Restroom

1.5K 41 13
                                    

Desde aquele dia, eu nunca consegui tirar Louis dos meus pensamentos. Ele habita cada parte deles, entra em meus sonhos sem pedir licença e simplesmente toma conta de mim. Somente a lembrança dele faz minha cueca apertar, faz eu querer me tocar, faz eu me perder em desejo.

Eu nunca me senti desse jeito por ninguém antes, até porque eu não sou o tipo de cara que deixam esperando. Eu não sou aquele que vai atrás de conquistar, eu sou cobiçado. Modéstia a parte, mas é verdade. Quando eu chego em alguma festa, eu consigo literalmente sentir minha pele queimar com os olhares sobre mim. Tudo o que eu preciso fazer é chegar perto e ele já está na minha. Eu tenho um bom papo também, é claro. Então acho que é fácil entender porque estranho esse sentimento por Louis. Era ele quem devia me desejar, não o contrário.

Mas aqui estou eu, em frente ao meu computador com a tela em branco tentando fazer o projeto da faculdade, sem sucesso, pois meus pensamentos somente viajam até ele. Já fazem dois dias que aquilo aconteceu e eu ainda me masturbo enquanto lembro de cada detalhe que eu puder. Seus olhos azuis, seus lábios afiados, seu traseiro enorme. Oh, droga. Viu? Como vou conseguir terminar o projeto desse jeito? Ou melhor, como vou conseguir se quer começar?

Queria pelo menos ter uma foto dele. Eu juro que não sou um daqueles stalkers malucos, mas ontem me vi procurando pelo perfil de Louis no Facebook. É claro que eu não iria adiciona-lo, se quer conversar com ele, embora eu poderia, eu só queria ver as fotos dele. Queria conhecer ele melhor de longe, ver quem ele é... e quem era aquela vagabunda na casa dele. Até onde eu sei, talvez aquela nem seja a casa dele, mas dela. Ou talvez eles morem juntos, eu não sei. Enfim, porque estou me preocupando com isso? Não é da minha conta mesmo. Além do mais, eu nunca consegui achar o perfil dele. Um sobrenome ajudaria, mas eu nunca preciso nem do nome do cara que vou comer, pra quê sobrenome, então?

Levanto-me do sofá e jogo o notebook para o lado. É possível ver claramente a silhueta do meu corpo afundado no móvel. Coloco algumas roupas descentes, nada lá muito elegante, e arrumo meu cabelo cacheado com as mãos. Não vou conseguir nada aqui, onde a qualquer momento eu posso simplesmente colocar o pau pra fora e tocar uma. Preciso de perspectiva. E eu preciso comer. Coloco o notebook dentro de uma mochila qualquer e vou até um coffee shop a algumas quadras de distância do meu prédio.

A primeira coisa que eu faço quando chego é pedir várias poções de doce e um capuccino com bastante chantilly. Açúcar sempre me ajuda a raciocinar melhor, e eu nem preciso me preocupar com meu corpo. Com a rotina de exercícios que eu tenho, poderia muito bem ir a um rodízio de pizza sem culpa alguma. Sento-me em uma mesa próxima da janela e admiro um pouco o movimento lá fora enquanto espero ser servido. Louis... o que será que ele está fazendo agora? Por onde estará andando?

Balanço a cabeça e passo a mão no rosto. Chega de pensar nesse menino. Vim aqui para começar esse projeto estúpido. Coloco o computador sobre a mesa o abro, já enxergando o cursor piscando de forma irritante em uma folha em branco do documento. Geralmente, eu não estudo. Somente prestar atenção na aula - ou em parte dela - é suficiente para me garantir uma nota boa na prova. Mas se tem uma coisa que eu detesto fazer são esses trabalhos de pesquisa. Eu nunca sei por onde começar e detesto ficar colhendo fontes, lendo artigos. Se isso não valesse metade da minha nota final, eu nem me daria o trabalho.

A atendente se aproxima e me serve a dúzia de coisas que pedi. Vou organizando ao lado do computador e reparo o jeito como ela olha para mim. Sorrio para ela quando termina de me servir e ela diz:

"Se precisar de mim, é só chamar."

"Obrigado." Pisco para ela. Coitada. Mal sabe que meu paladar é outro, iludida.

Bom, passei o dia inteiro enrolando o projeto com fantasias, masturbação, pornôs e bebida. Chegou a hora de enrolar também com comida. Eu sempre juro para mim mesmo que, quando colocar as mãos sobre o teclado, algo realmente significativo vai acontecer, mas nunca sai nada. Nunca consigo produzir. Já terminei de comer praticamente tudo e só me vem imagens em branco na cabeça. Se eu pensar demais, essas imagens se transformam em Louis. Santo Cristo.

Just My Imagination (Larry Stylinson Short Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora