Reich

A chegada

A viagem já havia sido iniciada, os alunos ainda se encontravam um pouco agitados, entretanto, ficavam cada vez mais calmos ao longo do percurso, alguns levaram lençóis, travesseiros, e dormiam, ignorando completamente o colega ao lado que talvez precisasse de companhia. O caminho era quase o mesmo durantes as primeiras horas de viagem, no começo, alguns arbustos, o verde da grama, e o sol ao céu, iluminando o horizonte. Outros jogavam Wercke, um jogo característico de Mungrel, pra ser sincero parecido com xadrez, mas trabalhava bastante com a imaginação, as peças eram diferentes, e cada jogada consistia em uma nova reação. Funcionava da seguinte forma:

O jogadores que iriam participar - o limite eram de dois por partida - colocava seu dedo direito, um pouco abaixo do tabuleiro, em uma pequena cratera, após o dedo colocado no lugar indicado uma pequena agulha era expelida do tabuleiro de madeira, furando assim o dedo da pessoa e recolhendo algumas amostras de raças. O jogo era de uma forma de inteligência extrema, pois através de tal informação contida através do sangue, era processado internamente uma ficha completa sobre as qualidades e defeitos de tal pessoa e raça, o que faria o jogo ser justo e igualitário, porém, após esse recolhimento de sangue, era injetado no jogador também, um líquido de um rosa forte, cujo conectava sua mente, ao tabuleiro, o jogo tinha o prazo de exatamente duas horas, caso o jogador saísse, lhe era imposto uma dor de cabeça tremenda que apenas passava se a partida fosse terminada como deveria, após a infiltração deste líquido no corpo, a conexão entre a mente e o jogo estava completa, qualquer dor acarretada ao longo de tais jogadas seria instantaneamente sentida pelo jogador, o que media coragem, decisões e inteligência. O jogo era levado de forma intensa e séria, haviam campeonatos em todo o reino, muitos desistiam ao longo do percurso, porém, após a desistência ou saída, mais um líquido é injetado em seu dedo, indo direto pras veias, fazendo com que você fique tonto, o que te deixa menos apto a pensar, e faz com que seus pontos e estratégias caiam absurdamente.

Durante a viagem, alguns jogavam, Blume não conseguia dormir, gostava de resolver alguns problemas de matemática, ou alguns caça-palavras, mas de forma focada. Estava um silêncio enorme ao fundo do ônibus, justo onde Blume havia sentado com Stärke. Ela resolvia seu caça-palavras quando repentinamente um grito soa alto, um pouco mais atrás dela:

- Senhora, venha cá por favor, acho que esqueci meu anel em uma das cadeiras ali da frente, pode ver se está lá? - O garoto deu um sorriso malicioso.

- Claro querido, aguarde aqui, só mais um pouco. - Era uma senhora já de idade, com uns 110 anos, apenas esperando ser ceifada a morte, foi então lá na frente pra ver se o anel do garoto estava lá.

O garoto cuja senhora havia chamado era um grove, daqueles mais encrenqueiros, havia chamado a pobre senhora apenas para caçoar dela, e pegar um saquinho de poções que podia ser visto em seu bolso, mas Blume logo percebeu, porém, continuava focada em caça-palavras:

- Idiotas! - Murmurou ela baixinho.

- Concordo - Disse Stärke, o que a fez ficar surpresa, pois achou que ninguém tivesse escutado.

- Senhora, não dê ouvidos a eles, estão apenas caçoando de seus anos a mais. - Disse Blume em tom mais alto.

- Nossa, falou a senhora sábia, esses prians acham que são alguma coisa perto de nós, cale a boca intrometida! - Devolveu o garoto que estava ao fundo.

Logo Stärke se levantou, mostrando seus braços ainda fortes:

- Deixem ela, parem de querer impressionar a todos!

- Olha pessoal, como está o Cullmann, depois que começou a andar com essa gente, parece que se esqueceu de quem é, não acredite nela, sabe que ela jamais confiará em você, está te usando pra um objetivo qualquer!