As Crônicas Estelares - A Espada Rebelde

10.A reunião dos sete.

Os demais deixaram a sala, ficando apenas os líderes e alguns de seus homens ou mulheres de confiança.

-Teodor Aurelius já está no trono a muito tempo desde a morte de seu irmão Samuel Aurelius segundo.

Diz Andrej com a voz firme, Stella está sentada ao seu lado.

-Samuel? Achei que fosse Seifer –diz Fabian- Mas quem se importa com a linhagem de reis de Baldric Aurel? O que eles fazem afinal é contaminar o mundo com suas intrigas.

-A linhagem deles é importante, nem todos foram ruins. Mas como sabe não é da cultura de Aurelianos matarem seus próprios pais.

Cutuca Bastian de braços cruzados, ele ri ironicamente, Fabian responde com um olhar nada amigável.

-Sem brigas.

Se impõe o golem Dmitrius, ele estende a mão direita e agarra o frango assado. Os dois se entreolham mais uma última vez e então se viram para Andrej que continua:

-Samuel realmente não fora um Rei ruim, é claro que teve algumas guerras, mas todas foram consequências dos erros de seus antepassados, eu fui amigo dele, por isso posso dizer. O que aconteceu com Samuel foi, na verdade, assassinato, é óbvio e acho que todos aqui concordam comigo.

Ele olha para todos ali presentes, eles assentem com a cabeça. O anão Marcus diz:

-Em Escudo do Leste os reis são escolhidos pelo próprio povo, é rei aquele que o prova.

Os anões levam a honra e o compromisso muito a sério. Dmitrius concorda com o anão enquanto mastiga metade do frango.

-Quem dera todas as nações fossem como sua honrada terra natal.

Comenta Aleksei o ladrão, este retira a cartola e a coloca sobre a mesa e se serve de vinho.

-O que planeja Andrej?

Questiona Lorenza a escarlate, curiosa. Ela está estirada sobre seu assento, ao seu lado está a jovem Gisilda de cabelos rosas raspados na lateral.

-Quero cortar o mal pela raiz.

Eles ficam em silêncio, o golem engole metade do frango sem mastigar direito, Aleksei se engasga com o vinho, Marcus arregala os olhos espantado, Fabian abre um sorriso, Bastian franze as sobrancelhas, Lorenza permanece séria e Stella diz:

-Quer assassinar o Rei?

-Espere, ela não pode falar, não tem p..

Fabian havia começado a falar mas é cortado por Andrej que diz:

-Ela tem liberdade total para se expressar.

O tallumano se irrita e grunhe em silêncio um palavrão em sua língua mãe. O anão Marcus se manifesta:

-É uma ideia um pouco inusitada... Não? Afinal, não é todo dia que reis são assassinados. Ainda mais um Rei de tamanha importância como esse.

-Se matá-lo fosse fácil já teriam o feito antes.

Comenta Lorenza.

-Acho que está enganada, todos querem matar o Rei mas não são todos que tem a coragem para tanto –diz Aleksei– Mas mesmo assim... Como isso resolveria nossos problemas? Um Rei morre e outro é posto em seu lugar.

-Só se extinguirmos a linhagem toda e colocarmos um palhaço no trono, ai sim teríamos o reinado perfeito.

Diz Fabian com um sorriso estampado em seu rosto, o bigode se arqueia com os lábios.