A notícia

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Bella narrando.

Quando o filme já estava na metade, meu celular tocou.
Olhei para a tela e era minha tia Cristina.
Atendi e ela estava chorando. Com certeza não era nada bom, que viria a seguir.

Ligação on :

— Bella tenho que te dar uma notícia. — Começou, entre alguns soluços.

— O que aconteceu? — Fiquei preocupada.

— Não sei se conto, não tenho certeza se você aguentaria a notícia. — Hesita.

— Por favor tia, fale logo. — Peço, sentindo o desespero tomar conta de mim.

— Seus pais... — Soluça. — Eles sofreram um acidente e estão no hospital!

— O quê?! — Sinto as lágrimas descerem. — Que hospital?!

— Aquele, próximo ao mercado...

Ligação off.

Ela me passou o endereço do hospital, tranquei a casa e chamei um táxi. Quando o táxi chegou dei o endereço pra ele.

***

Quando cheguei no hospital vi meus tios sentados e fui em sua direção. Meu tio tentava acalmar minha tia, que chorava desesperada. Eles me abraçaram. Ficamos sentados, esperando apreensivos. Ora ou outra eu lavantava e andava de um lado para o outro.

— Vai dar tudo certo, Bella. Temos que pensar positivo. — Ele tentou me acalmar.

— E se não der tio? — Rebati, engasgando com o próprio choro. Ele levantou e abraçou-me.

— Tenha calma sobrinha. Vamos pedir aos céus, para que tudo dê certo. — Assenti com a cabeça.

Depois de algumas horas, um médico veio em nossa direção.
Levantei rapidamente e perguntei sobre minha família.

— Sinto muito senhorita, seu irmão e sua mãe não resistiram e faleceram. — Encarou-me com ternura. — Seu pai está em coma.

Aquela notícia foi como uma facada, senti minhas pernas bambearem e meu tio segurou-me.
— Mas... Como isso aconteceu? — Estava inconformada. Não podia ser verdade. Aquilo não estava acontecendo.
— Seu irmão foi arremessado pra fora do carro. Provavelmente não estava na cadeirinha para crianças da sua idade. — Explicou. — Segundo os policiais, após o capotamento, o carro deslizou pela pista e só parou quando bateu em um poste.

— Não. Não é verdade. — Me desvencilhei dos braços de meu tio. — Você está mentindo! Todos estão. — Gritei.

— Tente se acalmar senhorita, é normal se sentir assim depois de uma notícia como essa. — Se aproximou.

— Sai de perto de mim. Eu quero ver minha mãe. — Pedi.

— Mas senhorita...

— Eu quero ver minha familia, droga! — Esbravejei. — Deixe-me vê-los. Por favor?

— Calma Bella. — Meu tio segurou-me. Tentei me desvencilhar de seus braços, mas nem sequer tinha forças. Minha tia apenas nos encarava, chorando inconsolavelmente.

Eu ainda não acreditava no que acabara de ouvir, fiquei em choque.
Só conseguia chorar.
Eu tinha perdido as pessoas que amo e uma delas ainda está em coma!
Estava inconformada e só conseguia pensar que nada daquilo era real.

— Eu só quero vê-los. Só isso. — Insisti.

— Acho que teremos que sedá-la. — Avisa para meus tios.

— Não! Não! — Tentava sair de seus braços. — Me solta tio, eu preciso vê-los. — Outro médico apareceu com uma seringa e injetou em mim. — Me solta. — Comecei a ficar sonolenta. — Eu só... — Meu corpo pesou, de uma forma que minhas pernas não conseguiram sustentar. Os encarei e senti a visão ficando turva.

— Vai ficar tudo bem querida, sobrinha. Estamos com você. — Ele falou, antes de eu apagar.

De NORMAL á PARANORMAL (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora