O Recomeço // Carl Grimes #2 TWD

13 capitulo: "Philip"

Recapitulando:
... o suposto "Sam" retira a arma do bolso e mira em Josh. Até que... Bang!

Acontece tudo muito rápido, a mira na parte esquerda do crânio de Josh, o estrondo se aproximando cada vez mais, e o meu braço se entrelaçando ao do homem puxando o e fazendo cair inconsciente, perdeu um pedaço de sua orelha esquerda, porém vivo.
Sam se levanta e se aproxima de nós. Me arrasto para trás sem forças para me levantar.
-acha que vai mesmo escapar? - chega extremamente perto de mim olhando para meu corpo caido com ar de autoridade.
Continuo lutando para fugir usando as mãos e os pés para permanecer me arrastando. O açougueiro se agacha sobre mim e com sua faca rasga minha blusa.
-sinto muito, mas Josh ainda não pagou suas dívidas - ele finge um rosto triste antes de dar um sorriso malicioso e aproximar suas mãos de mim.
E agora? Ele está sobre mim, ainda tem algo que posso fazer?
Penso rápido e chuto os seus testículos lançando o para longe.
Me encolho em posição fetal virada de costas para a multidão que se aglomerava em volta de nós. Dois brutamontes puxam Sam para trás e o batem até este perder a consciência.
Sentia a humilhação pairando sobre mim, eu tremia incessantemente até que ouço uma voz familiar.
-Melanie? - se aproximava correndo - Melanie?!
Carl me envolve em um lençol vermelho vinho, me posicionando sentada de uma forma que apoiasse minha cabeça sobre seu peito enquanto me abraçava forte sem coragem de pronunciar uma palavra sequer.
*****
Acordo na manhã seguinte ainda enrolada no mesmo lençol vermelho, porém agora me localizava na lavanderia dentre os braços fortes de Carl, que nem ao menos piscava direito.
-você está melhor? - diz dócil olhando para mim.
-sim.
-eu... encontrei um moletom velho meu que estava sobrando nas minhas coisas - ele pega o moletom preto e grande que estava ao seu lado.
-obrigada - dou um pequeno sorriso colocando o.
Carl sorri corado.
-o que foi? - pergunto rindo leve.
-nada - ele ri.
Avistamos o alto homem moreno se aproximando com uma bandagem na orelha ao lado de um outro homem de cabelos oleosos presos num pequeno rabo de cavalo e um olhar duro e frio.
-Melanie... - ele coça a cabeça - obrigado... por me salvar - diz tímido - e eu sinto muitíssimo por ter te feito passar por aquilo ontem.
-não foi nada - minto respondendo tanto o agradecimento quanto o pedido de desculpas.
Então Josh volta a se afastar deixando apenas o desconhecido junto à nós.
-Olá, meu nome é Philip, Philip Blake, mas todos me conhecem por "governador".
-prazer, meu nome é...
-Melanie! - ele me enterrompe - eu suponho.
-sim...
-eu gostaria de mostrar um pouco do local para você pa...
-nós adoraríamos - Carl o interrompe.
-tudo bem - Philip sorri com desgosto para ele.
*****
Andávamos pelas ruas nas quais o sol brilhava, porém tomadas pelo frio rigoroso do inverno.
-aqui é onde estocamos comida - Philip aponta o local onde tudo aconteceu ontem, o armazém.
Chega a me dar calafrios só de pensar as coisas que aconteceriam ontem ali, bem naquele pedacinho de chão, um homem morreria, uma jovem seria estuprada.
-logo ali fica o apartamento onde moro - ele aponta uma construção alta, mas simples.
Prosseguimos andando pela Main Street.
-eu planejava dar ao seu grupo um prédio para se alojarem, apenas como um presentinho de boas vindas - ele sorri - de quantos estão?
-somos onze... quero dizer... dez... doze? - Carl se enrola esquecendo o que acontecera com Gary.
-e podem ficar de três em cada apartamento?
-claro - respondo.
-ótimo - ele mantém o sorriso no rosto - darei lhes então quatro, quatro apartamentos - ele repete - é logo ali, podem transferir suas coisas para lá.
-obrigada.
*****
Ao terminarmos de levar todas as nossas coisas da lavanderia para os apartamentos o governador pede um instante a sós comigo para Carl, que olha para mim indeciso esperando alguma reação.
-tudo bem - dou lhe um beijo na bochecha - volto já.
O homem desce comigo pelas escadas até a rua em silêncio.
Paro na calçada e me sento no meio fio.
-e então...? - digo.
-eu queria conversar sobre... - ele se senta ao meu lado - é por que quando eu te vi... eu senti algo forte em você - olho para ele com ar de dúvida - senti que você de alguma forma mudaria minha vida, e que podia confiar em você, e ainda o quanto você é forte, como conseguiu lutar com aquele homem.
-e o que pretende com essa conversa?
-eu gostaria de te perguntar, se não for algo além da minha conta... o que pretende neste lugar?
-sobreviver... Como sempre.
-então por que me fez sentir daquele jeito?
-nunca se sabe - dou de ombros com um fraco sorriso - tenho que voltar para dentro se não se importa...
-tudo bem, eu a verei de novo, não é?
-penso que sim - digo ja na porta entrando no prédio e deixando o ali sentado na calçada, no meio da Main Street.
Não sei por que, mas, apesar de ele soar autoritário com todos, durão e forte, me parece que por dentro desta máscara que ele criou sobre si mesmo, havia um homem fraco e covarde.
O que eu ainda não sabia é que Philip, se este sequer era seu nome, não era quem dizia ser.