Eu amava ver ciganos, eles me acalmavam, eles traziam felicidade naquele jeito serenos de ser, naqueles sorrisos sinceros e sarcásticos, eles eram a paz em si.
Eles se aproximaram, e Maria Padilha os comprimentou
- Boa noite Cigano Alejandro, boa noite Rosa dos Ventos!
Ela era uma mulher linda, era alta sua pele branca, suas joias douradas, seus cabelos eram lisos e negros, seu lenço no cabelo era dourado, e carregava duas rosas vermelhas no alto da cabeça, sua blusa era vermelha, e sua saia colorida, ele era um homem de bom porte, tinha cabelos grandes, pretos e lisos, sua barba também grande e seu turbante era um verde escuro, ele usava de uma camisa social de cetim dourada dobrada na altura do cotovelo e por cima usava um colete e preto, ele estava com uma calça preta, e por sinal também usava muitos ouros, até nos dentes! e então ele respondeu
- É sempre bom ve-la Maria! Estava comentando com Rosa até uns ventos atrás que queria encontrar vocês!
- Sim queria mesmo ve-las! Completou Rosa dos Ventos
- Fico feliz! Respondeu Dama da Noite
- Vi Menina, andando mais la pra frente! Disse Rosa dos Ventos para Maria Padilha
Maria Padilha, abaixou a cabeça, deu um suspiro baixinho e respondeu
- Ah sim..
Acho estranho, o que deve ter acontecido de tão ruim assim entre as duas, que por mais que o coração apertasse de amor o orgulho falava mais alto, a saudade vinha todo momento em que Maria ouvia a palavra "Menina", afinal eram mãe e filha, e pelo o pouco que soube Maria Padilha a criou debaixo de todo amor que alguem possa ter, eu sempre tive essa dúvida e queria tirá-la, mas tinha medo que Maria Padilha ficasse magoada ou coisa do tipo.
Maria Padilha já cansada, olhou para o luar e respirou fundo, e naquele olhar sereno eu pude ver seus olhos brilharem profundamente, então ela colocou a mão sobre o peito e tirou um maço de cigarro, tirou um e o acendeu, feichou os olhos o tragou e disse e com uma voz baixinha
- Ainda sinto o gosto daquela noite!
Dama da Noite olhou para ela, sorriu e falou
- Sei que sente dona moça, noites como aquela na terra é difícil se esquecer, até mesmo depois de mortas!
E então Padilha novamente respirou fundo e falou
- Sim! Bom, chega de lamentações, o que passou já passou, hoje estou aqui morta, acabou, vamos? Vem conosco ciganos?
- Não, obrigado pelo convite minha querida, mas estamos viajando para o oriente, temos trabalhos por lá! Respondeu Cigano Alejandro
- Ta certo então, bons trabalhos! Agora vamos? Perguntou novamente Maria Padilha.
Então continuam a andar, a estrada parecia ter chegado ao fim, e teríamos chegado em um grande campo de areia, ele era morto e sem vida venhuma, havia uma árvore morta, e uma moça sentada embaixo, Padilha arregalou os olhos e disse
- Eu não acredito!
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Histórias de um Cabaré (Um conto de Pombo Giras)
EspiritualAquelas mulheres, ah, como eram lindas! eu amava vê-las todas as noites..