Namorada

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Dizem que a dor da conformação da perda de um objeto pessoal valioso é grande. Rose Weasley era inteligente, e não desistiria tão cedo de seu telefone. Decidida a pegá-lo de volta, pediu para Scorpius leva-la para a delegacia mais próxima, para prestar queixa.

-Prestar queixa? Como se a polícia da Califórnia não tivesse nada melhor pra fazer... – Scorpius realmente não estava nada satisfeito de receber ordens de uma turista.

-Cala a boca.

-Escuta só, ruivinha. Existem duas coisas que você nunca recupera: tempo e um celular perdido.

-Que seja. Mas se você é roubado, precisa prestar uma queixa. São as regras da vida.

Com um sorriso de canto e uma das sobrancelhas arqueadas, o loiro pergunta:

-Você é cheia de regras, não é?

-Como se você não tivesse.

Depois de se pronunciar, Rose olhou para o rapaz e pensou melhor: não, ele não havia regras. Scorpius apenas se limitava a observar a mulher irritadiça a sua frente.

Já estava a caminho da porta do estabelecimento quando Scorpius levantou-se da moto e caminhou junto dela, afirmando que iria ajudá-la.

-Você não tem nada melhor para fazer não?

Indignado, o garoto estancou no mesmo lugar.

-Não se pode mais ajudar uma pessoa? Escuta, se não me quer lá com você, apenas me diga se devo esperar ou não.

Rose simplesmente o ignorou e entrou na delegacia.

***

-De que modelo era, senhorita? – o policial local não via muito futuro na ocorrência, mas mesmo assim cumpria seu trabalho.

-Um Blackberry.

-De conta ou pré- pago?

-Conta.

Apenas recebeu uma torcida de nariz, simbolizando que tão cedo não veria o aparelho.

***

-Eu já disse senhor, o telefone da minha namorada foi roubado. Eu só estava seguindo o ladrão e o senhor pensou que estivesse fugindo do senhor.

Scorpius estava em apuros. Enquanto Rose prestava a queixa, o loiro decidiu por espera-la, quando o policial de quem recebeu a multa surgiu atrás dele. Por ter fugido dele, estava realmente enrascado, por isso tentava se explicar de todas as maneiras possíveis.

-Não é por isso que estou aqui. Seu silenciador não está funcionando, garoto.

-Ah, por isso? Deu defeito agora!- e ser cínico estava em uma dessas tentativas. – eu juro que ia consertar o silenciador, mas o telefone foi roubado.

-Oh sim. Lamento por isso.

***

Rose voltou quando Scorpius estava para receber outra multa.

-O que está acontecendo aqui? – questionou a cara de preocupado do rapaz.

-Quem é a senhorita? –o policial era um pouco curioso de fato

-A GAROTA CUJO CELULAR FOI ROUBADO!

O desespero na voz de Scorpius era realmente aparente.

-A senhorita é a namorada dele?

Engasgar com sua própria saliva não é algo muito legal. Ainda mais na frente dos outros.

Rose experimentou esta sensação, junto de olhos esbugalhados.

-Nem um pouco, senhor policial. –olhava para ele desconfiada.

-O senhor mentiu para um policial? Saiba que está muito encrencado...

-Calma policial. Ele não mentiu sobre tudo. Esse rapaz é muito prestativo, e meu telefone realmente foi roubado. Mas, se ele usar capacete, certamente andar de moto será mais seguro para ele.

-Você não usa capacete, meu jovem? Agora mesmo que irá receber uma multa!

-Meu senhor... Deixe-o ir se puder. Mas também o multe, para que os outros não o tenham de exemplo e queiram imitar.

***

"SETECENTOS DÓLARES!"

Irritadiço com a mulher que ajudou, Scorpius sobe em sua moto, depois de gastar os suados setecentos dólares com a multa, a procura da jovem, a fim de falar umas poucas e boas.

Ele tinha vinte e quatro anos, galã, de corpo malhado e definido. Seu pai era D. L. Malfoy, homem de muito dinheiro na cidade.

Antes de dar partida na moto pensou que seria melhor vestir uma camisa, que o fez prontamente. Como discutira com a ruiva se ela ficasse babando por ele? Riu desse pensamento.

Coitado.

***

11:30 – LOS ANGELES

Rose havia conseguido um táxi na porta da delegacia e já estava na cidade a procura de seu "noivo". Percebeu muito tardiamente que o papel em que havia anotado o endereço e telefone tinha um chiclete grudado.

Dali não conseguiria mais nada. Tirado essa conclusão, começou a percorrer a rua, perguntando aos vizinhos se conheciam aquela família. De fato, dez minutos depois conseguiu encontrar o motorista na motocicleta, furioso por sinal.

***

-Não é só porque vim aqui que vou casar, Scorpius. Apenas vou encontra-lo. Não fazemos assim no Arizona.

-Ah claro. Sei muito bem como vocês fazem lá. Vem para Califórnia encontrar noivos. Dê graças a Deus que seu marido está a salvo. Por sua causa perdi setecentos dólares com aquela multa.

-Seria mais fácil você usar o capacete e seguir as regras, mas quem sou eu para enfiar algo na sua cabeça. – Rose estava sendo um pouco irônica.- E porque disse que era sua namorada?

-O quê? Não sou louco a ponto de dizer isso!

-E você então não disse?

-É o costume, ok? Quando se é pego, tem que inventar uma desculpa, com emoção, ok?

-Tá, tá. Pode me passar a mensagem com o endereço de novo?

-O quê? Eu a excluí.

-Mas...

Rose ficou a ver navios, já que Scorpius saiu irritado, a largando sozinha na rua. Perdida e sem o endereço;

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