Tão magro e estranho

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Seu nome fazia juiz pelo o que era, ele era estranho, de tão alto e magro chegava a ser mole, então Padilha perguntou

- O senhor esteve aqui esse tempo todo?

- Sim, estava sentado ao lado do caminhão! Ele respondeu

Aquele lugar tão feio, sombrio, rua escura, e abitavam variedades de espíritos, quando derrepente um homem vivo, passou correndo, ele não nos via, mas viamos ele! Ele parecia estar desesperado, afinal o que um homem fazia tão tarde da noite correndo em uma rua tão escura? Foi ai que logo atrás passou um homem encapuzado, de calça jeans e com uma arma na mão, aquilo obviamente era um assalto, então Dama Da Noite olhou para para o Exu Mangueira, e levantou a sobrancelha, ele fez um sinal de sim com a cabeça, ela sorriu e seu espírito foi muito rápido até esse assaltante, ela corria junto com ele e Exu Mangueira tomou os olhos de um homem que dirigia sem saber o motivo, e foi ai que Dama da Noite fez ele se travar no meio daquela rua, e Exu Mangueira fez o tal homem acelerar o carro, e foi então que um "acidente" aconteceu.

Dama da Noite e ele voltaram, ela o agradeceu e Pediu para que Mulambo guiasse o senhor que estava com muito medo até sua casa, Mulambo nos deu boa noite e se foi.

Que estranho era, causar acidentes resolveria aquele situação toda? Pensando bem se não tivesse acontecido aquele acidente, o senhor que estava correndo do assalto poderia estar sem vida momentos depois.

Eu olhei para aquele homem, o tal Mangueira, e ele estava sendo no meio fio, ele levantou a cabeça me olhou e me perguntou

- E o cabra que tiro a tua vida, cade?

O cabra que tirou minha vida? era difícil responder aquilo, eu não sabia, então falei

- Nem sei quem ele é!

- Mas uma hora você descobre, e ferre com ele! Disse Exu Mangueira

- Seu moço, nem sempre a vingança é certa, tenha paciência o que é dele quando for a hora resolveremos! interferiu Dama da Noite.

- Sei disso dona Dama, mas às vezes  trabalhar com as nossas próprias mãos nos aliviam! Disse Exu Mangueira

- Nem sempre seu moço, nem sempre! Completou Dama da Noite

Qual teria sido a história daquele homem? Pelo jeito a vida dele foi cruel, então e o perguntei

- Mas camarada, o porque de tanta sede de vingança?

- O porque? Minha vida foi aterrozizante, fiz muita besteira, morei na rua, passei frio, fome e tudo de ruim que você possa imaginar, e então quando morri há pauladas, acordei no outro mundo revoltado, fui contra tudo e contra todos! E hoje to aqui, um velho, sujo, bêbado e vivendo em uma rua nojenta!. Respondeu ele

- Mas não seja assim, tenha paciência com tudo! Disse Rosa Caveira

Parecia mesmo ter sido uma vida dificil, ser morto há pauladas por ser um mendigo devia ser uma das piores sensações, talvez ele seja aquilo devido ao que passou, sua sede de vingança nunca teve e nunca terá um fim.

Então um silêncio dominou aquele momento, Dama de Noite olhou para todos e disse

- Vamos? Rosa, Mangueira, vem conosco?

- Ficarei por aqui mesmo! Respondeu Rosa Caveira

- Eu também! Disse seu Exu Mangueira

- Está certo então, vamos Padilha, vamos seu moço!

Então nós fomos, fiquei com aquilo na cabeça, será mesmo que eu deveria me vingar do homem que me matou? Então ouvi uma voz feminina cantando uma música e a música dizia assim

- Ela é 17 das sete encruzilhadas eh 7 Saias vem chegando com o barulho da sua saia!

Então Dama da Noite sorriu e falou baixinho

- Minha amiga, como é bom lhe encontrar!

Histórias de um Cabaré (Um conto de Pombo Giras)Onde histórias criam vida. Descubra agora