Capitulo 5

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    Quando contei aos meus avós sobre a festa que aconteceria naquela noite, só faltou eles me aplaudirem. E francamente, eu mesma poderia fazer isso. Nunca tinha ido a uma festa, apenas aniversários e casamentos, mas era tão raro. Finalmente colocaria meus pés em outras ruas...

Sentia- me diferente, até mesmo animada. Depois do meu breve encontro com a Olívia, tinha esperanças que nossa amizade não estava 100 % acabada. Mesmo com as diferenças, com o tempo, com a isolação, nossa amizade não era um ponto final. Não que eu quisesse voltar a ser sua melhor amiga, mas talvez, só talvez, eu precisasse de amigos.

Venho endoidando, falando sozinha, desabafando sozinha. E mesmo que a solidão fosse amiga, combinemos que ela não é uma das melhores.

O dia parecia correr bem, meu ânimo chegava a me surpreender.

21h00min já estava pronta. Vestia uma saia azul, um pouco a cima do joelho, e um moletom preto, com alguns detalhes prateados. Calçava uma botinha marrom e meu rosto possuía "esconde a cara", mas não estava escondida.

Pela primeira vez em todos aquelas anos, eu me sentia bonita. Olhei-me por um bom tempo no espelho, apenas para guardar aquela imagem. Quem visse, pensaria que eu era uma garota normal de 16 anos. Quem sabe, uma garota feliz.

Meu avô me deixou na casa da Olívia, me desejando sorte.

A musica já estava tocando, pessoas eram vistas entrando, ou dançando pelas sombras na janela.

Estava com medo, e a cada passo que dava meu coração acelerava um pouco a mais.

Toquei a campainha. Sem respostas, é claro. Abri a porta lentamente, fazendo a música aumentar em meus ouvidos. Entrei, disfarçadamente, sem sucesso. Olhares vieram em minha direção, dedos apontando a minha presença, cochichos. Senti-me como uma aberração, até a Olívia aparecer, com os braços abertos e com um sorriso ainda mais aberto.

-Aí está você! Não acredito que está aqui.

- Obrigada pelo convite.

-Obrigada você por ter vindo. Sua presença é notável e inusitado.

Reconheci muitos, como também notei pessoas completamente desconhecidas.

Encontrei Julia, que ficou surpresa ao me ver.

- Claire!

- Oi Julia. Não sabia que era amiga da Olívia.

- E não sou. O Diego que me convidou.

-Ham... Quem é Diego?

- Um amigo. Posso te apresentar ele.

Queria recusar a apresentação, mas a frase veio à mente "tente conhecer gente nova".

Aos poucos fui me enturmando, conheci o Diego, um garoto nerd do segundo ano. A Marta, Alessandra, Karina, Bernardo, Lola e até Hugo, o atual namorado da Olívia. Bem, ele não é um exato "bad boy", é até legal, tirando o fato de ser um grude com a namorada.

Alguns copos chegaram a nós, peguei um e tomei um gole. Cuspi no ato.

Não soube identificar se era cerveja ou Uísque. Nunca tinha bebido nada alcoólico em toda a minha curta vida.

- É serio isso? – Um dos garotos comentou rindo

- Não me diga que nunca bebeu?

- Eu só tenho 16. E sinceramente, álcool não entrará na minha lista dos meus 18 anos.

Mais gargalhadas surgiram. Fiquei envergonhada, pedi licença e procurei por um banheiro para me lavar.

Antes, procurei por Olívia para me indicar o caminho na casa.

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