Tudo ficará bem.

Capítulo 11

Cheguei ao bar combinado as vinte e uma. A festa que estava mais para uma reunião, começaria as vite horas. Mas preferi ir mais tarde para me livrar daquilo mais cedo.
--- Finalmente!
Luna veio me recepcionar. Ela estava com suas usuais roupas curtas e berrantes. Eu por outro lado, escolhi um vestido verde água colado a cintura e com uma saia levemente solta. A mistura de sensual e leve que me agradava.
--- Esta linda Bia. --- Ouço algumas pessoas dizerem.
Agradeço educadamente a cada uma. Luna me encaminha para a messa que ela e as minhas colegas estão me esperando. A mesa fica em total silêncio enquanto me sento. A messa é grande e quadrada e eu estou na ponta. Todos me olham e eu apenas sinto que já não pertenço a esse lugar. Essa pequena cidade já não basta mais para mim. Quero ser capaz de conhecer o mundo.
--- Bom, obrigada pela festa meninas. --- Digo em voz alta. Olho para cada uma. Maria, a atendente do hotel local formada em turismo e com lindos olhos verdes. Tereza, a pedagoga que agora trabalha no rh da maior empresa existente por aqui e seus longos cabelos caramelo. Ana, a professora que ama o que faz apesar de os seus pequenos alunos a levarem a loucura as vezes e sua pele clara e sedosa.
Elas eram as mais próximas de mim. As que sentirei falta. Até alguns colegas e trabalho meu estão aqui. Um ex meu que me largou para ficar com a vizinha. Mas são águas passadas.
--- E obrigada pela presença de todos aqui. --- Termino olhando para toda a messa.
--- Um brinde Bia. --- Luna propõe colocando um copo em minha mão. Levanto o copo e brinco com eles.

Dou dois goles em meu vinho branco e sinto alguém bater de leve em meu ombro.
--- Bia.
Quase engasgo ao ouvir aquela voz.
--- Alberto. --- Digo com um nó na garganta. Olhando para trás o vejo bem ao meu lado.
Alberto ou Beto, era meu relacionamento mais complicado. Trágico. E acabado da minha vida até hoje.
--- Está mesmo indo embora? --- Ele pergunta inocente, seus olhos verdes demostrando muito mais do que suas palavras.
--- Sim. --- Dou outro gole em minha bebida e me viro para frente.
--- Que pena. A cidade sentirá sua falta. --- Ele da uma risada maldosa.
--- Eu não sentirei a mínima. --- Dou um leve sorriso.
--- Não diga isso Bia. --- Ele adverte. --- Um dia você pode querer voltar. --- Ele ri novamente.
Me levanto enfurecida.
--- Certamente não por sua causa.
Jogo nele o conteúdo do meu copo. O vinho escorre por seu rosto moreno e perfeito.
--- Sua louca! --- Ele berra e todos se voltam para nós.
--- Sim Alberto, estou louca! Louca por ainda estar nesse lugar olhando para sua cara de idiota! Saia! --- Ordeno mostrando a ele a saída.
--- Como? Está me expulsando? --- Ele pergunta perplexo. Sua camisa branca esta ensopada e colada ao peito esculpido. Sua calça jeans escura ganhou alguns respingos. E eu estou satisfeita, mas estaria mais se fosse vinho tinto.
--- Estou. Essa festa é minha e você não foi convidado.
Ele me olha espantado. Em todo o nosso relacionamento de brigas e traições, da parte dele, eu era a que sempre corria atrás ou saio dos lugares humilhadas. Mas hoje não. Nem nunca mais. Chega de homens que me machuquem ou pisem em mim.
--- Bruno. --- Chamo um ex colega do jornal. Um rato de academia, que não era segredo para ninguém tomava todo tipo de pílulas e suplementos para os músculos crescerem como massa de pão. Vejo ele caminhar em minha direção. --- Pode levar esse sujeito para fora?
--- Claro Bia. --- Seus lábios se esticam em um sorriso maldoso.
--- Me solta cara! --- Alberto está estérico. --- Você me paga Bia!
--- Obrigada pela presença. Desejo não te ver nunca mais!
Todos estão olhando para a situação. Me encaminho para o bar e peço outra taça de vinho.
Bruno esta de volta a meu lado enquanto pego minha bebida.
--- Bia, me livrei daquele cara. Fiz questão de jogar ele no meio da rua. --- Ele estufa o peito tamanho quarenta e dois.
--- Eu agradeço. Vou até te pagar uma bebida. --- Digo. --- Qual você quer?
--- Você tem companhia para está última noite na cidade? --- Ele parece estar tímido.
--- Bom, não. --- Digo um pouco sem jeito.
--- Que tal a minha?
Eu quase me engasgo com meu vinho. Está ai uma coisa que eu nunca imaginava. O senhor músculos querendo passar uma noite comigo, a nerd desajeitada.
--- Eu, eu não sei Bruno. --- Respondo sinceramente. Ele era um cara legal, mas eu nunca me imaginei com ele.
--- Deixe eu te convencer então. --- Ele passa delicadamente os dedos grandes em meu rosto.
Observo sua camiseta azul escura apertar seus músculos do braço. Seus olhos castanho escuros brilham na luz do bar. Sua pele levemente bronzeada, seus lábios grossos.
Dou um leve menear de cabeça como resposta. Ele pede uma bebida e eu dou um gole na minha.
Tudo ficará bem. Penso.