Primeiro dia de aula

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Acordei com o despertador tocando uma música irritante.
Desliguei-o e vi que eram 6:00 hrs.
Daí você me pergunta, o que uma pessoa normal, que mora perto da escola (pelo menos meu pai disse que a escola é perto) e só vai entrar 7:30, faz acordada ás 6 da manhã?!
Sim, isso tudo e para eu não me atrasar.
Levantei morrendo de sono, com muita preguiça e fui fazer minha higiene matinal.
Depois que tomei um banho relaxante e quase não quis sair (pois a água estava tão quentinha) vesti uma roupa  confortável, passei uma maquiagem de leve e desci.
Quando cheguei na cozinha, meu pai já estava tomando café.

— Bom dia pai. — O abracei.

— Bom dia minha filha. — Deu um beijo em minha testa. — Animada para o seu primeiro dia de aula? — Tomou um gole de café. Claro que não!

— Claro que sim. — Me senti mal em mentir para ele, mas ele parecia tão contente, que me negava a acabar com sua alegria naquele momento.
Tomamos café e ele levou-me para a escola.

                              ***

Quando chegamos, havia várias pessoas em frente a escola, conversando.

— Boa aula. — Sorriu, tentando me passar segurança, mas eu estava bem nervosa.

— Obrigada pai. — Saí do carro e o sinal logo tocou.

Entrei e fui caminhando pelo corredor, até encontrar uma sala que estava escrito secretaria.
Entrei e uma mulher que aparentava ter uns 40 anos, estava sentada, mechendo no computador e em sua mesa havia uma plaquinha escrito diretora.
Ela encarou-me e sorriu simpaticamente.

— Olá, você deve ser a nova aluna. — Deduziu.

— Sim, sou Isabella White, mas todos me chamam de Bella. — Retribuí o sorriso.

— Prazer Bella, sou a senhora Hall. — Apertou minha mão de leve.  — Sua sala é a número 6. — Assenti com a cabeça.

Entregou-me um pequeno papel e eu saí procurando minha sala.
Fiquei olhando o pequeno papel e sem querer esbarrei em alguém.

— Olha por onde anda garota! — A loira reclamou, fazendo cara de nojo. Ótimo, estava começando muito bem.

Ignorei o que ela disse, peguei minha mochila do chão e continuei procurando minha sala.
Finalmente a encontrei, entrei e sentei em uma cadeira do lado esquerdo, no fundo da sala.
Em seguida a garota loira que havia esbarrado em mim, entrou sorrindo, conversando com umas três meninas e sentou-se no meio da sala.
Não demorou muito e o professor chegou.

— Bom dia classe. — Sorriu e todos disseram "Bom Dia" em uníssono.

— Você deve ser a nova aluna. — Encarou-me. — Venha até aqui e apresente-se. — Pediu.

Fui até a frente e fiquei ao lado do professor.

— Meu nome é Isabella White, tenho dezessete anos. — Fiquei nervosa.

— Tão grandinha e o papai ainda leva para a escola. — Falou a minha futura inimiga. Era o que eu estava prevendo, desde que esbarrei com aquela loira falsa. Todos começaram a rir.
Retiro o que eu disse antes, realmente tem como piorar.

— Meu pai só trouxe-me, porque nos mudamos a pouco tempo e não sabia onde era a escola. — Me defendi.

Ótimo, eu estava afirmando que meu pai havia me trazido para a escola. Como sou inteligente!

— Nos fale um pouco sobre seus pais, senhorita... — Olhou para um papel. — White. — Voltou a encarar-me.

— Meu pai trabalha em uma de suas empresas, enquanto minha mãe... — Engoli em seco. — Cuidava do meu irmão de 5 anos. — Ai, que saudade da mamãe e do Lucas, ainda dói tanto falar deles. — Antes de...

— Ah já sei! — Uma outra garota, de cabelos caheados interrompeu-me. — Sua mãe deve ser uma daquelas... — Parou, parecendo estar pensando em algo. — Mulheres que se casam por dinheiro, não é mesmo? — Sorriu ironicamente.

Senti meu sangue ferver. Respira fundo Bella.

— Minha mãe não precisava disso, até porque uma das empresas que meu pai trabalha era dela!— Fiquei ainda mais nervosa.
A menina que estava sentada ao lado da minha cadeira encarou-me e eu sabia que viria mais bullying.

— Então por que não pediu para a mamãezinha trazê-la para a escola? — Franziu a testa. Todos começaram a rir novamente.

— Porque ela e meu irmão morreram á dois meses, em um acidente de carro, idiota! — Gritei, descontrolada. Logo senti uma lágrima escorrer por minha face e a limpei rapidamente.
A sala toda calou-se e ficaram fitando-me com pena. Provavelmente não sabiam o que era perder alguém. Talvez alguns soubessem, mas todos, creio que não.

— Desculpe-me... — Começou, perecendo arrependida do que acabara de falar. — Eu... Eu não sabia.

— Esse é o problema de pessoas como vocês. — Respirei fundo. — Julgam os outros, sem antes conhecê-los, porque acham que vão parecer mais legais fazendo isso. Desculpa acabar com a alegria de vocês, mas isso não lhes fazem melhor que ninguém.  — Bufei de raiva e saí correndo da sala.

Encontrei o banheiro e entrei. Sentei-me no chão, encostei-me no parede e comecei a chorar baixinho.

— Como a senhora faz falta mãe. Sinto saudade dos seus abraços, dos seus conselhos e até das suas broncas. — Suspirei. — Quando vocês se foram, levaram um pedaço de mim. — Falei, sussurrando para eu mesma.

Levantei e olhei-me no espelho.
Echuguei as lágrimas, até porque a vida continua e mesmo sentindo um vazio, tenho que seguir em frente.
Passei uma maquiagem de leve e respirei fundo.
Serrei o punho. Estava começando a odiar aquelas garotas. Elas não podiam falar da minha mãe, daquela forma.
De repente o espelho quebrou e um dos cacos caiu em cima da minha mão, cortando-a.

— Droga! — Esbravejei, vendo minha mão sangrar. Não entendi como o espelho havia se quebrado, se não tinha ninguém no banheiro além de mim. Eu nem sequer havia tocado nele.

— Nossa, o que aconteceu ?! — Uma garota falou desesperada, assim que entrou no banheiro.

— Eu... Eu não sei. — Respondi confusa, fitando minha mão ensangüentada.

Quando olhei para ela, foi que percebi que era a garota que havia acabado de falar mal da minha mãe. Maravilha! Revirei os olhos.

De NORMAL á PARANORMAL (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora