Ele Era Meu

A Escola Nova

Acordo com o som dos passarinhos. Isto é um bom sinal, aliás dois bons sinais:
· Meus pais não estão em casa
· E meu dia vai ser tranquilo.
Alguém entra pela porta do quarto, concerteza é minha mãe com a velha frase, mas me surpreendo ao ver meu pai entrando pela porta do quarto dizendo:
- Bom dia Flor Do Dia! ? O café tá na mesa.
Nossa! Quanto preparativo! Concerteza meu preparou um banquete para mim. Minha mãe é sedentária demais para produzir algo assim. As vezes pergunto se meu pai se casou por engano com ela ou se o amor realmente reinava entre ós dois. Nunca gostei de me intrometer muito na vida dos dois, mas eu queria amar alguém como a minha mãe ama meu pai. Simplesmente pelo que ela é ,e não pelo que ela sabe fazer, se dependesse disso minha mãe estava encalhada até hoje.
Ponho minhas roupas antigas sem muita vaidade. Descendo as escadas minha mãe se surpreende com minhas vestimentas, se levanta da mesa e pergunta:
- o que aconteceu?
- resolvi que nesses primeiros dias quero ir com meu estilo de antes, pois as amizades que terei daqui em diante quero que sejam verdadeira como a de Suellen e Simon. Quem quiser gostar de mim que seja pelo que eu sou por dentro e não por fora.- respondo decidida.
Minha mãe se senta convencida e meu pai me olha com orgulho com os olhinhos brilhando. Corremos para o carro para não nos atrasar. O horário de entrada eram às oito da manhã,mas como morávamos um pouco longe da capital tínhamos que sair um pouco antecipados. Meu pai conversa:
- hoje irei à casa da sua tia Meg, se tudo der certo você pode morar com ela as semanas e pode vir pra casa aos fins de semana para não ter que fazer uma viagem todos os dias.
- ah papai. Eu não quero ter que ficar longe de vocês também. Vou sentir saudades das frases de vocês quando eu acordo, e seus café das manhãs sempre bem caprichados para mim. Quem irá fazer o serviço doméstico agora?
- isso não importa agora. Quero que você tenha uma vida normal como qualquer uma outra, se divirta e quem sabe até se apaixone? Está passando da hora não acha?
- o senhor quem sabe. - digo isso para encerrar a conversa. Não gosto de falar de relacionamentos com meu pai. A Katy tímida ainda mora aqui dentro.
Tia Meg é uma senhora solitária. Mora sozinha em uma casa belíssima na cidade, pelo justamente da minha nova escola. Não será tão chato morar com ela.

Minutos depois eu estava na porta da escola e desço do carro com cara de atrapalhada, mas observo tudo rapidamente e concluo: - acho que estou na mesma escola que antes!?
Os alunos alunos ainda não estavam usando o uniforme então as meninas vinham com roupas mais escandalosas possíveis para chamar a atenção. Umas se comportavam como Lígia, outras tinhas a burrice estampada na cara. Um grupo de nerds isolados e o grupo de jogadores em outro local distante rodeado que garotas.
Entro passivamente na escola. Poucos alunos estão nos corredores e vou direito na direção pegar minha nova chave de meu armário. A diretora me cumprimenta, me elogia pelo currículo e me entrega a chave com um sorriso no rosto. Me manda pegar uns livros na Biblioteca.
Aff são 12 livros! Ninguém merece me viro pra colocar todos em meu armário, e como num filme de romance alguém esbarra em mim derrubando eu e os livros no chão. Era um garoto alto de olhos claros como os meus e cabelo castanho. Seu sorriso parece uma coleção de diamantes. Sinto minhas pernas trêmulas quando ele fala:
- me perdoe, eu sou um desastrado!
Nossa eu estava hipnotizada em seus olhos, mas repondo gaguejando:
- não t- tem problema. E -Eu que vim sem olhar pra onde andava.  Me perdoe.

Ele me ajuda a levantar e arrumar os livros do chão e trocamos algumas palavras rápidas:
- meu nome é Michel. Me desculpa mais uma vez.
- está tudo bem, eu que não vi onde andava. Eu sou Katariny mas pode me chamar de Katy.  Eu sou novata na escola, hoje é meu primeiro dia. Você é a primeira pessoa que eu conheço aqui. Me desculpe pelo desastre.

Estou totalmente hipnotizada por esse garoto. Sua boca me faz sentir algo estranho em meu interior, que agora estão mais próximos e faz ele dizer:
- seus olhos são lindos,  Katy. Pela primeira vez na minha vida , sinto uma vontade enorme de beijar alguém. Aquele garoto foi realmente especial para mim. E tudo o que consigo dizer é :
- Obrigada... Michel.
Ele se levanta como se estivesse apressado com outra coisa e vai embora olhando sempre para mim. Na hora, não soube descrever o que havia acontecido, mas naquele momento pus na minha cabeça que aquela escola era perfeita haha. ;)
Michel era o sonho de toda menina como eu: alto, magro e forte, bonito... concerteza era disputando por muitas naquela escola e não teria chance alguma com ele.

Por que ele se interessaria por uma menina feia como eu?  Mesmo com aqueles óculos horríveis, ele elogiou meus olhos como se conseguisse enxergar muito além de meu exterior. 

Não sei o que acontece comigo naquele instante, mas tudo o que eu quero é Michel.

Sigo a procurar minha nova sala, e encontro. Ao entrar eu tive uma surpresa:
Michel é o meu colega de sala!

Deus, muito obrigada! - agradeço em pensamento. Coro ao vê- lo. Naquele momento eu estava imaginando o quão animado seria esse ano escolar, com esse gato na minha sala. Eu queria beija-lo eu queria ama- lo, mas eu era tímida demais para isso.

Ao passar por ele apenas lhe dou um tímido sorriso e ele retribui com uma picadinha amigável, sentei atrás de sua carteira, pois era o único lugar que havia na turma.

Minutos depois de me organizar em sala, aparece em minha frente uma garota quase idêntica a mim. Cabelos lisos, magra, alta, porém, mimada, chata, olhos negros e simplesmente insuportável. Sentou no colo de Michel e começou a beija-lo ardentemente.

Eu senti duas ou três lágrimas apertando a minha garganta naquele momento. O único cara por quem me interessei na minha vida era ele, mas já era comprometido com a menina mais sexy da escola. Como competir com aquele busto? Perderia do quesito excitação masculina.

Por que Michel não parava de me olhar?  Por que eu estava triste com algo que ainda nem começou e provavelmente nunca vai começar?