Capítulo 1
Era mais uma manha de segunda-feira, estava sem saco para agüentar 8 horas de aula hoje, respirei fundo e me direcionei ao portão de casa com os fones de ouvido conectados ao celular provisório que estava usando enquanto o meu estava no concerto. Tocava uma musica da banda DVICIO, as músicas em espanhol me remetiam ao passado, me faziam viajar para a minha infância em Cuba.
Fui caminhando sem muita pressa para o lugar onde passaria as próximas horas da minha vida, era o segundo ano do colegial, aquele momento em que você não está nem no primeiro com as mordomias dos professores e nem no terceiro com a pressão do vestibular, aquele momento que parece não acabar nunca, mas que ao mesmo tempo passa voando. Cheguei ao portão da escola e por pouco não fui barrada pelo guarda, faltavam apenas 2 minutos para que o sinal da primeira aula do dia tocasse. Retirei meu fones, ajeitei a postura e me direcionei a sala, mas antes disso olhei para o cantinho onde se encontrava, todos os dias, a garota dos olhos mais lindos que eu já havia visto e lá estava ela, no mesmo lugar, olhando para o horizonte, como sempre... A única coisa que sabia sobre Lauren, era que seu nome era Lauren, mas nunca ouvi palavra nenhuma ser pronunciada por ela, sempre que os professores a chamavam ela apenas levantava a mão ou o olhava com um respeito fora do comum que me fazia admira-la ainda mais. Ela estudava conosco desde o ano anterior, mas como já citei o primeiro ano aqui no Santa Helena são sempre bem levados pelos professores, os trabalhos em grupos são poucos pra não gerar tumulto, e por aí vai, mas no segundo ano todos os alunos que já passaram dizem que os trabalhos são tão complexos que os professores permitem que sejam em duplas e grupos para que recupere as notas de provas, só naquele inicio de ano, com 2 semanas e meia de aula já havia feito um trabalho em dupla com a Dinah pra variar, e já estávamos com um trabalho marcado com a professora de Literatura, mas ainda sem muitos detalhes, só sabíamos que o trabalho levaria meses para ser concluído e que precisaria de dedicação extrema.
Acordei do transe que estava quando ouvi o sinal bater e percebi que Lauren nem estava mais sentada em seu banco e que eu estava fazendo papel de trouxa olhando um banco vazio, fechei os olhos e respirei fundo, meu coração estava acelerado como todas as manhãs ficava quando eu olhava e avistava ela sentada lá.
O sinal do almoço finalmente tocou e Ally veio comer comigo, Dinah e Normani na mesma mesa de sempre, Ally é um ano mais velha e já está no período tortura mas ela era uma garota tão esforçada que nem um vestibular assustava ela, assim que nosso almoço chegou passamos a comer conversando sobre qualquer assunto cotidiano, meus olhos não saiam de Lauren que mesmo sem mesa almoçava no banco, olhando para o mesmo ponto, sempre.
-Mila, Mila, ei Camila presta atenção garota- Mani estralava os dedos na minha frente me fazendo despertar dos meus pensamentos.
-Oi, desculpa meninas, estava distraída
-Quando é que você não fica distraída olhando a garota estranha¿
-Ei, ela não é estranha, e eu não estava olhando pra ela.
-Não, de forma alguma, estava olhando a diretora preencher os papeis da feira lá na sala dela- Dinah falou fazendo Ally e Mani rir.
-Já falei pra pararem de implicar comigo, eu não fico encarando, eu sou apenas curiosa pra saber mais sobre ela.
-Palhaça, tu quer é pegar a coitadinha que a gente sabe- Meu rosto ficou todo vermelho e eu escondi ele com as mãos fazendo as meninas caírem em uma gargalhada sem fim.
-Desculpa Mila, mas é que fica tão na cara que você ta caidinha por essa Lauren quando você para pra olhar qualquer ponto fixo
-Mentira Ally
-Não é mentira Camila, eu vou te gravar qualquer dia desses pra você ver sua cara de boba apaixonada
-Eu nem conheço ela gente, para, ninguém nunca ouviu a voz dela, como se apaixona por alguém que nunca se ouviu a voz¿
-Não sei, mas que você conseguiu, isso eu sei.
-Ta, chega! Eu quero conhecer ela, mas como amiga poxa, me sinto tão mal de ver ela lá sozinha, sem companhia sempre.
-Tudo bem, eu te entendo. As vezes eu fico pensando se ela não tem mesmo ninguém pra conversar.
-Não sei, parece que sim. Ela é tão fechada, tão calada...
-Sim Dinah, é por isso que eu quero tanto ter a chance de falar com ela. Tenho a impressão de que eu preciso disso sabe¿
-Uhum- Depois dessa resposta animada das meninas em coro, que me fez corar novamente, o sinal bateu e teríamos que voltar a sala em cinco minutos, entreguei meu prato no balcão da cozinha como sempre fazia e sai pro banheiro escovar os dentes, em 3 minutos eu estava na sala me preparando para a aula de Literatura, que segundo a professora Marília, seria a melhor aula que teríamos no ano, tenho medo quando ela se anima de mais pra algo, sempre vem bomba.
Assim que me sentei na cadeira a professora adentrou pela porta e começou a escrever no quadro o dia e a página da apostila.
-Boa Tarde queridos! A aula de hoje é uma aula diferente e especial, este ano eu finalmente consegui implantar o projeto que tanto batalhei pra implantar, que é um trabalho que leva cerca de 5 meses para os mais dedicados concluírem, um trabalho que favorece em qualquer universidade que queira entrar e que me deixa muito animada. São trabalhos em duplas que eu mesma irei dividir obrigatoriamente e que vocês poderão escolher 1 entre 15 poetas que colocarem no quadro ainda nesta aula.
Continua....
Hey xodós, tudo bom¿ Eu disse que saía ainda hoje né¿ Disse e está aí, eu espero muito que vocês gostem mas antes de ir eu quero pedir que não esqueçam de votar/dar uma estrelinha caso você tenha gostado, isso ajuda muito pra que eu saiba se vocês estão ou não gostando, e se caso aches que está faltando algo ou tenha alguma critica ou dica pra dar, ou quem sabe só quer agradar a autora, deixa um comentário eu vou ficar muito feliz viu!!!
Beijo!
Milly <3
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O Frio da Meia-noite
Fiksi PenggemarA respiração pesada, o coração acelerado, as mãos frias e estômago é infestado por borboleta... Essa era a reação do meu corpo ao vê-la todos os dias sentada naquele cantinho, o lugar que parecia só dela, sem mexer com ninguém, quieta, apenas ela e...