Memories

Reencontro

 Chloe:

 E de todas as noites que eu dormi sonhando com pôneis, dessa vez foi diferente. Estava eu e meus amigos em nossa casa da árvore quando as luzes começaram a piscar.

-Essas luzes estão bem mal colocadas! - Disse Ryan.

-Claro! Foi você que as colocou! - Reclamei.

-Chloe... - Ryan ficou bravo.

Poucos segundos depois, o chão começou a tremer.

Antes que o pior pudesse acontecer, o despertador começou a tocar.
-Chloe! - Minha mãe chamou. - Acorda se não você vai se atrasar no primeiro dia de aula.

-Só mais uns cinco minutos.. - Resmunguei.

-Agora!
Eu estava tão distraída que nem parei para pensar que o sonho foi uma lembrança daquele dia..Como era o primeiro dia, tomar um banho e se arrumar direito era essencial para uma primeira vista. Mas só a primeira mesmo. Nunca fiz questão de me arrumar certinho, até porque quem está vestindo as coisas minhas sou eu, não os outros.

Hoje era meu primeiro dia de aula no segundo ano do ensino médio e eu mal posso esperar para as aulas de biológicas.

-Oi Chloe! - Disse Max.
-Max! - A abracei.

Conheci Max no ano passado quando entrei na escola. Ela é super popular por fazer parte de uma novela de adolescentes, mas, todos da escola a tratam como uma estrela e ela não gosta disso. Talvez seja por isso que ela é minha melhor amiga, desde o primeiro dia de aula eu a tratei como uma amiga.-Trabalhando muito? - Perguntei.

-E como! - Ela suspirou. - Nem nas férias eles deixaram a gente descansar.

-Caramba.. Deve ser difí... - Antes que eu pudesse terminar de falar, avistei alguns rostinhos familiares.-Eu preciso fazer algo. - Despedi de Max que acabou ficando cercada de fãs e corri até eles.

-Mark! Julia! - Gritei.

Mark estava com uma cara fria, totalmente o contrário de antigamente. Julia é super grudada em Mark, desde criança eles sempre estiveram cuidando um do outro. Será que estão namorando?

-Você é.. - Julia arrumou seus óculos. -Chloe!

-Quem mais poderia ser? - Abracei ela tão forte que podia sentir os seus ossos estalando.
-Quanto tempo. - Ela também estava com uma cara meio séria, mas isso sempre foi uma característica dela.

Enquanto eu conversava com Julia no caminho de nossa sala, Mark estava sempre olhando para frente com uma cara séria. Ele realmente estava fazendo muito sucesso com as garotas, que ficavam vermelhas só de olharem para ele. De fato Mark era muito bonito, seu cabelo loiro e corpo definido é um sonho de bastante garotos por ai. Pena que ele não aproveitava isso.

-Então Mark.. - Tentei puxar conversa com ele. - Como você...

-Não precisa se esforçar para falar comigo. - Ele me interrompeu.

Não sabia o que dizer, aquilo foi muito grosso e desnecessário.

-Rump. - Alguém ao meu lado deu um suspiro meio alto.
Era Luke. Ele passou por mim com os olhos focados em Mark e foi embora.

-Aquele por acaso era... - Julia estava sem palavras.

-Sim. - Respondi.

Mark estava com a cara contraída. Nunca vi ele com tanta raiva assim.

O sinal bateu e todos foram para suas respectivas salas. Por incrível que pareça, Mark, Julia, Luke e eu estávamos na mesma sala.

-Isso não é ótimo? - Tentei animar Julia e Mark que estavam profundamente perdidos na escuridão.

-É. - Eles sincronizaram.

Fiquei sem graça.

Luke estava na última cadeira do lado da parede, olhando para a janela.

"O que será que ele está pensando?"

**************

O resto da manhã foi bem normal, tentei chamar Julia e Mark para comer comigo e com a Max na hora do intervalo mas eles preferiram ficar na sala. Enquanto isso, Luke tinha sumido antes mesmo que eu pudesse chamá-lo também.

Afinal, as coisas mudaram, ne Chloe? - Pensei.

Talvez os seus hormônios atacaram mais rápido do que os meus, porque eu ainda não consegui mudar...

Chegando em casa, eu tive a brilhante ideia de ligar para Lissa para saber como ela estava.

-Desculpa Chloe, eu estou em semana de prova e eu não posso bobear, outra hora eu te ligo, beijos!"Que ideia em, Chloe." - Deitei na minha cama, botei meus fones de ouvido e apenas tentei me afundar nas ilusões da vida.

Pensei na senhora Marta, minha professora do ensino fundamental que vivia reclamando de sua vida enquanto nós tentávamos acalmá-la.

Engraçado que, se uma professora se abrisse com nós adolescentes, talvez teríamos a ignorado por termos nossos próprios problemas também.

Um pouco ignorante, mas, não vou mentir. Não para mim mesma.

-Ryan, você não sabe a falta que você faz para mim... - Fechei meus olhos e dormi.