Aquele dia parecia que ia ser como os outros. Nicole Prattes levantou-se de sua sua cama e iniciou sua rotina. Afastou as cortinas, abriu as janelas, deu bom dia ao novo dia que se iniciava , deu banho em Lucas seu sobrinho de dez meses , o vestiu deu sua mamadeira , se arrumou e o levou até o apartamento de dona Rosa a senhora que cuidava do bebê enquanto ela estava fora. Nikki trabalhava como secretária em uma imobiliária . Naquela manhã fria de julho notou que havia alguma coisa de errado , assim que chegou ao trabalho . Glória sua chefe , mal conversou com ela , nem mesmo ergueu os olhos da papelada que tinha sobre sua mesa . O senhor Lacerda o dono da imobiliária ligou para seu ramal apenas para lhe pedir café .
Nem Rafael um dos empregados mais divertidos da empresa que costumava a alegrar o ambiente , não apareceu naquela manhã . Até a hora do almoço, as coisas não tinham melhorado Nikki já estava imaginando todos os tipos de desgraças possíveis . "Se tivesse acontecido alguma coisa a Lucas dona Rosa já teria me ligado ". Pensou se preparando para ir almoçar
- quer que eu traga algo? Perguntou a gloria.
-o que? Ah, não obrigada, Nikki, comprei um sanduíche no caminho. Nikki já estava no elevador quando o senhor lacerda chamou.
-Nicole gostaria de viesse até a minha sala, por favor.
-claro senhor! Respondeu entrando no pequeno escritório
-Por favor sente-se.
O senhor Lacerda era um homem de meia - idade , muito discreto, que sempre a tratava bem. Mais não podia entender como uma moça tão linda como nicole era solteira ainda , e tinha pena de vê-lá cuidando do sobrinho ainda bebê.
Naquela manhã ele estava diferente; andava de um lado para o outro como se estivesse criando coragem para lhe dizer algo. Por fim , sentou-se á mesa e a encarou por um estante.
-Sinto muito, mais terei que demitir você!
Nikki o encaro-u desejando não ter ouvido aquelas palavras. Agora compreendida por que tudo parecia tão estranho. Provavelmente Gloria já sabia que ela seria demitida e não teve coragem de contar .
-Não entendo, Senhor Lacerda. -- seu rosto delicado estava transparente , de tão pálido.
-O senhor nunca se queixou do meu trabalho...
-Não é isso , Nicole . Seu trabalho é excelente .
-Glória sempre a elogia muito . Mais Você sabe como as coisa estão difíceis e como as vendas caíram, com essa crise absurda que se instalou no país. Tudo indica que os próximos meses serão ainda piores.
-Ok, tudo certo. Quando o senhor quer que eu deixe o escritório?
--perguntou, passando os dedos trêmulos nos cabelos .
-Hoje. Sei que devia ter avisado antes , mais adiei esta decisão o quanto pude. Tinha esperança que as vendas fossem boas. -- O sr. Lacerda recostou-se em sua cadeira. -- Pagarei suas férias e os quinze dias de trabalho deste mês.
Nikki não teve ânimo para responder, estava se sentindo fraca e fragilizada.
- Sinto muito , eu lhe darei referências. Volte em três meses; quem sabe até lá as coisas melhorem e eu possa redadmi-la.
-Obrigada , sr Lacerda.
Glória a observava arrumar suas coisas em algumas caixas , que pegou no almoxerifado. Era uma pena, sentiria muita falta dela sua companheira de sala .
-O sr. Lacerda disse que você me daria um cheque.
-Já está pronto. Vou sentir muita falta de você.
-Também gostei muito de ter trabalhado aqui , e com toda certeza sentirei muitas saudades de você Glorinha. As duas deram um abraço caloroso de despedida.
-Despeça-se dos outros por mim, ok? E diz pro Rafael, que sentirei Saudades de suas piadas infames. Ela e Glória riram. Deu seu último Abraço em Glória,
Com isso Nikki deixou o prédio onde trabalhava.