Histórias de um Cabaré (Um conto de Pombo Giras)

O Festejo

Andávamos naquela estrada de areia sem fim, quando ouvimos barulho, Padilha comentou

- Mas vejam só! O fervo la deve estar muito bom!

Caminhavamos, quando chegamos em uma parte daquela estrada onde havia duas tochas e um caminho em meio da floresta, Dama Da Noite olhou bem para aquele caminho sorriu, acendeu um cigarro e disse

- É por aqui, venham!

Então entramos. Que lindo caminho muito florido, Dama Da Noite se concentrou bem, e seu vestido brilhou, e quando a luz passou ele se tornará mais lindo, no corset havia um laço, a saia do vestido era ainda mais rodado, ela era de veludo e havia alguns detalhes com uma renda de paetês pretos seu cabelo estava jogado pro lado, exbindo seu brinco enorme de brilhante, seu batom se tornará mais vermelho e suas unhas tambem, usava anéis lindos de brilhante, carregava um leque preto, que linda ela estava! olhei para traz Padilha também se concentrou, e seu vestido se tornará preto e dourado, estava também com um corset preto e uma saia dourada, usava brincos de ouros, e anéis também, seus cabelos estavam soltos em um liso cacheado, que perfeita eram elas! Mulambo não se importou muito em mudar a aparência, mas mudou, sua saia estava em um tom ferrugem e seu pano da costa era preto com pontos dourados e seu turbante era do mesmo pano que o pano da costa, mas do mesmo jeito estava linda, casaria com todas! Aquele caminho estava acabando, a fumaça aumentava e a musica se aproximava, andamos mais um pouco ate chegamos la, havia muita gente dançando em volta de uma enorme fogueira, eram mulheres lindas e homens de bom portes, mas alguns em formato de bichos, até algumas mulheres também estavam em formato de bicho, ao meu lado correu um ser estranho, era vermelho metade do corpo era de mulher e a outro de um homem com perna de bode, e essa corpo carregava duas cabeças uma feminina e a outra masculina, me assustei, e então Dama da Noite me acalmou

- Mantenha a calma seu moço é só o Exu de duas cabeças!

Era difícil manter a calma em um lugar assim, tão estranho, logo que demos alguns passos a cigana se aproximou, ela estava mais linda que nunca, sua maquiagem tão forte, sua saia ainda mais colorida e no corpete dourado havia paetês, ela carregava um pandeiro com fitas coloridas amarradas e o cachimbo na outra mão e o baralho preso no peito, que linda ela estava, nos deu boa e pediu para que a gente girássemos em volta da fogueira, eu estava com um pouco de medo ainda, então preferi ficar de canto, Dama da Noite, Padilha e Mulambo foram.

Que fogo alto, que quentura forte, eles cantavam algo em louvação a um espirito maior, aquilo me pertubava, a sensação era horrivel, eu estava ficando louco, era tanta perturbação que eu já não conseguia manter a calma, eu comecei a andar sem saber por onde ia, minha vista estava embasada, na minha mente passava filmes, lembranças de meu tempo de vida horrivel, as pessoas que matei as mulheres, tudo, quando derrepente tudo apagou.