Mais uma vez, eles não vieram.
As cortinas foram abertas, os ornamentos encaixados,
mas eles não vieram.
Meu rosto se petrificou na espera
daqueles que deveriam me amar.
Vindo à cavalo ou montados em seus próprios egos, meu exército nunca chegou.
Estive
esperando por amantes medíocres e cheios de vitalidade,
dezenas deles.
Tive tempo pra juntar novas feridas
Para que pisassem nos meus calos;
Tempo pra prescrever tragédias
Alimentando bem o meu caos.
Na dor da espera, até o resto da minha rima se foi
Restando apenas o exagero para a dor que é o meu trunfo.
Escrevi até o sentimento se atrofiar.
Acreditando na beleza que posso ter,
até meu corpo do avesso, eu deixei.
Corpo vivo e cheio de vontade,
que ninguém quis enxergar.
Mas o desejo,
sempre firme, ainda aguarda.
Por todos aqueles que não enxergaram
em mim, algo que os fizesse querer vir e ficar por alguns segundos.
A minha lágrima que preenche o lugar dos aplausos
há de finalizar,
o meu espetáculo que ninguém assistiu.#Prostituta das palavras, De HenriqueCosta19
VOCÊ ESTÁ LENDO
M-83 Poesias
PoetryCaros leitores e leitoras, Este livro surgiu de uma reunião de poetas e, tem o intuito de mostrar o talento e o trabalho desses mesmos poetas. Esperamos que gostem da nossa obra, que comentem, votem e, sobretudo, deliciem-se com esta obra-pr...