Capítulo 3- Ana

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Nos acomodamos na cafeteria e pedimos um capuccino. E minha amiga que me conhece tão bem já foi logo perguntando:

-O que foi que Matheus fez dessa vez?

Eu olho pra ela meio assustada por ela saber que tinha algo errado e dou um sorriso torto.

- Ah, amiga, nada...

- Até parece! Olha tua cara. Vai, o que foi?

- É que sei lá, eu mal o vejo. Tu sabe, ele faz faculdade de manhã, trabalha à tarde e nem sempre ele dorme lá em casa, eu me sinto sozinha...

Digo e encosto a cabeça na mesa.

- Sim amiga mas tu já sabia né, tu não tem que se sentir sozinha, é só me ligar quando tiver assim.

- Digamos que o meu relacionamento com Matheus seja um pouco diferente do meu contigo... Se é que você me entende

Ela e eu caímos na gargalhada.

- Hmm, sei... -ela disse ainda rindo

- E também, -continuo-, às vezes quando a gente se fala sinto que ele está distante... Sempre tem coisas pra fazer e acabo me sentindo por fora do dia a dia dele.

- Eu entendo... -ela diz.
Mas tu tem que parar com isso. Tu sabe que ele é doido por tu, isso é coisa da tua cabeça.

- Deve ser mesmo -digo me convencendo-, agora vamos pra casa?

-Bora! -ela diz e saímos do shopping.

Chegamos no apartamento dela e falamos com seu Joca, o porteiro dela. Que como sempre, deu um belo sorriso. Seu Joca era ótimo! Subi com as compras -que eram muitas- de Alice, quando botamos no chão da sala dela, nos despedimos com um abraço e eu peguei meu rumo pra casa.
- Era ótimo morarmos tão perto. E sorri.

Cheguei ao meu apartamento, chamei o elevador e fiquei me perguntando se o Matheus já tinha chegado. E logo me deu um aperto no coração, porque eu realmente estava com saudades dele, mas achava que ele estava ocupado demais...
As portas se abriram e Dona Vera saiu com o que restava de suas malas. Olhei no meu relógio e já marcava 17:15h, puxa.

-Estou indo, minha filha. Boa sorte com seu namorado, vocês são lindos, um casal maravilhoso, jovens e apaixonados.

E me deu um abraço apertado. Senti as lágrimas brotarem, eu realmente sentiria saudades dela.

-Você terá um futuro brilhante. - Ela termina.

-Ah dona Vera... -digo emocionada.
- A senhora é um amor, e muito obrigada por todos os conselhos, sucesso mande um abraço pro Felipe, seu filho!

-Pode deixar.

Nos abraçamos mais uma vez. Ela trancou sua porta e eu abri a minha.

-Matheus? -nada dele.

Olhei para a cozinha e o Matheus estava lá, com um buquê de rosas vermelhas com cara de bobo!

-Meu Deus! -gritei de espanto.

-Senti saudades...

Ele diz, eu solto a bolsa e pulo nos braços dele chorando. Bem cena de filme. Ele põe o buquê na bancada e me abraça forte. Como eu senti saudades daquela criatura.

-Ei, tá chorando? Não chora, boba. -ele diz.

-Ai, Matheus. Tu apronta cada uma! Bobo!

E ele me beija, com um beijo de pura saudade que dura até perdermos o fôlego.

-Tava com saudade mesmo. -digo, rindo.

-Estava sim. -ele diz e me beija novamente.

Sorrio igual uma estúpida, enquanto ponho meu buquê em um vasinho com água. Ponho ele na mesa e tiro foto pro snap, postando e mandando pra Alice, claro.

-Tu tava estranha hoje. -ele diz.

Será que todo mundo me conhece tão bem?

-O que aconteceu? -ele pergunta.

-Ah, nada amor.

-Nada não, alguma coisa houve. -ele pega meu queixo e ergue para que eu olhe pra ele.
E eu o abraço forte, ele me aperta sem entender. Só me aperta. Eu amava aqueles abraços.

-Tava com saudade... -começo baixinho-, te achei tão distante esses dias.
Ele me leva pra sentar na cama pra que eu continue.

-Sei lá, tu tem estado tão ocupado, sabe? -não olho pra ele, olho pro meu colo.

-Mô, não acredito. Eu só sei pensar em tu, sinto tanto tua falta. Penso em tu o tempo todo e em como eu queria que tu estivesse comigo, penso no que tu tá fazendo naquele momento e em como tu é linda...

E essas palavras foram suficientes pra que eu começasse a chorar muito.

-Para vai, sabe que eu não sei consolar, a psicóloga aqui é você.

Rio com isso e decido tentar parar de chorar, como eu sou besta.

-Eu te amo, sabia? -pergunto.

-Claro que ama, todas me amam. -ele zomba.

-Todas, é? -olho ameaçadoramente pra ele.

Ele me cutuca me fazendo cócegas.

-Para com isso, idiota! -digo gargalhando.

-Também amo você. -ele diz e me beija, dessa vez intensamente e eu já sei no que vai dar. E nos entregamos um ao outro, de um jeito apaixonado.
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E quando terminamos, só ficamos abraçados olhando um para o outro e rindo igual bobos.

-Vou tomar banho. -digo

-Certo. Vamos pedir pizza? -ele pergunta.

-Siiiiim! -respondo muito feliz.

Ele me dá um selinho e sigo para o banho. Coloco um pijaminha mas depois troco, e prefiro a boa e velha camisa do meu namorado, com um shortinho.
Depois de longos 35minutos chega nossa pizza. Pagamos e ficamos assistindo Querido John enquanto Matheus falava que aquele filme era chato e eu defendia o filme. Depois lavei os pratos, já cansada. Escovamos os dentes e ficamos sem nada para fazer. Era 20h20 e o Matheus decidiu estudar enquanto fui conversar com a Alice pelo Whatsapp...

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