Acerto de contas

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- Muito bem patroa, como a senhora quer que a gente faça o serviço?

- Quero que furem os dois olhos, cortem as mãos e a língua. Pois com os olhos ele cobiçou o que não era dele, com as mão ele roubou e com a língua mentirosa nos ofendeu. Mas com cuidado, não quero que ele morra! Quero assisti-lo sofrer pelo resto da vida como um maldito aleijado!

- Por mim apagava logo o desgraçado. Pra mim, ladrão bom é ladrão morto! Mas tudo bem... Vou cuidar dele do jeito que a senhora quer. É pra resolver essa semana mesmo ou a senhora acha melhor deixar a poeira baixar?

- Eu queria que você resolvesse logo esse caso... Mas não, tem razão. Se ele aparecer todo mutilado agora vão me acusar de ser a mandante. É melhor esperar uns seis meses e aí, quando eu souber que ele viajou para o interior, eu te aviso. Para vocês pegarem ele no caminho, em uma daquelas estradas de areia desertas no meio do nada! Melhor assim. Afinal de contas, quem espera sempre alcança.

- Por mim tudo bem, patroa. Tenho que ir. Espero contato.

Narrativas - Contos - Volume 22Onde histórias criam vida. Descubra agora