Quer um lanchinho?

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Já era segunda pessoa que xingava mentalmente, quando viu o motociclista dar meia volta e parar a sua frente.

- Sobrado, 40696. Siga em frente e vire a esquerda, é a última casa da rua. Não sou egoísta como você. Entendeu?

-EU ME CUIDO!

-Ah, como você tivesse se cuidado desde a manhã... – dando partida na moto e falhando miseravelmente, indo arrastando o veículo (com ele sentado) pela rua até ele pegar.

***

Um pouco sentida por Scorpius tê-la chamado de egoísta, andava distraidamente pela rua até avistar um grupo de meninos depenar uma lambreta estacionada em frente a um casarão.

-O que está acontecendo aqui? –perguntou horrorizada ao dono da mansão.

-Um sem noção parou na frente da minha casa. Aqui é a lei, se não obedece-la, já era seu carro.

-Moça, só queríamos jogar futebol, mas aquele tio parou no meio do campinho.- respondeu de uma forma mais gentil um dos garotos.

-Ah...

***

Decepção. Era isso que sentia quando descia as escadas do sobrado da última casa na rua. De fato a havia encontrado sem muitas dificuldades, mas ao chegar lá se deparou com o portão trancado, com direito a corrente e cadeado.

Pensou em talvez perguntar na casa debaixo mas tinha medo da resposta.

Resolveu tentar e tocar a campainha.

-Pois não? – uma mulher loira, com seus quarenta e poucos anos surgiu na porta.

-Com licença. Poderia-me dizer onde estão as pessoas do segundo andar?

-Não faço a menor ideia, não estamos mais falando com ele. Brigamos mês passado. Passar bem. - e entrou sem pestanejar na casa.

Já era a segunda vez no dia que era deixada para trás e isto a estava magoando. Tina acabado de se virar para ir embora quando uma vozinha de criança surge da sacada da casa.

-TIA! ESPERE!

Olhou apavorada para cima em busca da voz.

-Você é do Arizona, tia?

-Sim...? – estava visivelmente desconfiada.

A menininha, dona da voz fez um sinal para a mais velha se aproximar. Pulou da sacada, que não era muito alta e correu ao seu encontro.

-Oi moça. Minha tia me disse que você ia aparecer por aqui ainda esta semana.

-Tia?

-Sim, minha tia. A mãe de Hyperion.

"Ah...'

-Ela teve que sair por um tempinho, mas me pediu para te dar o número do telefone de Hyperion, caso você chegasse.

-Ah, você é tão fofa! – Rose tentara controlar o agudo de raiva na sua voz, porém falhou.

-Vamos, vamos. Anote rápido antes que minha mãe me descubra e brigue comigo!

-Um segun...

-9015

-Esp...

-9599

-Menin...

-Hyperion é o meu primo, sabia?

-Jura? Que legal...

-Nossa família está meio brigada ultimamente, mas tudo já vai estar resolvido até o casamento. Hyperion disse que posso ser a dama de honra!

Olhou bem para a prima do dito cujo: devia ter uns sete ou oito anos de idade, baixinha, loiríssima de olhos tão verdes como a grama. Possuía uma janelinha em seu sorriso e desde que a avistara cinco minutos antes, não parara de sorrir.

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