Preocupada novamente

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Meu pai abraçou-me e disse que o homem que trabalha no hotel iria trazer as malas daqui a pouco.
Disse também, que iria encontrar um de seus sócios que chegou hoje e só voltaria mais tarde. Saiu rapidamente.
Saí do meu quarto e fui até a cozinha comer algo. Abri a geladeira e vi que tinha um bolo de chocolate. Era o meu preferido. Cortei um pedaço, coloquei um pouco de suco e fui para a sala assistir TV. Assim como na outra casa, essa não havia muito o que se fazer. Talvez até houvesse. Mas eu não sabia o quê. Lembrei-me do natal passado. Meus tios foram jantar lá em casa e tinha tudo para dar certo, mas acabou sendo um estrago. O peru queimou. Lucas mexeu na árvore da natal e ela caiu no chão, fazendo uma enorme bagunça. Minha mãe estava secando o cabelo e ele queimou. Ela teve que ir ao cabeleireiro, enquanto meu pai cuidava de Lucas. As verduras quase não cozinharam a tempo. O frango não descongelou. Eu derrubei a sobremesa no chão sem querer e tive que fazer outra. Enfim, tudo o que poderia ter dado errado, deu. Mas no fim, acabou dando tudo certo. Fomos todos jantar em um restaurante perto de casa e apesar de toda aquela tragédia, foi um dos melhores natais. Sorri com o pensamento.
A campanhia tocou e fui atender.
Tinha um homem com o porta malas aberto pegando umas malas, logo deduzi que era o homem do hotel que viria trazer nossas malas. Dooh, óbvio né tola!
Depois que o homem foi embora, eu coloquei as malas para dentro.
Meu pai contratou uma empregada pra arrumar a casa. Ela arrumou as roupas do meu pai e eu arrumei as minhas em meu closet. Minha mãe não gostava de empregadas, sempre achava desnecessário. Na verdade ela achava muitas coisas desnecessárias. Sempre foi mais economista. Acho que era porque ela veio de família humilde e sabia dar valor as coisas. Ela era incrível. Sorrio com o pensamento e uma lágrima involuntária escorre por minha face.
Nossa como eu tenho roupa! Só tendo que dobrá-las de uma por uma, é que eu percebia isso.
Quando terminei fui dar uma volta no jardim, que era lindo por sinal.
Não tenho amigos e não conheço ninguém aqui, então não posso sair. Até porque, para onde eu iria?
Entrei e fiquei assistindo TV.
Já estava escurecendo e meu pai ainda não havia chegado.
Comecei a ficar preocupada, até porque a última vez que meu pai demorou, foi quando aquele acidente horrível aconteceu. Balancei a cabeça, tentando afastar o pensamento. Estava na hora de eu parar de pensar negativo e pensar um pouco mais positivo. Uma coisa eu aprendi: cuidado com os seus pensamentos. Talvez se eu tivesse pensado positivo da outra vez... Não, não havia como prever aquela tragédia. Dizem que quando uma coisa tem que acontecer, acontece e não há como você impedir isso.
A campanha tocou novamente e fui atender.
Quando abri a porta, um sentimento percorreu por todo o meu corpo.

De NORMAL á PARANORMAL (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora