O Funeral

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P.O.V GILBERTO

Eu muitas vezes me pergunto o que acontece quando este mundo acabar pra onde vamos. Será que há céu e inferno, será que o sofrimento de muitos será galardão depois, eu poderia desejar muitas coisas ao longo da vida mas trazer Fabricio a vida poderia ser o único desejo eu o pediria, dói mais saber que não tive tempo de me despedir, e se ele tivesse ligado pra se despedir?

-Se eu tivesse atendido o móvel eu poderia Salvá-lo - falei baixo pro Charles enquanto a urna descia

-Você não tem culpa de nada. Ele foi cobrar uma dívida de drogas sozinho num bairro perigoso não avisou ninguém eles não queriam pagar, ele insistiu... e levou um tiro, morreu por perda de sangue numa hemorragia interna aí estendido no chão como um cão ninguém ajudou as pessoas simplesmente se trancaram em casa e nem ligaram pra polícia...Talvez fosse inevitável era a hora do nosso amigo.

-É mentira ele era muito jovem eu perdi o meu amigo enquanto bebia com... com uma vadia  - olhei de lado e a vi ao lado do Mauro que mais Parecia aborrecido, se pudesse pediria a quem não se importasse não sentisse a dor pra se retirar mas isto cabia a família dele. A mãe dele chorava em prantos e alto, o pai e os dois irmãos mais novos imóveis como se não acreditassem e a cassule e única menina não quis vir, era horrível ver uma família destroçada assim e marcada por esta perda pra sempre.

O sentimento de culpa me invadia por não ter sido um amigo nos últimos segundos de vida dele. Olhei pro céu e um pouco receoso e envergonhado fiz uma oração, mas não valeria de nada ele não voltará, o céu estava cinzento como a minha alma o vento soprava forte e eu pedia pra ser levado com ele, não podia mas estava a aceitar e voltar a gostar da dor, a depressão estava a revelar - se e pensamentos de suicídio repassavam na minha mente talvez se mandar deste mundo seja a única paz.

-Bom dia. Tudo na paz - era o meu primeiro dia de aulas no Colégio do mas eu parecia mais o miúdo esquisito novo do colégio o meu estilo é extravagante demais pra Esta terra. Levantei os olhos para o rapaz negro e seus amigos: Walter e José

-Tudo - respondi seco não querendo proximidade.

-Sou o Fabricio e eles são Walter e o José - eles fizeram sinal eu confirmei com a cabeça.

-Vamos trancar a arena da piscina pra dar uma festa de abertura de ano lectivo não queres aparecer?

-Não obrigado. Não gosto de misturas - falei e eles me olharam indignados parece que desta vez perceberam o recado.

-Boa sorte então por aqui bola de neve, cuidado pra não derreteres - avisou e foram embora. No fim da aula avisei o prof pra estragar de propósito a festa deles no património do colégio do meu pai. Na volta pra casa o meu motorista teve um problema a minha mãe estava na cidade então me arrisquei ir pra casa de táxis acabei por arrepender - me eram caravanas azuis e brancas que levam 12 pessoas sentadas 4 por 4 apertadas andavam em excesso de velocidade e não haviam paragens concretas mas estipuladas por eles. Quando cheguei perto da minha casa descobri um azar. Não tinha levado a carteira, o cobrador voltou a fechar a porta.

O COLÉGIO BEHAVIOUROnde histórias criam vida. Descubra agora