Capítulo 6 - Family Tree

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"Não, esse não é o seu legado, não é isso que você tem que ser. Eu posso quebrar as correntes que o prendem"

Título por: Matthew West

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Stella

Novamente, eu estava cercada por uma escuridão absoluta, mas dessa vez não me assustei ao ouvir a voz conhecida. Conforme minha mãe falava, o breu à minha volta dissolvia-se, permitindo que eu visse as figuras de meus pais. “Bem vinda de volta, minha querida. Chegou a hora de você conhecer o seu destino. O Agnus chama por sua alma, Spes, e você deve responder ao chamado. É tempo de quebrar ciclos.”

Àquela altura, eu já podia ver onde estava. Parecia um bosque formado de árvores douradas e prateadas que emitiam um brilho estranhamente relaxante. Meu palpite sobre o que era aquele lugar era perturbador. “Tata? Eu morri?” Foi só naquele momento que eu me dei conta de que sempre me referira a meus pais em latim. Era mais uma estranha coincidência que me ligava a Lucian.

Meu pai, a quem eu sempre fora mais ligada, negou com a cabeça, um sorriso nos lábios. “Eu sabia que você entenderia logo onde está. Não, Stella, você não está morta, embora talvez pareça estar. Seu ritmo cardíaco e respiratório teve que ser reduzido para que você pudesse chegar até aqui e ouvir aquele que selou o acordo com o primeiro dos Agni.”

Antes que eu pudesse lhe perguntar o que queria dizer, houve um clarão intenso que me cegou por um minuto. Quando recobrei a visão, eu estava diante de uma figura humana. Não saberia dizer se a pessoa à minha frente era homem ou mulher, mesmo após ouvir sua voz, mas sabia exatamente quem era. “Stella Speranza Costello. Tenho esperado por você, minha menina.”

Instintivamente, curvei a cabeça em respeito ao poder que emanava do Deus. “Domine mi, é uma honra estar em Sua presença.” Espantei-me com a naturalidade com que usei a língua morta. Eu nunca ouvira aquelas palavras, mas sabia como que por intuição o seu significado.

Ele riu, e o som aqueceu-me por dentro, fez-me sentir mais viva. “Ah sim. Vejo que seus dons estão começando a aparecer. Ouça bem, criança. Você é especial, Stella. É um presente meu para a linhagem dos Agni. Como sua mãe lhe disse, é tempo de quebrar ciclos. O acordo foi cumprido, filia, e é sua missão garantir que não haja mais sangue inocente derramado.”

Uma centelha de esperança se acendeu em mim. Eu soubera desde o início que não perderia Lucian. Eu faria qualquer coisa para que ele ficasse comigo. “Eu farei tudo o que puder, Domine, mas não sei como agir. Lucian está convencido de que tem que morrer.”

Ele assentiu. “Sim. O Agnus aceitou o destino que lhe foi comunicado pela Ordem. Será tarefa sua convencê-lo de que há outra possibilidade. Será mais fácil do que você imagina, pois vocês estão ligados de uma maneira muito profunda. Spes e Agnus são partes um do outro. A Esperança e o Sacrifício sempre andam de mãos dadas, minha querida, e você e Lucian são seus representantes. Quanto ao que você deve fazer para garantir que o destino se cumpra como deve, não se preocupe tanto. Eu não poderei mais falar diretamente com você, mas lhe enviarei sinais. Procure por eles em sua jornada e saberá que está no caminho certo.”

O modo com que ele falava me convencia lentamente de que eu realmente era a Esperança, e que eu poderia cumprir a tarefa que ele me dava. No entanto, eu era apenas humana. “Perdoe-me, Domine, mas não sei se estou à altura dessa missão. Tenho medo de falhar.”

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