Reich

Último dia

Mais uma vez, já amanhecia, a mãe de Blume preparava o café da manhã, para seu filho e marido, ainda um pouco frio, e a neve permanecia nas ruas, só estaria a ir embora no período da tarde. Ela fazia biscoitos, daqueles que a filha adorava. Se dirigia então ao quarto do filho menor, onde podia vê-lo ainda na cama, pálido, com as bochechas coradas e os olhos fechados, parecia estar tendo um sonho bom, entretanto, o dia se iniciava, e dormir não era recomendado, a atividade os chamava.
- Meu amor, acorde! Já amanheceu! - Dizia ela ao passar a mão em seus cabelos avermelhados.
- Já estou indo mamãe. - Dizia ele com a cabeça no travesseiro.
- Fiz os biscoitos que você e sua irmã gostam.
Inesperadamente Jhon pula da cama e corre pro banheiro, assim como Blume ele amava os biscoitos da mãe, e não eram iguais a nenhum outro que já haviam degustado. O dia assim se iniciava pra todos e todas as raças, alguns trabalhando, outros em suas pequenas casas de pesquisa, outros ainda saiam em busca de novas descobertas. Os dias em Mungrel eram sempre relativos, alguns eram agitados outros incrivelmente quietos e principalmente quando a maioria dos jovens não se encontravam em casa, o silêncio então escolhia o reino como moradia.

Enquanto isso, nas cataratas, mais uma vez o dia se repetia, o sinal tocou novamente para que todos pudessem descer e tomar seu café da manhã, esse seria último dia, e então partiriam de volta pra casa, além do último dia nas cataratas, seria também o último dia de neve, pois no período da tarde, ela iria embora dando lugar as flores e a primavera finalmente iria dar boas vindas aos cidadãos. Blume ainda estava na cama, acabara de acordar, com os olhos semicerrados após perceber a luz que atravessava as cortinas, ela voltou a fechá-los, estava cansada do dia anterior e queria dormir mais, ao menos que fosse um pouco. Logo, sente uma chacoalhada em si, era Dunk.

- Acorde menina, acabaram de chamar a gente pra comer, levante-se! O dia já se inicia, Blume, a primavera está chegando. - Dizia a garota um tanto empolgada.

- Dun.. Dunk, já vou, tenha calma!

- Não há tempo pra calma, é a primavera, você deveria estar animada, começar o dia assim não é boa coisa, ouça o que estou dizendo! - a garota volta então a sua cama, e passa a olhar alguns amuletos que carrega consigo.

Ela deve ser bipolar, ontem mesmo me olhava de cara feia, hoje novamente vem ficar perto de mim, não entendo mais nada, preciso me levantar, mas estou tão cansada, o susto com Stärke de certa forma ainda me preocupa, tive pesadelos, espero que ele esteja bem, e minha mãe, meu pai, não costumo passar noites fora de casa, mas apenas uma é o suficiente para que eu sinta falta de Jhon.

Os alunos desceram novamente a mesma sala da última vez, porém, agora em todos os lugares havia um envelope aparentemente velho, com uma carta, os alunos estranharam um pouco, alguns abriram com voracidade, outros apenas comeram primeiro pra depois a curiosidade invadi-los, inclusive porque dentro delas havia um volume suspeito.

" As cataratas de Mungrel agradecem a visita de vocês, espero que tenham gostado de tudo o que foi visto e do que irão ver, nossas portas estarão sempre abertas para vocês e o colégio Iezzi, nunca deixem de nos visitar, deixamos neste envelope, um dos biscoitos encantados exclusivos daqui, coma o primeiro e peça alguma comida que deseja e ele trará imediatamente, lembrem-se, só alimento. Atenciosamente, coordenação. "

Alguns porém já haviam comido, mas não perderam a chance de pedir novamente, outros colocaram no saquinho de novo e foram lá em cima guardar, já se preparavam para sair novamente, quando as portas do salão se abrem, um homem e um rapaz entram, o homem de barba, alto, aparentemente rude, e o rapaz tinha os olhos da cor do fundo dos oceanos cristalinos, pele branca como a neve que caía pré-primavera, lábios róseos como as flores que estavam por desabrochar, cabelos longos e castanhos escuros, brilhosos como se emanassem sua eterna beleza e uma barba por fazer, mas que já estava feita, pois acentuava seu rosto perfeitamente, ele era a visão da quase perfeição, todos se calaram, mas alguns sussurros puderam ser ouvidos.