Histórias de um Cabaré (Um conto de Pombo Giras)

O Reencontro

Depois de alguns segundos de espanto, Maria Padilha gargalhou olhou para aquele homem e disse

- Sim meu caro, muito tempo, o que ainda faz aqui?

Ele usava uma cartola preta e uma calça social, estava sem camiseta e usando uma capa preta, sua pele era moreno e seu olhar era profundo, então ele deu um sorriso de cabeça baixa e respondeu

- Depois que você me matou nunca mais sai daqui!

Então Dama Da Noite chegou até o corredor deu um sorriso e disse

- Seu Tranca Ruas, a quanto tempo não via o senhor!

Ele respondeu a ela com um sorriso, ambos se abraçaram!.

Maria Padilha já cansada perguntou

- José ou Tranca Ruas, não sei por qual nome você atende agora, bom tanto faz! Fale logo o que quer?

Aquele homem gargalhou e se sentou na velha poltrona e a respondeu

- Não quero nada! Não lhe pedi nada!

Maria Padilha com um ar estressado se virou e desceu as escadarias arrastando a saia rodada daquele belo vestido, chegamos lá embaixo, saimos pela porta de entrada, ela parecia estar bem nervosa, ela caminhava em minha frente, cheguei a chama-la mas ela continuou andando por aquele jardim, foi quando ela ouviu uma voz feminina falar

- Mamãe?

Novamente seus olhos esbugalharam, era muita surpresa para uma noite só! Ela se virou para traz, e la estava uma garota que aparentava ter uns 17 anos, ela era branquinha, seus cabelos lisos e ruivos usava um corpete rosa e uma saia longa salmão, ela era linda demais parecia uma princesa, Padilha correu ate ela e deu um forte abraço e disse

- Minha preciosa, minha filha por onde andou por tanto tempo?

- Desculpe mamãe por ter feito o que eu fiz, ter desaparecido na vida e virado uma garota de cabaré! Disse aquela garota

- Esqueça o passado filha, isso já não importa mais! o que aconteceu, aconteceu e acabou! Bom, você também vive por aqui igual aquele homem nojento? Perguntou Padilha

- Não, as vezes venho aqui, ando por esse jardim, subo até meu quarto e depois me vou, eu trabalho como Pombo Gira também! Respondeu ela

- Como minha filha? e porque? Com um ar de espanto Padilha perguntou

- Sim mamãe, matei alguns velhos nojentos que tentaram algo comigo que eu não quis, alguns homens porcos, e por fim fui morta por um! Bom, hoje sou conhecida como Pombo Gira Menina!

Maria Padilha, segurou suas mãos deu um sorriso e disse

- O que importa é que você esta bem meu amor! Só isso, e eu te amo muito minha filha!

Então ela soltou as mãos de Menina, e ela disse

- Obrigado mamãe, me vou embora, os espíritos ja me chamam!

Elas se abraçaram, Menina se virou e foi caminhando, e conforme ela caminhava naquele jardim a luz daquela linda lua, seu vestido salmão brilhava e o seu espírito desaparecia.

Maria Padilha, caminhou e se sentou em um banco no jardim perto do chafariz, ela parecia estar mais calma, estava com um ar sereno, esperamos Dama Da Noite sair daquela casa, não demorou muito e ela saiu, olhei ela de longe e me apaixonei novamente, todas as vezes que eu há via, eu me apaixonava! Ela descia as pequenas escadas da varanda, arrastando seu vestido negro, que com a luz da lua fazia os detalhes com paetês pretos brilharem muito, seus cabelos balançando, e sua boca com aquele lindo batom vermelho, como pode, uma mulher ser tão linda, eu estava cercado de mulheres maravilhosas Maria Padilha era linda demais também! Bom, Dama Da Noite se aproximou, nos levantamos e saímos, Mulambo nos esperava sentada em uma pedra do lado de fora, ela se levantou e continuamos e caminhar naquela estrada longa, a luz da lua iluminava o caminho quando escutamos um forte barulho de pulseiras, Dama Da Noite fechou os olhos, deu um sorriso e disse

- Minha velha amiga, mas quanto tempo!