Capítulo 3

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- O que você fez com ele?, ela perguntou, trêmula, quando Edward caminhava em sua direção, o olhar feroz provocando um tremor interno, embora ela não deixasse transparecer. Sabia a potencial ameaça que Edward Cullen era. Poderia se livrar com as mãos amarradas de um bêbado como Mike. Bella conhecia seu porte atlético, sem contar com anos de experiência em manter a paz e a ordem em seus famosos restaurantes ao redor do mundo. Muitas organizações criminosas tinham falhado ao tentar fincar o pé em seus estabelecimentos, graças à combinação da inteligência afiada e da força bruta de Edward.

- Coloquei num táxi. E você, o que fez com ele?, perguntou, o olhar pousado sobre ela.

Os mamilos dela se endureceram sob o olhar que era ao mesmo tempo fogo e gelo. Enrijeceu as costas, a garganta congelou. A verdade ainda martelava dentro do seu crânio: Edward Cullen é o dono do restaurante. Inconscientemente, pusera seu futuro nas mãos do homem que a rejeitara.

E ninguém a rejeitara.

Bem, quase ninguém, pelo menos quando queria o contrário. E ela definitivamente queria o ''o contrário'' com Edward. Que sorte a minha. De todos os restaurantes e bares de gim do mundo, ela tinha entrado justo naquele, pensou com certo divertimento em meio ao pânico.

- Você vai fazer a única coisa que pode comigo, ela respondeu, a voz fria o suficiente para alguém que estava no maior jogo de pôquer da vida com uma mão de merda. Era uma marca do passado em comum. Da amizade do passado, conversar em inglês. As mães de ambos eram inglesas, e os pais, franceses. Tinham isso em comum, uma pequena intimidade que foi significativa para a garota de catorze anos que ansiava pela sensação de intimidade com um jovem rapaz lindo que parecia eternamente inatingível. – Vai me deixar substituir o chef do restaurante, agora que fez esse rolo com o Mike.

Ele piscou sem entender e ficou inexpressivo. – Do que você está falando? Está bêbada?

A raiva subiu ao peito dela. – Tomei apenas uma taça de vinho, ela respondeu honestamente. Ela notou sarcasmo no olhar dele sobre o copo de brandy no bar. – Mike me entregou, eu peguei. Edward, o que você está fazendo aqui?, ela perguntou outra vez, a curiosidade sobrepujando a preocupação sobre seu futuro. – Você desapareceu de Paris há mais de um ano. Nenhum de seus empregados de lá diz para onde você foi. Minha mãe falou com a sua recentemente. Até a Alice não sabe onde você está. Ela está morrendo de preocupação.

- Certo, ele disse sarcasticamente. – Minha mãe está morrendo de tristeza com a possibilidade de eu não relar a mão no dinheiro que ela quer todinho para ela desde que meu pai foi preso.

Bella piscou. Ele tinha um ponto. Ela ouvira falar que ele vinha sendo estranhamente teimoso e elusivo sobre aceitar a fortuna de seu pai.

- Se contar pra alguém que me viu aqui, Bella, vou fazer você pagar por isso.

Calmo. Sucinto. Completamente plausível.

O coração dela acelerou. Ele estava parado a poucos metros. Precisava esticar levemente o pescoço para trás para ver o rosto dele. Torcia para que ele não notasse a veia pulsando em seu pescoço. Ele lhe pareceu ainda maior do que ela lembrava: alto, definido e totalmente formidável. Tinha cortado o cabelo desde a última vez, usando um estilo curto e despojado muito sexy, que enfatizava a masculinidade, as feições esculturais e uma graça masculina espontânea. Sempre desejou passar os dedos por aquele cabelo macio...encher suas mãos lascivamente com ele. Também deixara crescer um cavanhaque muito bem aparado desde então. Vestia jeans e uma camisa de algodão preta. Mike não era o primeiro a se referir a ele como o demônio. Os homens diziam isso como inveja amarga. As mulheres, com luxúria cobiçosa.

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