melanie! - ouço a voz de Tony em minha nuca.

*****

-Carl? - pergunto.

-estou aqui - sinto braços me envolverem por trás.

Já era tarde, a pouca luz do sol que ainda não havia partido entrava pela cortina fazendo uma esteira de cores na parede. Carl se põe á minha frente ainda com os braços envolvendo minha cintura.

-é a mulher mais forte que já conheci - ele apoia sua testa na minha de olhos fechados.

Sorrio pondo meus braços em volta de seu pescoço. Sinto sua respiração cada vez mais próxima, até se unir á minha e por fim cessar como simples ato de dois lábios se colando. Carl começa a me empurrar para trás até que ambos tropeçamos e caímos na cama, isso infelizmente fez nos desgrudarmos, ele tira seu moletom se esquecendo do que escondia por baixo.

-Carl! - solto um grito curto - O que...? ... Você..? - tropeço em minhas próprias palavras - O que você fez, Carl?

Eram claros os rastros de gotas avermelhadas que já haviam passado por ali.

-eu... Me desculpe - abaixa a cabeça envergonhado.

-Não se desculpe comigo, Carl - digo levantando seu rosto com o dedão e puxando o para um caloroso abraço.

-Não pude me imaginar vivendo em um mundo sem você.

Sorrio decepcionada e olho no fundo de seus olhos azulados.

-Carl, chore por mim, reze por mim, porém não sangre por mim.

Pego em seus braços e levo os até a luz. Olho para seu pulso cortado, com rastros das lagrimas de sangue choradas na noite passada. Mas... Quem seria eu em momentos como esse para luga-lo?

-são profundos - digo examinando as marcas.

Ele apenas morde o lábio inferior. Pego um pouco de água em uma garrafinha e jogo sobre uma toalha.

-isso pode arder um pouco.

-manda ver, eu sou durão - diz estufando o peito com um ar engraçado.

Levanto uma sobrancelha para ele e rio. Passo a toalha sobre seu braço devagar limpando.

-viu? - diz fazendo força - durão.

Rimos sem mesmo nos lembrar do que causava aquilo tudo. De repente a porta se abre uma sombra pequena se forma andando pela parede.

-Mel?! - Judith grita animada.

-ei pequena! - grito abrindo meus braços e acolhendo a neles.

-você não vai mais embora?

-não  - sorrio orgulhosa de mim mesma - não vou, parece que a vida nos cedeu hoje algo além de um pedaço de frango - rio.

*****

A noite finalmente chegara, todos os sobreviventes e amigos se reuniram em volta de uma enorme fogueira para discutir o ocorrido nos últimos dois dias.

Quando chegamos no local haviam poucos, mas muitos surgiram depois. Nada melhor para comemorar nossa sobrevivência do que marshmallows, cigarros e cervejas velhas.

-Pessoal, sinto muito pelos que perdemos, pelos que tivemos de deixar para trás, é realmente triste, mas... Ainda estamos vivo? Por que velar os mortos se podemos velar os vivos, não? eu gostaria de brindar á nós - um homem levanta uma garrafa de cerveja - aos sobreviventes.

-aos 10% - Tony levanta a sua. A multidão os acompanha levantando suas cervejas.

Sou só eu aqui que não bebo?

Levanto um graveto com um marshmallow espetado na ponta.

-á nós - todos gritam quase que em uníssono.

Cada um dá uma golada em sua cerveja, eu a apenas sorrio, fico feliz em estar incluída nesta categoria de "sobreviventes", não que não esteja triste por todas as nossas perdas.

A noite fora tranquila e bonita, a lua formava uma esteira luminosa sobre as águas cristalinas do lago, parecia mergulhar dentro dele vagarosamente. Enquanto isso, tocávamos instrumentos de corda, como violões, violoncelos ou violinos. Pareceu me uma verdadeira cena de filme. Fora uma noite maravilhosa, digo, para nós até certo ponto. 

Atravessava o longo corredor de "nossa" casa, quando ouço um grito alto vindo da rua. Uma multidão se voltava rapidamente em volta da calçada de um prédio, me aproximo devagar e abro caminho em meio á multidão. O que será que observavam? Será que..?

-Meu Deus! Não! - grito, sinto lagrimas densas cruzarem meu rosto. Ela....

Continua...

O que acham que haviam no centro da multidão? Comente sua opinião

Bia

O Recomeço // Carl Grimes #2 TWD Onde histórias criam vida. Descubra agora