Fotografia do Amor

Cadu

                  

Cadu

Meu primo Andrew, me convidou hoje para ir a uma das minhas boates favoritas pois seu "amigo" brasileiro havia chegado hoje de viagem e ele prometeu a ele muita diversão.

Como podem perceber disse "amigo" pois acho que ele tá gostando desse cara. Vocês podem me julgar como um ogro machista, mas não sou do tipo preconceituoso. Gosto de respeito e sou justo. Pra mim vale qualquer tipo de relacionamento desde que ambas as partes queiram a mesma coisa e estejam na mesma vibe. Ou seja, ele gostar de homens e ter relações com homens não me incomodam, apesar de eu não entender como pode haver alguém que não goste de boceta. Tá bom, fui um animal falando isso, mas é a mais pura verdade. Mulher é bom demais! Boceta é bom demais! Só de falar e imaginar já sinto emoções estranhas, digamos assim... Mas voltando ao assunto, desde que me entendo por gente sempre percebi que Andrew era um pouco diferente de mim... Tá bom, um pouco não. Muito! Ele sempre foi delicado, preocupado com as roupas, o corte de cabelo, sapatos e muito amigo das mulheres. Eu até pensei que essa poderia ser a tática de aproximação dele pra conseguir umas gatinhas, mas não.

Quando Andrew decidiu me contar que tinha se descoberto definitivamente gay, não foi de todo um choque, mas confesso que achei que as coisas mudariam um pouco entre a gente. Mas ainda bem que não mudou em nada. Ele continuou sendo o meu amigo e primo de sempre, meu confidente, e sempre sendo a visão feminina para criticar ou ajudar em algumas atitudes minhas. E eu sempre estive ao lado dele. Meti muita porrada em quem ousasse debochar ou xingar Andrew, e por isso somos tão ligados até hoje. Acho que ele ainda me vê como uma espécie de protetor dele, apesar de ele não precisar mais e saber se virar muito bem sozinho, pois meu priminho delicado é tão alto e forte quanto eu.

Deixa eu me apresentar, me chamo Carlos Eduardo, mas todos me chamam de Cadu, tenho 27 anos, sou formado em medicina e vim para NY fazer a minha especialização em pediatria. Sempre fui muito dedicado aos estudos e por isso me formei cedo. Sou completamente apaixonado pelo que faço. Apesar de ser novo na área, tenho sede de conhecimento e tenho certeza de que serei um pediatra renomado, até porque tudo que me disponho a fazer dou meu melhor. Quero ser sempre o melhor. Meu lado competitivo é o direito e o esquerdo, e não aceito ser apenas mais um em nenhuma área da minha vida.

Sou filho de dois advogados, Ana Gabriela Mendonça Freire e Felipe de Miranda Alvarenga, eles são muito competentes no que fazem. Mas nunca quiseram trabalhar juntos, cada um tem o seu próprio escritório. Tenho mais dois irmãos, João Pedro e Marcus Vinícius. Sim, meu pais gostam de nomes compostos. Meus irmãos trabalham com o meu pai, pois não gostam da área tributária, que é a área que mamãe trabalha.

Moramos em uma casa muito confortável, temos uma cadela linda que se chama Nina. Todos são apaixonados por ela.

E aqui estou eu, no centro do mundo, curtindo tudo: o curso, a cidade, a comida, a mulherada, enfim, estou gostando de tudo, ou melhor, quase tudo pois não curto muito frio. Frio para mim, somente se eu estiver acompanhado para ficar bem agarradinho. Pois é, eu já fui um homem romântico. Mas isso foi em um outro momento da minha vida. Eu sou totalmente responsável na minha vida profissional, já não posso dizer o mesmo da minha vida pessoal. Eu não quero compromisso sério com ninguém, eu quero aproveitar cada bela mulher que atravessar o meu caminho.

Mas que fique claro que eu gosto de mulher, mas não daquelas que são oferecidas. Eu gosto da conquista, de ver que o meu poder de sedução faz com que as mulheres cedam a minha investida. Meu lado homem das cavernas sempre fala mais alto, eu gosto de caçar e não o contrário. Quando o Neander (eu) e Thal (meu membro) entramos em ação, é sinal de que a presa está no papo. E já que estou fora do meu país, eu quero mais é pegar carne importada. Nesses três meses que estou aqui fiz grandes amigos, alguns brasileiros, um italiano, mas a grande maioria, claro, de americanos. Estou em um apartamento que a minha família tem aqui em Manhattan, mais especificamente no Upper East Side. Ele é bem espaçoso, tem uma cozinha ampla, uma sala confortável, três quartos, todos com suíte, um lavabo e uma biblioteca. Minha família costuma passar um tempo aqui pelo menos duas vezes ao ano.

Mas voltando ao convite do meu primo, infelizmente não poderei ir hoje à boate, pois a pouco mais de 2 semanas, já terminando de fazer minha corrida usual no Central Park, torci meu tornozelo. Sim, fui um idiota! Pisei em falso em um buraco pois estava com uma sensação estranha de estar sendo observado. Como se houvessem olhos cravados sobre mim... Num primeiro momento não olhei pra trás, mas quando já estava bem mais adiante, tentei olhar pra trás e ver quem estava me olhando, e o resto vocês já sabem o que aconteceu. Me senti um idiota, e apenas amanhã removerei a tala que estou usando.

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