Dessa vez foi a Josélia

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Dez de fevereiro nunca acaba.
Graças a Deus! Um problema que não é meu!
Diário, esse dia foi o melhor e o mais doido da minha vida e eu vou começar contando ele com uma frase super ultra mega inspiradora da minha mãe:
- Eu passo chiclete no umbigo.- Mas tipo, ela tava meio locona e o que ela falou sem modificações foi isso:
-Pazo xicreti nu imbigu.
Papai pegou ela e fomos pra casa dos nossos vizinhos. E diário, caso se pergunte, o efeito do remédio dura um dia! Um dia! Um dia inteiro aguentando ela assim!
Fomos a pé mesmo, a casa era quase colada, só tinha uma piscina separando as duas. A piscina era do Lucas só pra deixar claro, o máximo que eu tenho aqui em casa é uma poça de chuva que atrai dengue.
-Oi, Gerda!- Disse enquanto entrava na casa dela. E não, ela não me deu permissão pra entrar.
-Ei, Jully!
Ela me chamou de Jully? SIM, DIÁRIO! Ela me chamou de Jully, o que eu estranhei demais!
-Olá, Suzy!- Disse ela inocentemente cumprimentando minha mãe.
-Gara au ofe de udis gara au ofe de udis!- Diário, caso se pergunte o que minha mãe está cantando, devo dizer que é "Out of the woods" by Taylor que namorou homens que eu nunca vou conseguir nem chegar perto na vida Swift.
-Ahn...Ok, né...Ei, Mário!- Disse ela cumprimentando meu pai.
Não preciso dizer que meu pai queria cortar os pulsos naquele momento.
-Ei, Gerda!- Enquanto papai ia pedindo desculpas eu fui passear pela casa.
Passei pelos quartos e parei em frente a um.
Lucas Slava, de toalha amarrada na cintura. Com um tanquinho que eu nunca tinha visto na vida.
Cadê aquele nerd magrelo?
MEU DEUS ELE TÁ MUITO LINDO!
Então você deve pensar, diário:
"Ela só deve ter tido um mini ataque cardíaco e depois foi embora."
Isso teria acontecido se ele não tivesse me visto pelo reflexo do espelho do quarto dele.
-Jully?- Perguntou ele se virando e eu tive uma visão extra-maravilhosa de um tanquinho extra-maravilhoso.
-Ei...Ahn...Onde é o banheiro?- Perguntei e ele soltou uma risada.
-Final do corredor, porta a esquerda.
E então lá fui eu atrás de um banheiro.
Virei, procurei e não achei, tinha muita porta!
-Lucas...- Bati educadamente na porta dele e ele abriu, agora infelizmente ele estava de camisa.
-O que?
-Eu não achei o banheiro.
Achei que ele ia rir da minha cara, e ele até riu, mas foi pouco.
-Vem cá!- E ele me puxou pela mão até uma porta e abriu ela.
O cheiro do perfume dele voou na minha cara (Literalmente) eu fiquei desnorteada e depois entrei.
-Se precisar de alguma coisa me procura.- Disse ele antes de sumir na escada.
Entrei calmamente no banheiro, fechei a porta e sentei no chão.
-O que tá acontecendo comigo? Júlia Amélia Mackenzie, você ama Rafael Sla...Droga!- Isso mesmo, diário! Eu troquei os sobrenomes.
Eu definitivamente não estou normal. Eu estou louca.
Saí do banheiro e trombei com o pai do Lucas.
-Me desculpe, seu Zeca!- Zeca pagodinho kkkkkk vou tomar meus remédios, calma.
-Tudo bem, Jully! O jantar já está na mesa pode descer.
E eu desci. Com o coração na boca de ver o Lucas de novo.
-Licença.- Disse enquanto me sentava na mesa ao lado da minha doce mãe.
-Pinga o prato na botija, Zé.- Definitivamente eu ia ter que internar minha mãe.
-É...Quer salada?- Perguntou Gerda me estendendo uma travessa. Peguei aquele bando de folha e coloquei no prato.
-Obrigada, Gerda!
Diário, nem te conto! O Lucas não parava de me olhar, eu já ia ficar igual uma pimenta.
E minha mãe não parava de bancar a doida:
-Mim xaman di dami louvatu.
-Já namorei con harley estilo
-Mim paza batatatata palia
-Ceu pai qué mim batê
Entre outras milhares de pérolas.
Até que no final do jantar, por milagre divino, Lucas me chamou pra conversar.
-Senta aqui.- Disse ele me chamando pra sentar do lado dele, o lugar era fofo, era uma varandinha atrás da casa dele.
-Eai... O céu tá bonito hoje, quer dizer tá bonito sempre, menos quando chove aí fica tudo preto, não preto, fica um cin..-Nesse momento ele me interrompeu, diário.
-Não precisa ficar nervosa, Jully.
Eu entrei em um pane emocional e fisico.
Está aí a brilhante resposta que dei a ele:
-Quem tá nervosa? kkk eu tô kkkk tranqüilíssima!
Ele soltou uma risada que eu vou considerar como a mais fofa do mundo.
-Acredito em você. Quer dizer que você finalmente conseguiu conquistar Rafael Bernthal?!
Conquistar? Eu só conseguiria isso se fosse pedida em namoro. E ele tecnicamente só disse que gostava de mim.
-Acho que conquistar não é a palavra certa...- Diário, eu estava lá, falando pouco e tentando não me meter em confusão quando o Lucas resolve se virar pra mim, olhando diretamente nos meus olhos e morder o lábio inferior.
Infarto? Tive vários.
-Por que conquistar não é a palavra certa?
E, sim, eu gaguejei.
-Po...Por que...Não...Eu preciso ir beber água!
Foi o que eu pensei, ou eu bebia água ou beijava ele. E eu não queria trair meu Rafael.
-Espera.- Na hora em que eu ia me levantar, ele resolve me puxar pelo braço e eu cai no banco de novo.
-Que que foi?
-Jully, eu só queria que a gente conversasse um único dia sem que você sentisse nojo de mim!
Preciso dizer que eu estava com o coração partido? Acho que não.
-Eu nunca...- Ele me interrompeu.
-Nunca o que? Nunca sentiu nojo de mim? Jully eu te conheço como a palma da minha mão.- E ele começou a acariciar meu rosto.
Eu nunca pensei em um garoto acariciando meu rosto, e o Lucas tinha um toque tão leve, tão macio... Me dava vontade de agarrar na gola daquela camisa e beijar ele até de madrugada.
-Lu...Lucas...Eu me sinto um pouquinho confusa com tudo isso, eu sempre desejei o Rafael e em praticamente um dia você chega e muda tudo!
Eu já estava decidida, se prometi perder o BV com o Bernthal eu vou perder com ele! Tenho uma regra rígida comigo mesma!
E lá estávamos nós, entre carícias e palavras cuti-cuti quando uma coisa surge do nada pra estragar tudo.
-TRAINDO SEU NAMORADO, JÚLIA AMÉLIA MACKENZIE!- Era a Josélia.
-Nossa que lindo, tinha um namorado e não sabia!- Debochei.
-Para tudo, você invadiu minha casa!- E então Lucas começou a fazer um escândalo e a Gerda e o Zeca foram ver o que era.
-Quem é essa mulher?- Gerda parecia um bicho de brava, não que já não fosse...
-Moubare zin, moubare no is a ni sicre quem bi espozt.- Isso foi minha mãe cantando Uncover by Zara Larson.
-Suzy meu amor, vem comigo.- A partir dai papai começou a querer puxar mamãe de qualquer jeito pra dentro de casa. E quem disse que a mulher queria entrar?
VOOOOOOOOOOOOOLTANDO a briga:
-Josélia isso é invasão domiciliar!- E foi uma briga horrorosa!
Eu sei que a Josélia começou a gritar dizendo que eu era traíra e eu voei pra cima dela.
Não, eu não bati nela. Sou doida mais respeito a vida alheia. Eu voei pra cima dela, só isso.
-Sai de cima de mim!
-Izi gu leinai tchu sei çori! Casan miz diu quisoni o bari...-Isso foi Sorry by Justin tanquinho Bieber.
-Não vou sair! Você vai embora daqui agora!
-Eu vou embora quando eu quiser!
A discussão entre eu e Josélia foi horrível, xingamos muito, mas foi coisa boba, não foi aqueles palavrões do tipo que o Chris Brown fala.
-A CASA É MINHA E VOCÊ
VAI EMBORA AGORA!- A jiripoca piou. Gerda tava maluca com a Josélia e com razão.
Aquele projeto de Patrick Estrela se levantou e estava indo embora, maaaaaaaas, diário eu sou um pouquinho maluca e resolvi colocar lenha na fogueira.
-A polícia chega em dez minutos.
A mulher ficou maluca e começou a correr, o que foi um erro.
Como ela é um pouco, digamos, atrapalhada, ela bateu em todos os móveis possíveis da sala e quebrou um armário novinho.
-Você vai pagar por isso!- Disse a Gerda pra Josélia.
A Patrick Estrela saiu correndo e até agora eu tô passando mal de tanto rir!
Ai, diário! É só isso, quero ver o que vai acontecer amanhã!
Beijos, da sua dona, rainha, diva, maravilhosa, senhora de si, espada de He-man, a criadora da renew: Júlia Amélia Mackenzie, ou Jully ❤️

Diário de uma conquista fracassadaOnde histórias criam vida. Descubra agora