Capítulo 11 - Meg Sanders

9.2K 983 25
                                    

Hoje deveria ser um grande dia. Sim, deveria, mas não estava sendo. As palavras duras e frias que joguei em cima de Gael, não me deixavam em paz. O fiz pensar que sou uma prostituta em busca de homens para me darem somente prazer. Perdi a conta de quantas vezes fui até seu trabalho para desenrolar essa história, mas na hora não tinha coragem. Eu não podia ser egoísta e fazê-lo feliz para depois largá-lo. Liz brigou comigo naquele mesmo dia, disse que eu estava sendo infantil em acreditar numa coisa absurda como ser igual a minha mãe.

Porém, eu estou convicta do rumo da minha vida. Passei a semana pintando em meu espaço, para ter os quadros para a exposição e agradeci que o assunto Gael estava apenas em meu pensamento até ontem.

— Vai expor "aquele" quadro? — Liz enfatizou e me fiz de desentendida.

— Que quadro? — ouvi seu suspiro irritado.

— Aquele sobre os olhos de Gael.

A encarei por segundos e depois voltei minha atenção para a televisão.

— Não tem o porquê levar aquele quadro. — falo sem vontade.

— Eu acho que deveria, ele transmite muito sentimento, devia ser a peça principal da sua exposição.

Mordi meus lábios e fiquei pensando. Aquele quadro é importante para mim, não quero que o comprem. E também, Gael não irá a essa exposição, se não veio atrás de mim antes, não virá agora. Arfo cansada. Como eu queria que ele viesse atrás de mim. Pensamento egoísta!

— Pode até ser que seja a peça principal, mas não irei vender. Esse quadro fica comigo! — notifico e ela senta do meu lado.

— Sabia! Gosta dele não gosta? Esse ar de quem não se importa é tudo fachada.

— Deixe de por palavras em minha boca. — rebato e continuo fingindo que assisto televisão.

— Se não gostasse, daria o quadro.

— Eu só não quero vendê-lo Liz! — resmungo aborrecida.

— Não quer vender, por quê? Responde! — pressiona e sinto minhas lágrimas formarem.

— Porque é a única coisa que tenho dele. — admito e ela me abraça carinhosa.

— Finalmente confessou. — murmura para si mesmo e me acomodo em seu abraço.

— Eu gosto dele, Liz. O pouco tempo que ficamos juntos ele me fez rir mais vezes do que costumo em um ano. Ele é tão carinhoso e vê-lo dormir ao meu lado foi tão especial que me deu medo.

— Medo de que, amiga?

— De machucá-lo. — soluço e cubro meu rosto. — Não quero fazer o que minha mãe fez com meu pai, eu não quero ser ela.

— Mas você não é!

— Eu sou Liz. Nasci dela e vou ser assim. Não vou ter filhos nunca e não vou me casar. Podemos mudar de assunto? — peço tentando parar meu choro.

— Só mais uma pergunta. Tem certeza que viu um sentimento a mais em Gael?

— Claro que tenho... — concluo. — Ele não queria só sexo, ele queria mais e isso eu não posso dar.

— Tudo bem. Vai tomar um banho relaxante e pense sobre expor o quadro, com certeza será a atração principal.

E Liz estava certa. As assistentes de Noah me informavam a cada quinze minutos sobre cada proposta que surgia para comprá-lo. É óbvio que já deixei avisado que a tela com olhos era só para expor mesmo. Noah ficou surpreso com essa pintura, na hora soube que eram os olhos de Gael, no entanto disfarçou. Eu só rezava para ele não ter ligado para o irmão contando, era por isso que eu olhava para a entrada da galeria de cinco em cinco segundos.

Amor em Chamas - Os Petersons - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora