Memories

Pesadelo realístico?

Luke:


Depois de esfriar um pouco a cabeça, Chloe foi embora pois já estava muito tarde.

Não conseguia parar de ficar preocupado com o pessoal... depois de tudo que eu descobri e vi...

********Semana Passada*********

-Esse curso me deixa muito cansado. - Falei enquanto abria o portão de casa. - Ué, minha mãe já chegou?

O portão estava encostado. Por um momento eu exitei em entrar, mas, acabei indo. (Pior escolha da minha vida).

Acendi a luz da cozinha e peguei minha garrafinha de água. 

Uma sombra passou correndo atrás de mim. Meus pelos se arrepiaram.

-Quem está ai?

~Nada.

-E-Eu vou ligar para a policia! - Ameacei.

-Oh, que medo... - Uma voz calma e, ao mesmo tempo, medonha, vinha da escuridão.

-Quem é você? - Minhas mãos tremiam, derrubando água da garrafa.

-Eu? - A sombra desapareceu e sua verdadeira forma apareceu. - Sou seu pior pesadelo.

-Você... - Larguei a garrafa. Era Ryan em uma forma mais adolescente, como se tivesse crescido como nós. - O que você quer de mim?!
-Eu quero minha vida! - Ele me pegou pelo pescoço.

Avistei uma faca de cozinha na pia. Estiquei meu braço para tentar pegá-la, mas, sem sucesso, acabei deixando-a cair.

-Muito bem, Luke. - Ele riu de mim.

Consegui chutar suas partes íntimas, fazendo-o se afastar. Aproveitei a chance para pegar a faca e apontar para ele.

Ryan ergueu os braços.

-Ah para Luke... - Ele olhou rindo para mim. - Você teria coragem de me matar de novo?

No momento em que eu exitei, Ryan me empurrou para a pilha de pratos, que caíram tudo no chão. Minha mão cortou no meio dessa anarquia.

-Cortou o dedinho, foi? - Ele me zombou. - Isso não é nada comparado com minha dor. A dor de perder tudo o que eu tinha, principalmente por causa daqueles que eu mais acreditava...

-Ryan... - O sangue não parava de escorrer. 
-Agora você vai pa...
-Filho! - Minha mãe me acordou. - Até quando você vai ficar dormindo?

Por um momento eu não acreditei no que estava acontecendo. Aquilo não podia ser um sonho, era muito... real. A dor, os sentimentos, a memória... Era difícil acreditar nisso.

Levantei da minha cama e fui escovar os dentes, sem tentar pensar no que acabou de acontecer, apenas me focar na realidade.

Enquanto eu escovava os dentes, observei um "risco" no meu dedinho. Não era muito longo, como se um vidro tivesse quebrado na minha mão e a cortado.

Foi então que eu lavei minha mão e caiu minha ficha. Aquilo era uma cicatriz. Ai você me pergunta: "do que?" E eu te respondo: 

-Não é possível...

No mesmo lugar em que estava sangrando em meu sonho, uma cicatriz surgiu. E não, não pode ser uma cicatriz de qualquer coisa, afinal, eu só estudava, jogava, comia e dormia. Nada mais.
Sabendo disso, eu tentei contar aos meus amigos que presenciaram aquele dia, mas eu acabei sendo rejeitado. Eu não posso deixar isso quieto... e se o mesmo acontecer com eles?

Chegando na escola, a primeira coisa que eu fiz foi ir falar com a Chloe. A única que não me odeia. Ainda.

-Chloe! - Cheguei nela que estava numa "rodinha" de garotas.

-O-Oi! - Ela se assustou. 

-Vem comigo! - Segurei forte seu braço e tentei puxá-la, mas, ela exitou. - O que houve?

-Você tá estranho! - Ela falou.

Todos começaram a nos olhar curiosos da situação.

-Não temos tempo para isso! Vamos para um lugar mais vazio...

-Não! - Ela deu as costas para mim. 

-Nojento. - Podia ouvir suas amigas falando.

Ótimo. Agora sim seu sou odiado por todos.

Passei a manhã inteira de cabeça abaixada. Acho que a noticia chegou mais rápido do que eu esperava... 

Resolvi ligar para Lissa, para ver como ela estava.

-Alo alo? 
-Lissa.

-Oh! Que surpresa!

-Você parece feliz. - Comentei.

-Sim, afinal, você não esqueceu de mim. 

Eu ri.

-Posso te perguntar uma coisa? - Dei início ao que eu realmente queria.

-Claro.

-Por acaso você anda tendo pesadelos ou algo do tipo? 

-Hmm.. - Ela pensou por um bom tempo.

Fiquei com medo de ela me responder que sim. De ela falar que viu Ryan. Que anda sofrendo por causa disso. Mas no final, ela acabou falando:

-Agora que você falou... Eu nem lembro mais como é ter um pesadelo. 

-Sério? - Fiquei assustado.

-Sim! - Ela não parecia estar mentindo.

Suspirei, como se tivesse me livrado de um grande peso.

-Mas porque a pergunta? - Ela ficou curiosa.

-Não é nada! - Menti. - É que eu tava lendo um artigo sobre isso na internet e agora eu to perguntando pra todo mundo isso.

-Você é estranho. - Ela riu de novo.

-Eu sei, eu sei.

Perguntei como andava seus estudos, seus pais e coisas do gênero, mas, não conversamos tanto porque ela precisava fazer tarefas.

Deitei na cama e fiquei pensando na vida. Talvez algo não batia muito bem. Porque todos estavam tendo pesadelos, mas, a Lissa não? Não sei se posso chamar isso de coincidência...

Antes que eu pudesse terminar de pensar, meu celular começou a tocar. Era Mark.
-Ma-Mark!? - Fiquei surpreso.

-É sobre Julia. - Podia ouvir sua respiração acelerada. - Ela está em estado grave!