A Saída

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P.O.V GILBERTO

A expressão da Felícia ficou tensa após aquelas palavras e naquele momento eu soube que tinha de ajudá-la, eu estava mais do que em dívida para com ela porque fui eu que a pus nesta situação.

-Vou lá chamar os nossos pais - Gomes foi em direcção ao círculo que compunha os nossos progenitores e vi que a Felícia não parava de olhar para os lados como se buscasse por socorro.

-Não fará diferença o que ele dirá para o meu pai porque eu já estou sujo diante dele mas eu sei que és como uma princesa para o teu por isso vou te ajudar só temos de sair daqui.

-Tu nunca ajudas Gil só destróis e os seguranças não vão me deixar passar por esta porta sem alguma ordem do meu pai!- Ela disse como se estivesse muito irritada, Gomes apontava para nós alegremente. O meu olhar foi direccionado para uma das mesas que tinha um isqueiro, logo pensei:

-Aqui não tem alarme de incêndio?

-Para quê? !

-Só responde! - exigi já exausto com o mau humor dela.

-Tem perto do bar - peguei na sua mão e nos dirigi para lá ignorando a reclamação dela, mas vale tentar do que desistir, agarrei o isqueiro e fomos em direcção ao bar, a sorte era que o alarme era na parede, também para identificar rápido o fumo porque o tecto era muito alto, peguei um guardanapo e comecei a queimar ao lado do alarme que logo começou a piscar.

-Hei! O que vocês estão a fazer?! - um segurança gritou perto da porta e estava a vir na nossa direcção.

-E agora? - Felícia reclamou com medo e no mesmo instante o alarme disparou alto assustando as pessoas que no mesmo segundo começaram a correr dispersas e a gritar, o segurança estava longe do nosso campo de visão perdido no meio da multidão assustada, nos escondemos debaixo do bar até à algazarra passar e ficarmos só os dois enquanto ríamos das pessoas, ainda vi o pai da Felícia parecia preocupado com a situação e provavelmente com a localização da filha, de certeza que aquele segurança iria nos queimar (denunciar).

-O Gomes não entendeu nada. Foi bem feito ser nojento! - abri uma cerveja e entreguei - a outra que recebeu e bebeu comigo. Sentados no balcão do bar em silêncio a apreciar àquele estrago feito pelo terror das pessoas decidi quebrar o gelo.

-Não tens de agradecer.

-Não iria. Continuas a ser um ser desprezível para mim - afirmou sem me olhar enquanto dava mais um gole na bebida.

-Desculpa por tudo que fiz, mas seria errado eu dizer que te desejo? - ela me olhou espantada com as palavras mas logo tornou o olhar desprezível.

-Eu nunca ficaria com alguém que humilha e espezinha as pessoas em seu proveito! - desceu do balcão de uma forma sensual empinando o seu rabo para ir embora e eu travei prendendo - a pela cintura, o seu corpo estava quente e desejável mantive o meu olhar fixo sobre ela tentando não cometer uma loucura.

-Eu tenho problemas Felícia.

-Que problemas?!

-Pessoais. Só preciso de alguém que me ensine a amar de verdade. Eu quero que tu sintas por mim o que tu sentes pelo Mauro, me dá um dia contigo e eu te provo que tudo o que tu vês no Colégio é só uma máscara e eu preciso que alguém me dê força para me libertar dela - ela me olhou meio confusa.

O COLÉGIO BEHAVIOUROnde histórias criam vida. Descubra agora