Um Lar

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P.O.V FELÍCIA

-Por favor perdoa a Alice, aquilo tudo foi arquitectado pela mãe dela. Ela é uma filha que nasceu de uma traição a mãe dela usou a existência dela pra acabar com um casamento mas não conseguiu e agora faz da filha uma tentativa de subir na vida. Ela foi "formatada " a obedecer a mãe sempre errado ou não. Pra mim é surreal ela conseguir admitir tudo porque ela sofreria qualquer coisa para não prejudicar a mãe tens todo o direito d estar triste mas pelo menos a descobrimos a verdade - eu dizia pra o Gilberto enquanto íamos pra casa dele.

-Perco a confiança rápido - disse com o semblante fechado e os olhos um pouco irritados.

-Mas eu a vou perdoar porque também já falhei com ela, a usei  quando ela me ajudou e estou longe de ser um santo. Só preciso de uns dias pra perceber que já não terei um filho, após 4 meses de mentira - suspirou e eu dei-lhe um beijo do pescoço que o fez aproximar a mão dele dos meus caracóis os enrolando.

Na mansão dos Gaultiers íamos directo pro quarto dele enquanto passávamos pelos vários empregados e eu os cumprimentava ao contrário do Gil.

-Porquê que tu não cumprimentas os empregados?

-Os meus pais dizem que não podemos dar confiança a esta gente senão aproveitam-se.

-Eles limpam a vossa porcaria merecem respeito. Eles são empregados não escravos Gil.

-Por favor calma, eu penso assim desde pequeno se está errado prometo que vou mudar e passarei a cumprimenta-los sempre achei algo normal.

-Está bem desculpa eu que tenho que entender que pensas assim desde pequeno e a culpa é da educação, tenho de aprender a lidar com as tuas formas de ver as coisas diferentes de mim - fiz uma cara aborrecida e ele se aproximou e me beijou.

-Vou tomar um duche e vamos almoçar.

-Eu não sei te espero e me deixa em casa.

-Hoje é sábado e o teu pai sabe que estás com a Alice.

-Não. É a tua mãe não vais "fingir" que não sabes que ela não gosta de mim.

-Tens de ser superior a ela. Fugir só a dará poder. Tu tens o direito de ser minha namorada como qualquer outra rapariga de qualquer cor. Dela cuido eu e tu sabes que não sou de ouvir as pessoas - franzi o cenho e o olhei torto.

-Quer dizer não sigo o que não acredito estar certo. Eu não vou deixar ela mandar na nossa relação. Eu te amo... e fim da história - me piscou o olho e foi pro WC enquanto ele se lavava apreciei os desenhos e fotos de motores e motas na secretária dele, ele realmente amava essas máquinas acho tão sem graça, quando abri uma gaveta tinha mais parafusos e roscas pra montar me encontrei a tentar junta-las mas era difícil.

-Faltam peças para as unir e montam -se numa mota o que estás a fazer? - ouvi o riso e a pergunta a minha trás e me virei pra apreciar aquele deus branco de olhos e cabelos negros nariz comprido e lábios pequenos com um sorriso torto nele, estava com umas calças olímpicas e cabelo húmido, me esticou o secador de cabelo.

-Por favor? - despertei da admiração e recebi. Ele nunca pede por favor isso era tão estranho e envolvente ao mesmo tempo, sequei -lhe o cabelo por uns minutos até estar liso, era gostoso passar as mãos por aqueles fios leves, todos meus. Pegou na minha mão e saímos em direcção à varanda que dá uma imagem ao jardim de trás onde eles almoçam e estavam a mãe dele biológica e do Mauro, Fleur ficou espantada ao me ver de mãos dadas com o Gil, de certeza é confuso.

-Boa tarde a todos - cumprimentamos quando quis dar beijos à mãe do Gil ela se afastou e fui pra Fleur.

-O que fazes aqui querida? Já foste ver o Mauro? Ele está detido soubeste? - confirmei com a cabeça enquanto o olhar dela era aflito.

O COLÉGIO BEHAVIOUROnde histórias criam vida. Descubra agora