08.Alvos fáceis.

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(Ouçam a musica para entrar no clima.)

O sol ofusca a visão de Stella que tenta disparar flechas em um alvo posto a dez metros de distância próximo a um cercado de madeira simples. A garota estende a flecha com a mão mecânica tentando controlar sua força, mas tem uma tremenda dificuldade em manipulá-la. Sobre seus pés estão vários arcos partidos ao meio.

-Tente usar a mão boa.

Diz um homem já de idade, vestido com uma camisa branca de mangas longas, com uma mancha de café enorme no peito.

-Velho idiota. -ela sussurra irritada com a fala do velho.

A flecha é estendida a um certo ponto, ela solta e ela voa curva e atinge um pouco acima do ponto vermelho do alvo, em uma linha branca. Stella salta e grita como se tivesse ganho um prêmio incrível.

-Isso ai! -um menino comemora, seu cachorro late incessantemente excitado.

-Eu consegui! Mas -ela dá uma pausa ofegante e continua- desisto, isso é muito difícil.

Ela entrega o arco e a aljava de flechas para o garoto e vai até a varanda da mansão, se senta em um banco de madeira. O menino tenta alguns disparos enquanto recebe instruções do velho. Os cabelos da jovem estão soltos se espalhando por seu rosto suado de uma árdua manhã de exercícios, ela confessa mentalmente que mesmo com o cansaço, estava sentindo falta.

-Ele parece ser esperto.

A voz vem de Thomas, sem camisa deixando a mostra seu peitoral definido, os cabelos louros estão presos em um rabo de cavalo, a barba outrora por fazer já começa a crescer em sua cor natural bem clara, quase loura como os cabelos. Logo após o desjejum matinal preparado por um dos rebeldes ele recebeu atendimento médico de Gisilda que preparou um remédio com ervas locais e passou no local ferido, evitando assim possíveis infecções e bactérias; depois a mesma enfaixou o local e entregou para Thomas um frasco de remédio que ela mesmo fez, o orientando a tomá-lo antes de dormir e após o almoço.

-Você gosta de se mostrar não é mesmo?

Ela ri e aprecia a bela vista sem esconder os olhares, mesmo sabendo que ele é um cafajeste ela sente atração, afinal os hormônios estão a mil nessa idade. Porém Stella se exila muito em suas relações, teve alguns casos aqui e ali mas nunca algo tão marcante e Thomas não seria esse "escolhido", não faz muito o tipo dela para uma relação a longo prazo, talvez só por uma noite.

-Somente para lindas damas.

-Deixe sua cordialidade de lado.

-Não posso, vem no conjunto.

Ele encosta em uma viga de madeira observando o garoto se divertindo com seu animal no campo.

-O que aconteceu ai? -ela indica com o olhar o ferimento de Thomas.

-Ah... Esquece isso.

Ela dá uma risada mais alta e se ajeita no banco que se movimenta levemente para trás.

-Você não era um especialista no assunto? Foi enganado por uma adolescente?

-Ela não era adolescente.

-Claro que era! Os peitos dela eram menores que os meus!

Thomas fita os seios de Stella, ele abre um sorriso malicioso e balança a cabeça.

São belos seios.

Ela usa veste uma blusa de lã com um decote sutil aderindo as suas curvas, o vinco dos seios fica a mostra, não são peitos gigantescos e exagerados como os das meretrizes de luxo das capitais, são naturais e a jovem gosta deles, apesar de não se sentir muito à vontade em vestir roupas mais vulgares, por isso sempre opta por casacos e corseletes. A blusa é de um verde bem fosco, blusa que fora presente de uma idosa, idosa que Stella salvou das mãos de um soldado sanguinário que tentava matá-la enforcada por não ter pago os impostos do mês anterior. Ela guarda o presente com muito carinho pois a senhora havia bordado a blusa de lã para sua filha que tinha falecido a poucas semanas antes do ocorrido, morta por uma doença terrível, motivo da senhora não ter pago os impostos e quase ter perdido sua vida.

As Crônicas Estelares - A Espada RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora