Diário de uma conquista fracassada

Moretz?

23 de fevereiro, segunda, 2015
(Pulei o domingo porque sou dessas)
DIÁÁÁRIO! Você vai cair depois que eu te contar o que aconteceu! Ai meu Pai do céu, eu nem sei por onde começar!
Foi assim, eu sai de casa meio chatinha, diga-se de passagem, deprimida, por causa do Lucas e fui andando já que não deu pra minha mãe me levar e eu perdi o ônibus.
Depois de uma caminhada MUITO dolorosa, eu cheguei naquele lugar lindo e maravilhoso (Fell the sarcasm) chamado de escola.
-Não olha pro lado.- A Meredith falou comigo.
-Porquê?- Perguntei olhando em volta.
-Quem tá passando é o bonde.- Olhei pra ela com aquela cara de "Me poupe, se poupe, nos poupe" e ela sorriu.- Completa a música, caramba.
Olhei em volta e vi que nem o Lucas e nem o Rafael estavam por perto.
-SE FICA DE CAÔZADA, A PORRADA COME! NÃ-NÃ-NÃO OLHA PRO LADO...- Enquanto eu cantava igual uma louca, a Mere começou a fazer um beat box e nós ficamos igual duas funkeiras malucas. A gente ia continuar e tals, mas aí bateu o sinal e nós fomos pra sala.
-Mere, senta aqui na minha frente!- Disse e ela sentou.
-Jully, olha pro Rafael, agora!- Ela sussurrou, mas o engraçado é que ela sussurra gritando, dá até um pouco de medo. Olhei pro dito cujo e vi que ele tava me encarando e sorrindo e sem perceber eu sorri de volta.
-Rafa, meu amorzinho!- Aquela voz seca e afinada, agonizando a vida, aquele cheiro de Trident de menta, só significava uma coisa.
-Fala, Moretz!- Rafael disse e deu um soquinho na mão dela.
Pra parar de ver aquele barril de silicone na minha frente eu desviei o olhar mais vi uma cena pior ainda. Lucas, meu Lucas estava conversando, E RINDO com aquela tal de Laura, meu sangue ferveu na hora, e tava até meio perceptível já que a Mere me disse que eu tava parecendo uma lagosta de tão vermelha.
E eu tava tão envolvida em ver aquela cena horrível que eu nem percebi aquela siliconada gritando comigo.
-O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ, AMÉLIA?- Nem preciso falar que acabou chamando a atenção de toda a sala, inclusive do Lucas e daquela ladra de boys.
-Camila, para de gritar!- Disse e ela arregalou os olhos.
-Eu quero conversar com você depois da aula!- Cada palavra dela era uma ameaça, eu engoli em seco e assenti. Ou seja, sorri pra morte, olha que maravilha!
A aula passou correndo assim como o recreio e depois de algum tempo o que eu mais temia aconteceu, o barulho do sinal.
Eu até tentei sair correndo junto com a Mere, só que aquela voz fina me parou.
-Parada aí, Amélia!
-Meu nome é Júlia.- Depois de falar isso eu percebi que eu invoquei um meme e todo mundo começou a cantar dark horse.
-ARE YOU READY FOR, READY FOR...- Toda a escola parou pra cantar isso eu só fiquei parada de boca aberta.
-CAUSE ONCE YOU MINE, ONCE YOU MINE...- O silêncio se instalou, eles estavam esperando eu completar e pra acabar logo com aquela palhaçada eu falei:
-Meu nome é Júlia!- Foi tipo: "Uhuuuu" muito louco!
O pessoal ia continuar se a Camila não tivesse gritado:
-CALEM A BOCA SEUS MISERÁVEIS!- Você não ouvia nem o vento, diário!
-Credo...- Sussurrei.
-Meu papo é com você!- A Camila me puxou pra um canto isolado e eu até tentei puxar a Mere, mas não deu certo.
-Cami...- Ela me interrompeu na hora.
-Cala a boca, eu quero saber AGORA, quem é sua nova inimiga?- Eu olhei pra ela meio confusa.
-O que?
-Amélia não se faz de besta, eu nunca mais ouvi você me chamar de siliconada, e hoje quando eu tava dando em cima do Rafael você nem ligou, você desviou sua atenção pra aquela novata horrorosa e me deixou lá, abraçando o Rafa, O QUE TÁ ACONTECENDO COM A MINHA MAIOR INIMIGA? EU SINTO SAUDADES!- Depois de vários minutos pra digerir o que eu tinha acabado de ouvir eu olhei pra ela com os olhos até um pouco marejados.
-Cami, eu nunca, nunca na minha vida vou achar uma siliconada igual você!- E depois disso aconteceu algo até estranho, nós duas nos abraçamos como amigas de longa data, mas é claro que ela quebrou o clima todo.
-Agora sai daqui, você fede!
Tá bom, sua ingrata.
-Então é só isso?- Perguntei enquanto me retirava.
-Não.- Olhei pra ela e esperei ela continuar.- Quem me substituiu?
-Ninguém, sua doida.
-É aquela novata de cabelo de pico, não é?- Assenti e não me pergunte o que deu nela, mas ela foi na direção do Lucas e da cabelo de pico.
-Lu! Meu amor!- Ela se jogou no colo do Lucas e a "Laura" vulgo novata do cabelo ruim se levantou.
-Garota, quem você pensa que é?- A Laura começou a falar o que atraiu a atenção de TODA a escola, sim, mais do que eu e a Mere cantando funk.
A Camila soltou uma risadinha que já era típica dela, algo parecido com "hihihihi", e encarou a Laura.
-Camila Moretz pra você, querida.- Quando ela disse essas palavras a minha cabeça virou uma máquina  do tempo.
"-Jully, para de drama, você vai gostar da nova escola!- Minha mãe colocou a mão no meu ombro, me confortando. Se eu tava com medo do primeiro dia? Que isso, tô super normal!
-Mãe eu sou tão boa, tão gentil.- Disse fazendo cara de boa moça.
-É necessário, minha filha.- Mesmo depois de vários escândalos que eu fiz ela me mandou pra dentro da escola, quando eu olho pro pátio tem uma menina não muito mais alta que eu e com os cabelos pretos caindo pelo rosto.
Depois de um tempo ela veio até mim.
-Diga seu nome, novata.- Eu que não sou pau mandado, falei:
-Me fala o seu primeiro.
-Camila Moretz pra você, querida.
-Sério? Não ligo."
Eu tava tão envolvida em lembrar do passado de que quando eu fui perceber, começaram a falar o meu nome.
-Deve ter sido aquela tal de Júlia que te mandou aqui, não é? Volta pro pasto.- Aquela Laura falou olhando diretamente pra mim. Eu joguei o cabelo pro lado e fui em direção a ela.
-Querida, é bom ter outra Júlia na escola, porque caso contrário eu vou voar nos seus cabelos.- A Siliconada quase morreu de emoção.
-Ai! Que linda! Aprendeu comigo!- Eu revirei os olhos enquanto sorria.
-Experimenta voar no meu cabelo! Eu vou arranhar a sua cara inteira!- Eu ia revidar, mas eu vi o diretor atrás dela.
-Chora!- A Camila disse no meu ouvido. Eu não questionei e obedeci, comecei a chorar.
-Srta. Mackenzie e Srta. Carniangro, na minha sala.
Eu estava extremamente linda na minha personagem de menina indefesa e chorona, quando a Camila diz algo que me fez rir:
-Vai mesmo, Carne de frango!
Depois de uma mini crise de riso eu segui o diretor.
-Podem começar a me explicar o que aconteceu. Com detalhes, por favor.- Diário, a barriga do diretor é tão grande, mais TÃO grande que chegava a pular pra cima da mesa dele.
Foi aí que eu lembrei do que a Camila sempre fazia quando nós duas íamos pra diretoria: Chorava, ameaçava chamar o pai dela, e fazia cara de cachorro na chuva.
-Diretor, essa garota me insultou e eu, inocentemente, fui perguntar o porque de tanto ódio e ela começou a falar coisas horríveis sobre mim, e...- Eu fingi de um jeito tão perfeito que você podia me confundir com a Fernanda Montenegro!
-Senhorita Mackenzie, não chore, se acalme. Srta. Carniangro, isso tudo é verdade?- A minha sorte é que a carne de frango começou a gaguejar, o que fez parecer culpada.
Eu nem preciso falar que a Laura se ferrou. Na verdade, se ferrou não é a palavra certa, porque na realidade ela só levou uma advertência verbal.
-Como foi, Amélia?- A Camila chegou do meu lado junto com a Mere.
-Ela levou uma advertência oral e eu sai com a cara limpa.- A Camila endoidou, só faltou dar umas voadora na parede.
E ficamos nós três, eu, a Cami e a Mere conversando, MAAAAAAAS aquela carne de frango surgiu (não me pergunte da onde.) e começou a sentar o pau na barraca.
-Garota você sabe com quem tá mexendo?- Ela disse quase partindo pra cima de mim, pra falar a verdade eu acho que a ideia principal dela era me sentar a porrada, mas o Lucas apareceu.
Mas como eu sou loca, antes dela sair de perto de mim eu falei:
-Cuidado com o que faz carne de frango, você não quer ser expulsa de novo, não é?- TURN DOWN FOR WHAT PAM PAM PAM PAM PAM PAM PAM.
Diário, se o Lucas não tivesse agarrado ela com força, neste momento eu estaria num quarto de hospital, ou até quem sabe em um caixão ( Deus que me livre!).
-Júlia, você quer parar de provocar ela!- O Lucas falou. Eu olhei pra ele, fitei ele por uns minutos, até que eu falei:
-Me chama de Jully.- Eu falei bem baixo, foi um sussurro praticamente.
-Mas seu nome é...- A Mere começou a falar, eu acho que eu tava muito sem paciência porque eu gritei:
-EU SEI QUE MEU NOME É JÚLIA!- E como sempre, teve um idiotinha que começou a cantar dark horse, só que eu cortei o barato do garoto.
-Ô MOLEQUE, VAI CANTAR KATY PERRY NA SUA CASA! SAI DAQUI!- O menino me olhou assustado e saiu.
-Jully, vamos.- A Meredith disse e me puxou pra fora da escola.
-Mere, desculpa.- Ela sorriu fraco e assentiu.
-O Lucas é um babaca.- Ela disse.
Fomos a pé pra casa e como eu tinha perdido a fome eu fui direto pro quarto e deitei na cama.
Eu cochilei uma hora e meia mais ou menos quando minha mãe começa a esmurrar a porta do quarto.
-JULLY, VOCÊ TEM VISITA!
-Diz pra visita que eu tô morta.- Murmurei.
-Posso mandar o Lucas embora?- Ela disse abrindo a porta do quarto.
Meu subconsciente ficou tipo:
"-Lucas? Pera, AI MEU DEUS É O LUCAS! JÚLIA AMÉLIA MACKENZIE LEVANTA ESSA BUNDA QUE VOCÊ NÃO TEM DA CAMA!"
Eu sai da cama e desci correndo as escadas, quando eu olhei, lá no meio da sala, ele estava parado, me olhando.
Pra mim, ele tava incrivelmente gato.
-Então...Minha mãe disse que você queria falar comigo.
-E eu quero.
-Ahn, é muito urgente? Tipo, alguém morreu ou tá internado em estado grave?
-Não eu só queria te perguntar uma coisa.
-Pode perguntar, ué.- Ele tava tão sério que dava até um pouco de medo.
-Por que você é tão criança?- Não sei direito o motivo mas quando ele disse aquilo meus olhos marejaram, era como se alguém tivesse atirado uma pedra no meu coração.
-Como assim?- Minha voz saiu super anasalada já que eu tava prendendo o choro.
-Júlia, por favor, né?! Nós já estamos no ensino médio, bem que você podia criar um pouquinho de maturidade.- Eu não conseguia nem olhar pra ele, eu mal conseguia respirar.
-Sa-Sai da minha casa.- Disse apontando pra porta.
-Se não quiser ouvir ok, mas nunca, ouviu? Nunca mais encoste um dedo na Laura, ela não fez nada pra você.- Aquelas palavras me açoitaram de um jeito que eu nem consigo explicar.
-Fica com ela pra você, mas eu só acho que ela nunca ia chegar perto de você se visse o quão nojento e horrível você era antes de virar um playboyzinho barato.- Eu nem sei como essas palavras foram saindo, eu tava meio possuída pelo Eminem e comecei a falar igual um trem bala.
-Acho que você tá muito enganada, diferente de você ela liga pro caráter dos outros.
-Será que ela realmente olharia pro caráter de um cara que andava com um alface em formato de Rússia no aparelho? Hummm, acho que não, que pena, né?
-Você realmente nunca foi o que eu pensava que você era. Sério, Jully, eu sempre achei que você era o tipo de garota doce, madura e que sabia se comportar na frente dos outros, mas eu vejo que eu tava redondamente errado.- Aquilo machucou, machucou profundo.
-Lucas, me desculpa, eu nunca pedi pra você correr atrás de mim, você já sabia como eu era, então não se faz de santo, você sabia que eu era doida, armava barraco na rua, chutava o pau da barraca e mesmo assim veio atrás de mim, então, meu amor, ficou comigo porque quis, agora se você não se importa eu tenho coisas e pessoas que realmente merecem a minha atenção, como você já sabe onde é a saída eu não preciso mostrar. Tenha um bom dia.- Eu nem esperei ele falar mais nada e subi correndo pro meu quarto.
Eu fiquei chorando tanto tempo que nem desci pra comer, eu me sinto tão machucada que parece impossível levantar da cama, porque, por incrível que pareça, eu...Eu sinto algo pelo Lucas. Me desculpe, diário, mas eu realmente não tô animada pra despedidas
Beijos, da sua dona, Júlia Amélia Mackenzie.

Oi meu amoresss! Por favor, não me matem! Eu sei que eu demorei uma eternidade pra postar esse cap, mas é que existem umas coisas maravilhosas na vida (recuperação) que acabam tomando todo seu tempo.
E eu gostaria MTO MTO MTO MTO MTO MTO de agradecer a vocês pelas 1 mil leituras! Gente, é sério, eu chorei! Sim, eu sou uma idiota sentimental! Obrigada a todos que leem esse livro! ❤️❤️❤️❤️