Fênix Celeste

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Lembro como se fosse ontem daqueles documentários sobre Deus,
tudo o que cultivavam e alarmavam,
lembro das tensões maléficas sendo alteradas em banho glorificado;
dos rostos em descontentamento no grande jardim questionado,
lembro até dos pequenos pincéis caracterizando os girassóis e todas as montanhas que estavam desenhadas nos meus cadernos velhos amarelos;

Lembro do prazer com a noite. Dos filmes esquisitos.

Lembro de ontem quando eu me deixei ser guiada pelas horas enriquecidas;
Hoje já não há mais a insônia destemida,
a madrugada foi feita para escrever,
a madrugada foi feita para se perder;

O universo a guia;
Guia, e grita;

A transfere para todas as portas sagradas que se abrem pro desconhecido,
congestionando assim o que já foi esquecido;
E ela vai,
não sei para onde,
não sei por quanto tempo;

Desliza por meio de chuvas passageiras umedecendo toda e qualquer desavença com o solo;
sua mente se explode em ações desfiguradas à procura de algo menos material;
E a vida,
bela vida,
é carregada por furacões astronômicos e se balança entre oxigênio e atmosfera;

O universo a carrega,
e ela deixa ele decidir sobre como reagir em confronto com o que intitulam realidade;
e o tempo, ele corre freneticamente expulsando as células falecidas de um projeto mundano abatido;

O tempo é o domínio sem fim,
lapidando a evolução enquanto estrelas morrem e queimam;
E eu,
apenas observo o universo me abocanhar
deixando as dúvidas enigmáticas em sua relatividade atemporal;

nós morremos,
nós renascemos;
Infinitamente.

#Tardes de náufrago, De
DaiahOliveira

M-83 PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora