Living Room

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No final das contas o meu projeto não ficou tão ruim quanto eu imaginei e minha nota foi razoável. Seria bom dizer que me livrei desse estorvo, mas ainda tenho que fazer uma apresentação oral na sexta feira para "expor minhas ideias aos colegas". Pior do que isso é o horário: das 19h as 22h. Esse professor quer acabar com nosso final de semana.

Mas eu não quero focar nas coisas horrorosas da vida, quero focar nas gostosas. Louis Tomlinson, por exemplo.

Demorei algum tempo, mas finalmente liguei para ele. Minhas mãos trêmulas como eu nunca vi e meu coração mais acelerado do que o normal. Ele parecia estar feliz. Sua voz fica ainda mais sensual assim. E sua respiração... Oh. Sexo, até mesmo pelo telefone, deve ser ótimo com ele.

Então, hoje eu saí da faculdade e fui direto para casa dele. Fico tentando ajeitar meus cachos enquanto espero ele atender a porta. Estou prestes a tocar a campainha mais uma vez quando ele abre a porta e o vejo de short e camisa sem manga. Seu pequeno pé descalço. Sua franja jogada levemente por cima do olho direito. Seus braços sarados a amostra. Esse garoto só fica cada dia melhor aos meus olhos.

"Harry!" Ele grita. "Entra aí, cara." Obedeço e Louis passa a mão pela minha costa, caminhando junto comigo até a sala. "Você quer alguma coisa pra beber?"

"Claro. O que você tem aí?" Sento no meio do sofá de três lugares que fica de frente para tevê. Ela já está ligada e o filme está pausado no início.

"A maioria é cerveja, mas também deve ter vodca ou licor por aí."

"Cerveja, pode ser."

"Então é isso aí."

Louis está divertido hoje. Ele está despojado e mais brincalhão do que eu me lembro. Talvez seja porque agora já nos conhecemos um pouco melhor, e também porque não estamos em um local de trabalho, onde precisa-se bancar o sério e maduro o tempo todo. Estamos na casa dele. Eu estou na casa dele... Isso é tão excitante. Passo os olhos na sala de estar reparando nos detalhes. Um deles não me agrada nem um pouco: a foto de Louis com sua namorada — uma morena sem graça. Como uma garota dessas consegue um cara como Louis? Que injusto.

"Onde tá sua namorada, cara?" Falo alto o suficiente para ele me ouvir. Espero que ela não esteja por aqui ou isso vai ser muito chato.

"Ela está trabalhando até mais tarde hoje." Louis retorna da cozinha com algumas garrafas de cerveja, destampa uma delas e me entrega.

"Valeu."

"Tudo bem." Ele larga as outras na mesa de centro, diminui a intensidade da luz e se senta no outro sofá, que na verdade é uma poltrona. "Pronto?"

"Roda!" Louis pega o controle remoto e aperta play.

O filme de terror que ele escolheu é sobre um grupo de pessoas que vão até um acampamento. Eu já vi esse filme antes, mas finjo que é a primeira vez que estou assistindo. A estória é muito legal e, apesar de serem poucas as cenas de susto, elas realmente te fazem gritar. Não era desse jeito que eu tinha planejado escutar o grito de Louis, mas vai ter que servir.

Retiro os olhos da tela sutilmente e os viro naturalmente para o garoto moreno sentado ao lado, alguns metros a minha frente. Está escuro o suficiente para o filme de terror e claro o bastante para podermos enxergar um ao outro. Passo os olhos pelas áreas de Louis que estão sendo iluminadas pelo brilho da televisão. O jeito como ele fica sentado, de pernas abertas, enquanto toma a cerveja, me deixa bem empolgado.

Como se sentisse que estou comendo-o com os olhos, Louis vira-se na minha direção e eu sou forçado a disfarçar meu olhar.

"Uau, ela canta muito!" Ele comenta sobre a cena da morena que canta para os filhos durante a viagem. Ele, então, toma mais um gole de cerveja. Percebo que ainda não bebi nada desde que cheguei aqui. Talvez seja bom que a gente beba... beba bastante.

Just My Imagination (Larry Stylinson Short Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora