Capítulo 59

33 3 4
                                    

Jorge estava sentado no sofá desgastado da sala de seu apartamento. Era tão angustiante a sensação de estar sentado ali, o mesmo local onde fizera amor com Isabela, e saber que agora ela o odiava.

Cruzou a mão sobre o rosto, logo em seguida abaixando a cabeça e suspirando de um modo triste.

Era impossível para ele pensar em Isabela e não chorar.

Tinha realmente feito coisas que não eram boas. Ele com certeza não se orgulhava de muitos de seus atos. Mas aprendeu a amar Isabela. Como ele queria poder não amar, mas ele amava.

Ela agora o odiava bastante. Queria ir atrás dela e tentar explicar tudo, mas era impossível. Ela não escutaria e ele não insistiria. Ainda mais, isso só pioraria as coisas.

Se ela pelo menos o ouvisse...

Ele sentia raiva de si mesmo. As unhas afundaram na carne de suas mãos. Seria doloroso, mas se Isabela queria, ele não perturbados mais.

Se levantou do sofá e foi até a geladeira, onde pegou uma garrafa de vidro, com um líquido vermelho: Sangue.

Ele bebeu um gole e fez um careta.

Droga, ele pensou. Como tem um gosto horrível sangue coagulado.

Era muito melhor sangue tomado na hora, retirado de um pescoço quente. O gosto era incrível. Mas tinha prometido ferir o mínimo de pessoas possível para poder viver.

Com raiva, ele bateu no jarro perto de seu braço, o derrubando. O objeto caiu e se espatifou em mil pedaços no chão.

- Que merda! - ele disse. - Cansei de ser vampiro. Cansei de ser um sanguessuga.

Bebeu mais um gole do sangue na garrafa.

Muitos e muitos anos bebendo só líquido vermelho. Nem lembrava mais como era comer comida de verdade. E se tentava, um enjoo forte o invadia e o fazia vomitar. Comida não era algo que precisasse mais.

O clã das sombras podiam comer, mas apenas por que tomavam o suco Verde e assim controlavam sua sede. O suco fazia com que eles fossem quase humanos, permitindo que pudessem comer.

Mas o clã das trevas não usava o suco Verde. Achavam uma perda de tempo, se podiam tomar o quanto de sangue quisessem. Então, para os membros do clã das trevas, a comida causava enjoo ao ponto de vomitar, devido a dieta de apenas sangue.

Enxugou o rosto e se encostou na parede.

- Tudo bem Isabela. - Ele suspira e larga a garrafa com sangue no sofá. - Está tudo bem. Não vou mais te procurar. Vou esquecer da sua existência.

                                   ¤¤¤

Meus pés fazem barulho conforme eu subo pelas escadas da mansão Cairo, indo para o segundo andar.

Chegando lá, vejo Nina no corredor, longe. O corredor onde ficam os vários quartos da mansão, inclusive o meu, é muito grande. O de Matthew fica no final dele e o de Nina fica no meio do corredor. O meu fica um pouco no início. São 8 quartos da cada lado do corredor, sendo ao todo 16 quartos.

Nina está na frente do quarto dela,  encostada na parede. Ela vê quando eu chego e me encara, de um modo solidário.

Sinto um calafrio. Ainda não superei o sentimento que eu sinto por amar Nina, por mais que eu tente reprimir isso.

- Tudo bem? - ela pergunta.

- Quase - digo, tocando meu ombro esquerdo. Por mais que seja estranho, Nina e eu quase não nos falamos ultimamente. Ela foi a e Pessoa com quem menos falei ultimamente. De qualquer modo isso não impediu que minha atração crescesse por ela.

Não Confie Em MimOnde histórias criam vida. Descubra agora