Capítulo 31

375 49 12
                                    

Louis acordou com Beau passando ruidosamente a língua em seu rosto. Esfregando os olhos, ele olhou ao redor da varanda da frente. O resto da família de Harry tinha ido embora. Apenas Virgínia sentada em uma das cadeiras de balanço, trabalhando em uma colcha de retalhos para o bebê enquanto Earl lia um jornal. Louis lutou contra o desejo de agitar-se com a forma como ele se sentiu, como se estivesse em uma cena saída de um quadro de Norman Rockwell.

-  Bem, Olá, dorminhoco. Decidiu finalmente acordar? Virginia perguntou.

-  Sim, senhora. Peço desculpas por ter cochilado. Ela acenou com a mão em desdém para ele.

-  Porque desculpas, se a sestas* são as melhores coisas em uma tarde de domingo. Louis olhou ao redor da varanda.

-  Onde está Harry?

-  Lá no banco do cais.

Ele acenou e fez sinal para Beau. Depois de descer os degraus da varanda, ele seguiu o caminho sinuoso em torno da casa para a lagoa. Quando chegou à costa, ele congelou. Harry estava sentado no final da cais, balançando as pernas sobre a borda.

Subiu um pouco sua calça, e ele rodava seus pés e pernas dentro da água. Ele estava inclinado para trás apoiado com uma mão enquanto a outra acariciava em amplos círculos em torno de sua barriga. Um sorriso sereno nos seus lábios.

Aquela simples visão enviou uma dor lancinante rasgando seu peito. Era uma  pontada de emoção verdadeira e pura. Nesse instante, ele sentiu como se a Terra mudasse seu eixo, e cada molécula do seu corpo estremeceu com uma parada. Ele estava apaixonado.

Um pânico sufocante o aleijou, fazendo com que seus pulmões queimassem.  Ele nunca tinha se sentido assim antes. Nem mesmo o que ele teve com Matthew poderia comparar.

Os sentimentos oscilantes dentro dele nos últimos meses, cresceram de uma pequena brasa para um grande incêndio. E agora este inferno de emoções ameaçou consumi-lo.

Ele amava Harry. Foda-se. Ele absolutamente e completamente a amava com todas as fibras do seu ser. E esse fato o deixou com um medo infernal.

Louis passou a mão trêmula pelo cabelo. Deus, como ele tinha deixado isto  acontecer? Eles tinham combinado de passar o tempo livre se divertindo juntos, desfrutando a companhia um do outro, para não mencionar fazer muito, muito sexo.

Ele tinha feito isto dezenas de outras vezes. Claro, ele nunca tinha alcançado esse nível de emoção também. Ele sempre terminava tudo, antes que isto pudesse acontecer. Sua oferta insensata para ter mais com Harry, acabou tendo mais dele, do que ele jamais poderia ter imaginado.

Parecia que ele estava submerso em uma ressaca de seus sentimentos e estava se afogando duro e rapidamente. Ele precisava desesperadamente fugir dela. Se ele pudesse colocar alguma distância entre eles, seus sentimentos poderiam mudar. Ele poderia ser capaz de voltar da mesma maneira como se sentia sobre Harry há algumas semanas atrás ou mesmo no dia anterior.

Mas, na realidade, ele sabia a profundidade de sua mentira. Cada vez que ele havia partido por causa do trabalho, ele se sentia perdido sem Harry, era seu coração que doía e não seu pau.

No final, não importava se ele o amava. Ele não podia imaginar abandonar a totalidade de sua vida para ser tudo o que Harry precisava. Para ser sufocado pela responsabilidade de ser um marido e pai... Definitivamente não!

Louis começou a recuar, mas um galho estalou sob seus pés, Harry virou a cabeça.

-  Hey. - ele chamou.

Beau correu por ele em direção a Harry. Ele se jogou na água, enviando uma pequena onda, que caiu sobre Harry.

-  Beau, fedorento - gritou.

Louis se forçou para se aproximar de Harry que sorriu para ele, enquanto se aproximava.

-   Desculpe, eu te deixei sozinho no balanço. Eu queria vir aqui antes de sairmos e você estava dormindo tão pacificamente e não queria te acordar. Especialmente desde que eu o arrastei para fora da cama na noite passada.

-   Está tudo bem. Ele olhou para o relógio. - Nós provavelmente precisamos pegar a estrada agora.

Harry assentiu e pôs as pernas para fora da água. Depois que ficou em pé, ele engasgou.

-  O que há de errado? Harry ficou congelado, com a mão pressionada contra sua barriga.

Louis deu um passo adiante.

- Haz?

Harry agarrou sua mão e colocou onde estava a dela antes.

-  Sente isso?

Louis quase se afastou com a ligeira vibração sob sua mão. Seu coração estremeceu com uma parada antes de reiniciar. O bebê "Seu-bebê" estava se mexendo.

-  Sim. - ele resmungou. Harry sorriu para ele.

-  É maravilhoso, não é mesmo?

Ele estava muito sobrecarregado para falar, então apenas balançou a cabeça.

-    Nunca senti ele se mover antes. Estou tão feliz que você estivesse aqui comigo quando aconteceu.

-  Eu também.

Quando o movimento parou, Harry abraçou o pescoço de Louis.

-   Eu nunca poderei te agradecer o suficiente por me dar este presente maravilhoso, que é o meu bebê. Você me fez a pessoa mais feliz do mundo, e eu te amo por isso.

Louis arregalou os olhos com suas palavras, enquanto Harry se inclinava e o beijava.

-   Eu te amo, Louis. - ele murmurou contra seus lábios. Parte dele queria ser honesto com Harry e com ele mesmo e admitir abertamente que ele o amava. Mas a parte endurecida dele se recusou a deixar ir e falar aquelas três palavras simples. Ele se afastou de seu beijo.

- Haz, eu ...

Embora dor irradiasse dos olhos dele, Harry lhe deu um sorriso tímido.

-   Está tudo bem. Você não tem que dizer isso de volta. Eu só queria te dizer como eu me sentia. Harry tomou sua mão na dele.

-   Vamos lá, é melhor irmos embora. Louis deixou ele puxa-lo pelo cais, de volta para a encosta.

~•

* 1. período após o almoço
   2. sono que é realizado após o almoço

desculpe qualquer erro.

A Proposta - l.s *m.preg {1}Onde histórias criam vida. Descubra agora