Quando pousei no Rio de Janeiro não gostei do gosto ruim que se formou em minha boca. Era um gosto amargo como chupar ferro. É. Não gostei do rio. Eu gosto de lugares doces. Eu sei, é uma comparação estranha, mas sempre que piso no lugar penso no gosto que eu senti em está lá. E minha estadia nunca foi boa em lugares em que senti um gosto ruim na boca. Bom é quando sinto um gosto doce misturado com algo salgado, mas odeio tudo que é amargo.Gosto de comparar com chocolate. Estranho? Eu sei. Eu sou chocólatra assumida. Mas para mim não existe isso de amargo ou meio amargo. Tem que ser doce caramba! Foi por isso que não gostei do Rio de primeira instância após cinco anos sem pisar aqui. Não gostei do gosto, não gostei do cheiro e não gostei do ar. Era só o que me faltava. Passar quase três meses num lugar que já cheguei odiando.
Enquanto falava mal dos brasileiros os chamando de porcos por ter pisado em um chiclete. ― Em minha língua de batismo. ― Avistei minha avó com uma placa escrita "Olivia Dasovic Vasconcelos". Sério? Precisava botar o nome todo? Porque não botou "Liv Dasovic" Viu? Bem mais simples. Andei até ela, com o chiclete que grudou em minha bota ―essa bota não foi nada barata! ― grudando no chão a cada passo, e peguei a placa ―Folha A4 ― e joguei na lixeira, mas próxima.
― Uma neta normal abraçaria a vovó antes de ser mal educada. ― Falou fazendo cara feia.
― Uma vó normal não ia fazer cara feia no primeiro momento que vê a neta. ― Repeti a careta dela. ―Oi vó. ― dei lhe um abraço e um beijo na testa. ― Encolheu?
― Você que cresceu de mais. Seu cabelo esta tão comprido ― Disse passando a mão em meu cabelo e jogou a mecha atrás da minha orelha. ― Menina! Como eu estava com Saudades. ―Me abraçou.
― Vó a senhora me viu tem seis meses. ― disse enquanto era sufocada em um abraço apertado.
― Muito tempo, muito tempo. Como você está? ― me perguntou.
― Nada mal. ― Respondi e reparei que tinha um cara alto e bonito ao seu lado. ― Ele está com você?
― Ah, sim. Esse é o Rafael filho do Eduardo marido da sua tia. Ele está morando conosco agora. Sua tia está de plantão no hospital e pediu para ele não me deixar vir sozinha. Vê se pode! Como se eu fosse uma inválida.
― Ninguém te acha uma inválida vó Teresa. Oi― Ele estendeu a mão para mim e eu o cumprimentei. Acho que ele não era de sorrir muito.
Começamos a sair do aeroporto e fomos até o estacionamento. O tal Rafael se aproximou de um carro e o destrancou. Não entendo muito de carro então não sei qual modelo era. Abriu a porta malas e colocou minhas malas, agradeci mais ele não deu muita bola. Ele entrou no carro e minha vó entrou na porta do passageiro e eu fiquei atrás. No caminho liguei para minha mãe avisando que já havia chegado. Minha vó pediu para falar com minha mãe então deixei que elas conversassem. Depois, devolveu meu celular mais como à bateria estava acabando não pude escutar música então o guardei. Conversei com minha avó durante o caminho que por conta do transito demorou um pouco. Carros buzinando a cada instante não são muito comuns no Canadá então o caminho até a casa foi estressante.
Quando chegamos já era bem tarde e creio que já passava da meia noite. Rafael estacionou o carro na garagem e me ajudou a tirar as malas do carro. Entramos e eu tirei o casaco, pois o rio é quente demais. Dona Teresa foi ligando as luzes e pediu para que Rafael me levasse até o quarto que eu iria dormir. Segui-o por um corredor e ele entrou na terceira porta. Deixou as malas no quarto. E disse para eu me sentir a vontade.
― Quem dorme aqui? ― Perguntei antes que ele saísse.
― Meu irmão Pedro. Filho da sua tia com meu pai. Mais ele foi passar umas semanas na casa do meu tio então você dorme aqui enquanto isso. ― disse. Zeus, eu esqueci do pequeno pedro. Como eu sou horrivél. Ele saiu do quarto e segui-o novamente e ele foi até a cozinha onde minha vó estava.
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Eu, você e o cão que nos seguiu.
Teen FictionDepois de tanta relutância Olivia aceita ir passar um tempo na casa da sua avó materna. Porém ao chegar conhece Rafael, o enteado de sua tia Inês. O que ela não esperava era que teria que passar todo o tempo no Brasil dividindo o mesmo teto que Rafa...