Tudo ficará bem.

Capítulo 17

- Sente-se. - A mulher diz com voz firme e profissional, um pouco entediada.

Me sento em uma cadeira confortável em frente a mulher de cabelos louros tingidos, óculos de grau vermelhos e terninho sexy preto.

- Você é a Beatriz? – Ela pergunta sem tirar os olhos esverdeados do papel em suas mãos.

- Sim.

- Não é da cidade?

- Não.

- Porque acha que merece esse emprego? – Ela finalmente deixa o papel sobre a mesa e me olha.

- Bom, eu gosto do trabalho de vocês, - Minto. Nunca havia lindo uma só revista deles. – e sei que posso contribuir para o sucesso da revista.

Me ajeito na cadeira. Endireito os ombros e tento parecer mais confiante do que realmente me sinto.

- Gosta de conhecer lugares e pessoas? – Ela pergunta sem demostrar se estou ou não indo bem.

- Sim para as duas perguntas.

- O que já conhece da cidade?

- Pouco. Cheguei a alguns dias.

- Muito bem.

Ela escreve algo no papel que estava lendo quando cheguei. Digita algo no computador e imprime duas folhas.

-Esta contratada para um período de experiência. Passe no RH que fica na sala 110 antes.

- Obrigada. – Sorrio quando ela me entrega as folhas.

- Aproveite.

Ela se levanta e aperta minha mão.

Apenas aceno que sim com a cabeça.

Ela se senta e recomeça a trabalhar. Dou uma ultima olhada na sala enorme e bem decorada em cores preta e branca com pontos de cores que se completavam. Fiquei deslumbrada com o bom gosto daquela mulher.

Provavelmente ela seria uma chefe terrível. Ela tinha os olhos verdes mais frios e profissionais que já tinha visto.

Saio da sala e fecho a porta com o maior cuidado possível. Ando pelo corredor ate chegar na sala indicada. Entro e encontro um escritório com três mesas, apenas uma delas esta ocupada. Uma mulher de uns quarenta anos com um terninho preto se levanta. Ela tem cabelos pretos presos em um coque e olhos cor de mel.

- Sente-se Beatriz. – Ela indica uma pequena cadeira que esta em frente sua mesa.

Sento-me. Ela estende a mão e eu entrego a ela as folhas que a outra mulher havia me entregado.

Ela lê e levanta uma sobrancelha.

- Teve muita sorte hoje senhorita. – Ela se senta e começa a digitar em seu computador.

Eu nem ao menos sei para o que fui contratada. Talvez a sorte seja por ser contratada.

- Você será repórter de campo. Parabéns!

- Obrigada. – Digo ainda surpresa pela noticia. Eu realmente fiquei feliz. Puxa, não pensei que esse fosse ser meu primeiro trabalho. Finalmente algo que queria fazer.

- Dominique é ótima para qualificar as pessoas. Ela sempre sabe no que elas são boas. – A mulher comenta.

Sorrio em resposta.

- Prontinho. – Ela tira alguns papeis da impressora. – Leia e assine.

Ela me entrega o contrato. Leio rapidamente. Bom salario, ajudas de custo, pois passaria muito tempo me movimentando pela cidade. Minha maior responsabilidade seria com meu equipamento. Eles me emprestariam inclusive um notebook. Em caso de perda ou furto, eu seria responsabilizada. Atraso na entrega das matérias acarretaria em multas e ate a perda do trabalho.

Achei o contrato bom, então assinei.

- Ótimo, sua chefe a espera. Sala 200. Quarto andar.

- Obrigada. – A senhora aperta minha mão, me da uma copia do contrato que acabei de assinar e eu saio.

Pego o elevador outra vez, algumas pessoas estão nele. Mulheres com terninhos, homens de terno e um casal de jovens como eu com roupas descoladas. Saio no quarto andar e os dois jovens também. Espero que eles sigam na minha frente. A mulher puxa papo com o cara e eles riem de alguma piada que não entendo. Algo sobre balões. Eles entram na sala e eu observo. Esta sala é diferente das outras. É bem maior, provavelmente três salas que tiveram as paredes derrubadas. A porta não era de madeira, mas sim de vidro e tinha o nome da revista gravado em letras bem grandes.

Lá dentro muitas pessoas andavam de um lado para o outro. Havia muitas mesas brancas com computadores e itens pessoas.

Ninguém notou minha presença. Mais eu sabia que tinha que entrar ali então, entrei.